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Suplementos alimentares - devemos usá-los?

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O que são suplementos alimentares?

Suplementos alimentares são substâncias químicas sob a forma de pílula, cápsula, comprimido, pó ou líquido, destinadas a complementar em algum aspecto a alimentação considerada deficiente ou insuficiente de uma pessoa. Os nutrientes contidos nos suplementos podem provir de fontes alimentares existentes ou serem sintéticos. Os suplementos alimentares naturais são melhores que os sintéticos, pois não prejudicam o corpo, mas, apesar disso, só devem ser utilizados sob orientação de um médico ou de um nutricionista1.

A maioria das pessoas não precisa de suplementos alimentares porque suas dietas fornecem todos os nutrientes de que precisam. As exceções são a vitamina2 D e o ácido fólico.

Os suplementos não são medicamentos e como tal não exercem ação farmacológica, imunológica ou metabólica. O uso deles não se destina a tratar ou prevenir doenças ou modificar funções fisiológicas3, mas sim manter e melhorar o desempenho de certas funções orgânicas.

Leia sobre "Prevenção em saúde4", "Alimentação saudável", "Deficiência da vitamina2 D" e "Como ganhar massa muscular".

Por que usar suplementos alimentares?

Os suplementos alimentares devem ser utilizados sob indicação de um médico ou de um nutricionista1 e servem para complementar a alimentação saudável, e não como forma de substituição dela. Existem suplementos alimentares que contêm todos os nutrientes necessários a cada dia e existem aqueles que contêm uma quantidade muito maior de proteínas5, carboidratos ou outros componentes e que são indicados conforme as necessidades do paciente.

Os tipos de suplementos alimentares existentes e mais comumente usados são:

  • Suplemento alimentar hipercalórico, para engordar. Dota o organismo de uma dose extra de calorias6, o que contribui para o aumento nutricional das dietas hipercalóricas indicadas para o ganho de peso.
  • Suplemento alimentar proteico, para ganhar massa muscular. Ele só deve ser utilizado por quem pratica atividade física regularmente e sob estrito controle médico, porque têm muitos efeitos colaterais7, alguns dos quais bastante graves.
  • Suplemento alimentar termogênico, para emagrecer. Ele aumenta (acelera) o metabolismo8 basal e contribui para eliminação de gordura9. Contudo, estes suplementos são apenas um dos elementos de ajuda no processo de emagrecimento e não excluem a necessidade de seguir uma dieta hipocalórica10 e de realizar atividades físicas.
  • Suplemento alimentar antioxidante, contra o envelhecimento. Protege as células11 e o material genético da oxidação, processo que ocorre naturalmente no organismo devido à produção de radicais livres.
  • Suplemento alimentar hormonal, para regularizar o sistema hormonal. Estimula e promove a produção natural de hormônios como, por exemplo, a testosterona.

Um adulto jovem e saudável que come uma dieta bem balanceada provavelmente não precisará de suplementos. No entanto, eles podem ser apropriados se a pessoa está grávida ou tentando engravidar, têm mais de 50 anos, têm pouco apetite ou têm dificuldade em obter alimentos nutritivos.

Eles também podem ser convenientes para pessoas que seguem uma dieta que exclui grupos alimentares inteiros (vegetarianos, veganos, etc.) ou que tenham uma condição de intolerância alimentar específica, doença do fígado12, da vesícula biliar13, dos intestinos14 ou do pâncreas15. Igualmente, são indicados para pessoas que fizeram uma cirurgia no trato digestivo que afeta o modo como o corpo digere nutrientes.

Atletas de alto rendimento e com corpos esculpidos usam suplementos alimentares como meio de melhorar seus desempenhos e muitas vezes se excedem no uso, com prejuízo à saúde4.

Saiba mais sobre "Suplementos que previnem doenças endocrinológicas" e "Suplementos que previnem doenças ginecológicas".

Suplementação16 alimentar para idosos

Há alguns suplementos recomendados para quem já passou dos 65 anos:

  • Ômega-3: ajuda a evitar o declínio cerebral relacionado à idade, como na doença de Alzheimer17 e outras doenças crônicas do cérebro18. Promove a otimização da função de cognição19, tem efeito cardioprotetor e diminui as inflamações20, melhorando os sintomas21 da artrite22 e o desempenho funcional das articulações23 dos idosos.
  • Colágeno24: é uma proteína que age na coesão de tecidos e órgãos em geral e fornece hidratação, resistência, elasticidade25 e flexibilidade para a pele26, ossos, cartilagens27, tendões28 e ligamentos29. Sua produção sofre uma redução natural com o passar dos anos, o que torna a sua suplementação16 especialmente indicada para os idosos.
  • Fibras: são essenciais para manter o intestino funcionando bem e de forma regular. Retêm partículas de gordura9, retardando sua absorção pelo organismo, promovem um ambiente favorável ao crescimento das bactérias benéficas, aumentam a sensação de saciedade, aumentam o volume fecal e estimulam o peristaltismo30 intestinal.
  • Vitaminas: auxiliam na cura de doenças, ajudam na absorção dos demais nutrientes, regulam as funções do corpo, diminuem o estresse e melhoram o humor.
  • Proteínas5 e aminoácidos: ajudam a combater a diminuição natural da massa muscular pela idade. Isso acontece porque as proteínas5, ao serem digeridas pelo organismo, fornecem os aminoácidos que precisamos para reconstruir nossos tecidos musculares.
  • Coenzima Q10: implicada na produção de energia a nível celular. É produzida naturalmente pelo nosso organismo, mas sua produção decresce com o passar dos anos. Também atua no organismo como antioxidante. Foi observada ainda uma diminuição de fadiga31 crônica e cansaço matinal com seu uso.
  • Glutamina: é a maior fonte de energia das células11 da mucosa intestinal32, que é considerada como uma “parede virtual”, sendo responsável por até 70% da proteção imunológica do corpo humano33. Além disso, é um dos precursores da glutationa, um dos principais antioxidantes do organismo.

