Imunoterapia
O que é imunoterapia?
As imunoterapias consistem em intensificar ou suprimir as respostas imunes do organismo, para ajudar no tratamento de algumas doenças. Elas são chamadas de imunoterapias de ativação e imunoterapias de supressão, respectivamente. Nos últimos anos, a imunoterapia tornou-se de grande interesse, particularmente por sua promessa de tratar várias formas de câncer1. Assim, ela é uma categoria de terapia que ampliou muito o tratamento contra o câncer1 ao usar o sistema imunológico2 do corpo para combater células3 malignas.
Quais são os tipos de imunoterapia que existem?
- Imunoterapia de ativação: As imunoterapias de ativação contra o câncer1 tentam estimular o sistema imunológico2 a destruir os tumores malignos. Uma grande variedade de estratégias de imunoterapia está em uso atualmente, resultando em aumento significativo da sobrevida4 e do período livre de doença, e outras estão sendo pesquisadas e testadas para serem utilizadas no futuro. Quando a imunoterapia é combinada a métodos convencionais, a eficácia do tratamento é aumentada em 20-30%.
Há varias técnicas de imunoterapia, seguem alguns exemplos:
- Uma delas consiste em expor os linfócitos G-CSF in vitro a um antígeno5 tumoral e reinjetá-los para que ataquem e destruam as células3 tumorais sensíveis.
- A imunoterapia com BCG6 para câncer1 não invasivo de bexiga7 injeta bactérias vivas atenuadas no interior da bexiga7, visando a exacerbação de reações imunológicas locais, que impedem a recorrência8 do câncer1 em até dois terços dos casos.
- A imunoterapia tópica utiliza cremes imuno-estimulantes, fazendo com que as células3 T destruam verrugas, ceratoses actínicas, câncer1 de células3 basais, neoplasia9 intraepitelial vaginal, câncer1 de células3 escamosas, linfoma10 cutâneo11 e melanoma12 maligno superficial.
- Imunoterapia por injeção13 de antígeno5 para tratar tumores induzidos por papilomavírus humano (HPV).
- A transferência de células3 adotivas foi testada em cânceres de pulmão14 e outros, com resultados ainda incertos.
Saiba mais sobre "Verrugas", "Ceratose", "Melanoma12" e "Papilomavírus humano (HPV)".
As células3 efetoras das reações imunes, como linfócitos, macrófagos15, células dendríticas16, células3 natural “killer” (= assassinas), linfócitos T citotóxicos17, etc. trabalham em conjunto para defender o corpo contra o câncer1, direcionando antígenos18 contra os anticorpos19 anormais expressos na superfície das células3 tumorais.
- Imunoterapias de supressão: As drogas imunossupressoras são usadas para diminuir a intensidade das respostas imunes tanto nos transplantes de órgãos como nas doenças autoimunes20. Essas respostas imunes são dependentes da proliferação de linfócitos e as drogas imunossupressoras atuam sobre eles. As drogas ditas citostáticas e também os glicocorticoides são inibidores específicos da ativação de linfócitos. Existem, ainda, outras drogas que modulam para menos as respostas imunes.
O corpo normalmente não lança um ataque do sistema imunológico2 contra seus próprios tecidos, mas em casos excepcionais isso pode ocorrer, como nas enfermidades ditas autoimunes20. Terapias de supressão imunológica procuram redefinir para menos as reações do sistema imunológico2 para que o corpo pare de atacar erroneamente seus próprios órgãos ou células3 ou aceite tecidos estranhos, como no transplante de órgãos.
A imunoterapia de supressão tem sido usada, entre outras finalidades, para tratar as alergias. A criação de uma imunidade21 adequada reduz ou elimina a necessidade de se fazer imunossupressão22 medicamentosa pelo resto da vida, evitando, assim, seus efeitos colaterais23 concomitantes. A imunoterapia reduz a sensibilidade a alergenos24, diminuindo a gravidade da alergia25 e a necessidade dos tratamentos com anti-histamínicos ou corticosteroides para o controle dos sintomas26 agudos.
A imunoterapia para tratamento da asma27 pode levar tempo para produzir benefícios, sendo parcialmente eficaz em algumas pessoas e ineficaz em outras, mas, em muitos casos, oferece aos pacientes a chance de reduzir ou interromper seus sintomas26. A terapia é indicada para pessoas extremamente alérgicas ou que não podem evitar alergenos24 específicos e não é indicada para alergias alimentares ou medicinais, sendo particularmente útil para pessoas com rinite28 alérgica ou asma27.
Leia mais sobre "Corticoides", "Asma27", "Rinite28" e "Alergias alimentares".
Qual é o mecanismo fisiológico29 de algumas formas de imunoterapia que existem?
O sistema imunológico2 está sempre vigilante para combater invasores estranhos, como vírus30, bactérias, fungos, células3 malignas ou células3 do próprio organismo reconhecidas como estranhas. Os gânglios linfáticos31, que compõem a maior parte do sistema imunológico2, servem como postos de controle, localizados em todo o corpo. Os glóbulos brancos, como as células3 T, combatem infecções32 e câncer1.
Quando um “invasor estrangeiro” é detectado, todo o sistema imunológico2 é alertado por meio de sinais33 químicos e envia alertas sobre o problema a todos os elementos orgânicos resposáveis por combatê-lo. As células3 cancerígenas nem sempre são reconhecidas como invasoras porque são células3 do próprio corpo que sofreram mutações e o sistema imunológico2, não reconhecendo essa mudança, permite que essas células3 cresçam, se dividam e se espalhem por todo o corpo. Algumas drogas de imunoterapia são projetadas para interromper esse processo e permitir que as células3 cancerígenas sejam reconhecidas como invasoras, desencadeando um ataque a elas pelo sistema imunológico2.
Citocinas34 e vacinas contra o câncer1 são outros tipos de imunoterapias usadas para gerar uma resposta imune, ajudando o corpo a reconhecer as células3 cancerígenas.
A imunoterapia pode ajudar a tratar doenças como "Câncer1 infantil", "Alopecia areata35" e "Alergias".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.