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Reticulocitopenia e suas características

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O que são reticulócitos?

Reticulocitopenia é a diminuição do nível de reticulócitos no sangue1. Reticulócitos são células2 jovens e imaturas encontradas na corrente sanguínea. São hemácias3 que não amadureceram e que ainda não atuam no transporte do oxigênio. Elas precisam passar por alguns processos fisiológicos antes de se tornarem uma hemácia madura.

Os reticulócitos têm uma aparência reticular4 ou malhada quando observados ao microscópio, daí o seu nome. Essa aparência é causada pela presença de RNA residual, que ainda não foi eliminado completamente durante a maturação celular. À medida que os reticulócitos se desenvolvem em eritrócitos5 maduros, eles perdem o RNA e se tornam células2 completamente funcionais.

Os reticulócitos desempenham um papel crucial na renovação das células sanguíneas6 e são uma parte importante da resposta do organismo à anemia7 ou a outras condições que afetam a produção de glóbulos vermelhos.

Por que contar reticulócitos?

A contagem de reticulócitos é um parâmetro importante usado em exames laboratoriais para avaliar a produção de células2 vermelhas do sangue1 e a capacidade da medula óssea8 em responder à demanda aumentada de eritrócitos5. O médico pode solicitar uma contagem de reticulócitos nas seguintes situações:

  1. se o paciente tiver sinais9 de anemia7 (baixa contagem de glóbulos vermelhos, baixa hemoglobina10 ou baixo hematócrito11);
  2. para ajudar a descobrir a causa de uma anemia7;
  3. para descobrir se a medula óssea8 está funcionando corretamente;
  4. para monitorar a resposta a um tratamento;
  5. para verificar a função da medula óssea8 após quimioterapia12 ou radioterapia13;
  6. e para monitorar a função da medula óssea8 após um transplante do órgão.
Veja sobre "Anemia falciforme14", "Anemia ferropriva15" e "Hiperesplenismo".

O que significa uma contagem alta ou baixa de reticulócitos?

Uma pessoa normal apresenta de 0,5 a 1,8% de reticulócitos circulantes em relação às hemácias3.

A reticulocitose é caracterizada pelo aumento na contagem dos reticulócitos circulantes, condição essa reputada entre os mais simples e os mais confiáveis sinais9 hematológicos da produção acelerada de eritrócitos5.

Se uma pessoa tiver anemia7, a percentagem de reticulócitos normalmente será aumentada se a medula óssea8 tiver capacidade normal de produzir novas células sanguíneas6. Se uma pessoa com anemia7 tiver uma percentagem normal ou baixa, significa que a medula óssea8 não está produzindo novas hemácias3 na medida necessária para corrigir esta anemia7.

Assim, a reticulocitose tanto pode funcionar como um marcador hemolítico, quanto como um sinal16 de atividade compensatória da medula óssea8.

Por seu turno, reticulocitopenia é a diminuição anormal do número de reticulócitos na corrente sanguínea. Isso pode sugerir uma diminuição na produção de células2 vermelhas, como ocorre na deficiência de ferro ou na supressão da medula óssea8 devido a certas doenças ou tratamentos.

Quais são as causas da reticulocitopenia?

Como dito, a diminuição dos reticulócitos na corrente sanguínea indica que a medula óssea8 não está produzindo glóbulos vermelhos em quantidade suficiente para substituir os que estão sendo destruídos ou perdidos. A reticulocitopenia pode ser causada por várias condições, incluindo:

Muito comumente, as crises de reticulocitopenia (crise aplásticas) são precipitadas pelo parvovírus B19.

Qual é o substrato fisiopatológico da reticulocitopenia?

O substrato fisiopatológico da reticulocitopenia pode variar dependendo da causa subjacente. A falta de nutrientes essenciais, como ferro, vitamina18 B12 e ácido fólico, afeta negativamente a maturação dos eritroblastos na medula óssea8, resultando em uma redução no número de reticulócitos.

Distúrbios da medula óssea8, como aplasia medular, mielodisplasia e doenças malignas, podem levar à reticulocitopenia, devido a que a produção de reticulócitos é prejudicada pelos danos ou disfunções da medula óssea8.

Alguns processos inflamatórios crônicos também podem levar à reticulocitopenia, em razão de que mecanismos imunológicos e citocinas22 inflamatórias podem interferir na produção de reticulócitos e aumentar sua destruição.