Quais são os riscos de usar os suplementos alimentares?

Como qualquer medicamento, os suplementos têm efeitos colaterais7 e possíveis interações indesejáveis. Por isso, só devem ser tomados com orientação profissional especializada.

Veja também sobre "Micronutriente ou oligoelemento", "Macronutrientes34", "Proteínas5", "Gorduras" e "Carboidratos".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Harvard Medical School.

ABCMED, 2021. Suplementos alimentares - devemos usá-los?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1385915/suplementos-alimentares-devemos-usa-los.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Nutricionista: Especialista em nutricionismo, ou seja, especialista no estudo das necessidades alimentares dos seres humanos e animais, e dos problemas relativos à nutrição.
2 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
3 Fisiológicas: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
4 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
5 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
6 Calorias: Dizemos que um alimento tem “x“ calorias, para nos referirmos à quantidade de energia que ele pode fornecer ao organismo, ou seja, à energia que será utilizada para o corpo realizar suas funções de respiração, digestão, prática de atividades físicas, etc.
7 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
8 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
9 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
10 Hipocalórica: Que é pouco calórica.
11 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
12 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
13 Vesícula Biliar: Reservatório para armazenar secreção da BILE. Através do DUCTO CÍSTICO, a vesícula libera para o DUODENO ácidos biliares em alta concentração (e de maneira controlada), que degradam os lipídeos da dieta.
14 Intestinos: Seção do canal alimentar que vai do ESTÔMAGO até o CANAL ANAL. Inclui o INTESTINO GROSSO e o INTESTINO DELGADO.
15 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
16 Suplementação: Que serve de suplemento para suprir o que falta, que completa ou amplia.
17 Doença de Alzheimer: É uma doença progressiva, de causa e tratamentos ainda desconhecidos que acomete preferencialmente as pessoas idosas. É uma forma de demência. No início há pequenos esquecimentos, vistos pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e por vezes agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta e acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. Tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as atividades elementares como alimentação, higiene, vestuário, etc..
18 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
19 Cognição: É o conjunto dos processos mentais usados no pensamento, percepção, classificação, reconhecimento e compreensão para o julgamento através do raciocínio para o aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas.
20 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
21 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
22 Artrite: Inflamação de uma articulação, caracterizada por dor, aumento da temperatura, dificuldade de movimentação, inchaço e vermelhidão da área afetada.
23 Articulações:
24 Colágeno: Principal proteína fibrilar, de função estrutural, presente no tecido conjuntivo de animais.
25 Elasticidade: 1. Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração, e retornar parcial ou totalmente à forma original. 2. Flexibilidade, agilidade física. 3. Ausência de senso moral.
26 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
27 Cartilagens: Tecido resistente e flexível, de cor branca ou cinzenta, formado de grandes células inclusas em substância que apresenta tendência à calcificação e à ossificação.
28 Tendões: Tecidos fibrosos pelos quais um músculo se prende a um osso.
29 Ligamentos: 1. Ato ou efeito de ligar(-se). Tudo o que serve para ligar ou unir. 2. Junção ou relação entre coisas ou pessoas; ligação, conexão, união, vínculo. 3. Na anatomia geral, é um feixe fibroso que liga entre si os ossos articulados ou mantém os órgãos nas respectivas posições. É uma expansão fibrosa ou aponeurótica de aparência ligamentosa. Ou também uma prega de peritônio que serve de apoio a qualquer das vísceras abdominais. 4. Vestígio de artéria fetal ou outra estrutura que perdeu sua luz original.
30 Peristaltismo: Conjunto das contrações musculares dos órgãos ocos, provocando o avanço de seu conteúdo; movimento peristáltico, peristalse.
31 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
32 Mucosa Intestinal: Revestimento dos INTESTINOS, consistindo em um EPITÉLIO interior, uma LÂMINA PRÓPRIA média, e uma MUSCULARIS MUCOSAE exterior. No INTESTINO DELGADO, a mucosa é caracterizada por várias dobras e muitas células absortivas (ENTERÓCITOS) com MICROVILOSIDADES.
33 Corpo humano: O corpo humano é a substância física ou estrutura total e material de cada homem. Ele divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A anatomia humana estuda as grandes estruturas e sistemas do corpo humano.
34 Macronutrientes: Os macronutrientes fornecem as calorias aos alimentos. São eles: carboidratos, proteínas e lipídeos.
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