Câncer de boca e suas características
O que é câncer1 de boca2?
O câncer1 de boca2 ou câncer1 oral é uma lesão3 que afeta os lábios e outras estruturas da boca2, como gengivas, bochechas, céu da boca2, assoalho da boca2 (região embaixo da língua4) e língua4. O tipo mais frequente do câncer1 de boca2 é o chamado carcinoma5 espinocelular ou carcinoma5 epidermoide, que aparece com maior frequência na língua4 e no lábio6 inferior.
Tumores malignos também podem se desenvolver nas glândulas salivares7, nas amígdalas8 na parte de trás da boca2 e na parte da garganta9 que conecta a boca2 à traqueia10. No entanto, esses tumores são menos comuns e têm um comportamento diferente do câncer1 de cavidade oral11.
Quais são as causas do câncer1 de boca2?
A maioria dos cânceres de boca2 são devidos a mutações de células12 escamosas das mucosas13 que revestem os lábios e o interior da boca2. Não está claro o que causa as mutações nessas células12, mas há evidentes fatores que aumentam o risco de câncer1 de boca2:
- fumar cigarro ou utilizar outros produtos derivados do tabaco;
- consumo imoderado de bebidas alcoólicas;
- exposição ao sol, sem proteção;
- excesso de gordura14 corporal;
- exposição prolongada ao pó de amianto, poeira de madeira, couro, cimento, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxicos;
- infecção15 pelo papilomavírus humano (HPV).
Qual é o substrato fisiopatológico do câncer1 de boca2?
Os cânceres de boca2 ocorrem quando as células12 localizadas nos lábios ou na boca2 experimentam mutações em seu DNA. O DNA determina o papel a ser desempenhado pelas células12 e as mutações “dizem” a elas para continuar crescendo e se dividindo quando as células12 saudáveis morrerem. A massa de células12 mutadas acumuladas pode formar um tumor16. Com o tempo, essas células12 podem se espalhar para outras partes do corpo. Como dito acima, mais comumente, os cânceres de boca2 começam nas células12 escamosas que revestem os lábios e o interior da boca2.
Leia sobre "Prevenção do câncer1", "Manchas brancas na gengiva: pode ser leucoplasia17" e "Marcadores tumorais".
Quais são as características clínicas do câncer1 de boca2?
O câncer1 de boca2 é mais comum em homens que em mulheres, numa proporção de cerca de 2,7:1, sendo o quarto tumor16 mais frequente no sexo masculino na região Sudeste do Brasil. Quase sempre ocorre numa idade acima dos 40 anos.
Os sinais18 e sintomas19 do câncer1 de boca2 são muito variáveis, na dependência de sua localização, mas no geral incluem:
- uma ferida no lábio6 ou na boca2 que não cicatriza em duas semanas;
- uma mancha branca ou avermelhada no interior da boca2 ou língua4 (principalmente nas bordas da língua4);
- dentes soltos;
- crescimento ou caroço dentro da boca2;
- dor na boca2 ou ouvido;
- deglutição20 difícil ou dolorosa.
Como diagnosticar o câncer1 de boca2?
A maioria dos casos de câncer1 de boca2 é diagnosticada em estágios avançados, seja porque a princípio os tumores são assintomáticos e mais difíceis de serem notados, seja porque são confundidos com outras lesões21 benignas da boca2.
O diagnóstico22 deve cumprir alguns passos sequenciais a começar pela história clínica e seguir por um exame físico e outros procedimentos. No exame físico, o médico ou o dentista (muitas vezes o primeiro profissional a ter contato com as lesões21) examinará os lábios e boca2 e constatará a presença e a natureza das lesões21. Se for encontrada lesão3 suspeita, o médico ou dentista removerá uma amostra de células12 para biópsia23. No laboratório, as células12 são analisadas para câncer1 ou alterações pré-cancerosas que indicam um risco de câncer1 futuro.
Uma vez que o câncer1 de boca2 tenha sido diagnosticado, o médico procurará determinar a extensão e estágio do câncer1. Ademais, por meio de uma pequena câmera, inspecionará a garganta9 do paciente. Durante um procedimento chamado endoscopia24, o médico pode passar uma câmera pequena e flexível equipada com uma luz na garganta9 para procurar sinais18 de que o câncer1 se espalhou além da boca2.
Outros exames de imagem (radiografias, tomografia computadorizada25, ressonância magnética26 e tomografia por emissão de pósitrons, entre outros) podem ajudar a determinar se o câncer1 está limitado à boca2 ou se já se espalhou para outros órgãos além dela. Esses exames devem ser individualizados porque nem todo paciente precisará de todos eles.
Como o médico trata o câncer1 de boca2?
O tratamento para o câncer1 de boca2 depende da localização e estágio do câncer1, bem como da saúde27 geral do paciente. As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia28 e quimioterapia29.
A cirurgia é feita para remover o tumor16. Tumores menores podem ser totalmente removidos através de pequenas cirurgias; tumores maiores podem exigir procedimentos mais extensos como, por exemplo, remoção de uma seção do maxilar ou de uma parte da língua4. Se as células12 cancerígenas já tiverem se espalhado para os gânglios linfáticos30 do pescoço31, eles também devem ser removidos. Dependendo dos efeitos dessa cirurgia, uma outra pode ser necessária para reconstruir a boca2 eventualmente deformada, para ajudar o paciente a recuperar a capacidade de falar e comer.
A radioterapia28 é a emissão de ondas de alta frequência dirigidas ao tumor16 para matar as células12 cancerosas que tenham restado no local. Quase sempre é usada após a cirurgia, mas às vezes pode ser usada sozinha, se o câncer1 estiver em estágio inicial. Antes ou após a cirurgia e a radioterapia28, o médico pode recomendar ao paciente uma visita ao dentista para avaliar a situação dos seus dentes.
A quimioterapia29 é um tratamento que usa produtos químicos para matar as células12 cancerosas que já tenham se espalhado para outros locais do corpo. A quimioterapia29 pode aumentar a eficácia da radioterapia28, de modo que os dois são frequentemente combinados.
Outros tratamentos possíveis consistem na terapia medicamentosa, com medicamentos agindo diretamente no câncer1, visando alterar aspectos específicos das células12 cancerígenas. A imunoterapia usa o sistema imunológico32 para combater o câncer1 ativando esse sistema. As células12 cancerígenas produzem proteínas33 que cegam as células12 do sistema imunológico32 em relação a elas. A imunoterapia funciona interferindo nesse processo, tornando mais ativo o sistema imunológico32.
Veja também sobre "Câncer1 de Cabeça34 e Pescoço31", "Parar de fumar: como é" e "Alimentação saudável".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do INCA - Instituto Nacional do Câncer, do Hospital Israelita Albert Einstein e da NHS – National Health Service.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.