A exposição a certas substâncias tóxicas, como medicamentos, produtos químicos ou toxinas23, pode suprimir a produção de reticulócitos na medula óssea8 e levar à reticulocitopenia.

Além dessas, existem outras condições e fatores que podem resultar em diminuição dos reticulócitos, como:

Quais são as características clínicas da reticulocitopenia?

A contagem dos reticulócitos pode revelar ao médico como está funcionando a medula óssea8 do paciente e pode ajudar a identificar problemas de saúde25 subjacentes ou mostrar se certas terapias estão funcionando ou não.

Uma massiva reticulocitopenia pode ser mais um indicador de uma anemia7, uma condição na qual o sangue1 possui uma quantidade reduzida de glóbulos vermelhos saudáveis, resultando em fadiga26, palidez, falta de ar e outros sintomas27 próprios à condição.

Como o médico trata a reticulocitopenia?

A reticulocitopenia não é, em si mesma, uma doença, mas um indicador de doença, e não necessita, pois, de tratamento no sentido clássico do termo. O manejo da reticulocitopenia depende da causa subjacente. Deve-se buscar corrigi-la tratando adequadamente a doença de base ou a eventual deficiência de nutrientes.

Em outros casos, pode ser necessária a administração de transfusões de sangue1 ou terapias específicas para estimular a produção de glóbulos vermelhos. A reticulocitopenia causada pela infecção28 devida ao parvovírus B19 frequentemente necessita tratamento com transfusões de sangue1 e costuma estar associada a complicações severas.

Leia também sobre "Anemia7 macrocítica", "Anemia7 microcítica" e "Anemias em geral".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Rede D’Or São Luís de Hospitais e da Mayo Clinic.

ABCMED, 2023. Reticulocitopenia e suas características. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1462192/reticulocitopenia-e-suas-caracteristicas.htm>. Acesso em: 11 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
2 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
3 Hemácias: Também chamadas de glóbulos vermelhos, eritrócitos ou células vermelhas. São produzidas no interior dos ossos a partir de células da medula óssea vermelha e estão presentes no sangue em número de cerca de 4,5 a 6,5 milhões por milímetro cúbico, em condições normais.
4 Reticular: Dar formato de rede a alguma coisa ou guarnecer de retículo ou retícula.
5 Eritrócitos: Células vermelhas do sangue. Os eritrócitos maduros são anucleados, têm forma de disco bicôncavo e contêm HEMOGLOBINA, cuja função é transportar OXIGÊNIO. Sinônimos: Corpúsculos Sanguíneos Vermelhos; Corpúsculos Vermelhos Sanguíneos; Corpúsculos Vermelhos do Sangue; Glóbulos Vermelhos; Hemácias
6 Células Sanguíneas: Células encontradas no líquido corpóreo circulando por toda parte do SISTEMA CARDIOVASCULAR.
7 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
8 Medula Óssea: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
9 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
10 Hemoglobina: Proteína encarregada de transportar o oxigênio desde os pulmões até os tecidos do corpo. Encontra-se em altas concentrações nos glóbulos vermelhos.
11 Hematócrito: Exame de laboratório que expressa a concentração de glóbulos vermelhos no sangue.
12 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
13 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
14 Anemia falciforme: Doença hereditária que causa a má formação das hemácias, que assumem forma semelhante a foices (de onde vem o nome da doença), com maior ou menor severidade de acordo com o caso, o que causa deficiência do transporte de gases nos indivíduos que possuem a doença. É comum na África, na Europa Mediterrânea, no Oriente Médio e em certas regiões da Índia.
15 Anemia Ferropriva: Anemia por deficiência de ferro. É o tipo mais comum de anemia. Há redução da quantidade total de ferro corporal até a exaustão das reservas de ferro. O fornecimento de ferro é insuficiente para atingir as necessidades de diferentes tecidos, incluindo as necessidades para a formação de hemoglobina e dos glóbulos vermelhos.
16 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
17 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
18 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
19 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
20 Autoimunes: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
21 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
22 Citocinas: Citoquina ou citocina é a designação genérica de certas substâncias segregadas por células do sistema imunitário que controlam as reações imunes do organismo.
23 Toxinas: Substâncias tóxicas, especialmente uma proteína, produzidas durante o metabolismo e o crescimento de certos microrganismos, animais e plantas, capazes de provocar a formação de anticorpos ou antitoxinas.
24 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
25 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
26 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
27 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
28 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
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