Ácido fólico - como e por que usar?
O que é ácido fólico?
O ácido fólico, folacina, folato, metilfolato ou vitamina1 B9, é uma vitamina1 hidrossolúvel pertencente ao complexo B.
Por que usar o ácido fólico?
O ácido fólico é efetivo no tratamento de certas anemias e para manter os espermatozoides2 saudáveis. Além disso, reduz o risco de mal de Alzheimer3, pode ajudar a controlar a hipertensão arterial4, evitar doenças cardíacas e derrame5 cerebral, e evita a queda de cabelo6 e as unhas7 quebradiças. É ainda um dos componentes indispensáveis para uma gravidez8 saudável, podendo ajudar a evitar a anencefalia e a espinha bífida9.
Ele deve ser usado também em algumas condições de saúde10 em que a suplementação11 seja necessária, como gravidez8, lactação12, anemia13 por deficiência de folato, excesso de homocisteína e sempre que houver deficiência medida no exame de sangue14.
Onde se encontra o ácido fólico?
O folato existe naturalmente em muitos alimentos e o ácido fólico é a forma sintética do folato, usada em medicamentos. O folato é normalmente encontrado em vísceras de animais, carnes de vaca e porco, folhas verdes de verduras, feijão, legumes, abacate, laranja, maçã, frutas secas, milho, ovo15, queijo, grãos integrais e levedura de cervejas. Ele é armazenado no fígado16 e sua ingestão diária não é necessária. A insuficiência17 de ácido fólico nos seres humanos em condições normais é muito rara.
Qual é o mecanismo fisiopatológico do ácido fólico?
O folato é necessário e benéfico para numerosas funções do corpo. Entre elas, a síntese e reparação do DNA, divisão e crescimento celular, produção de novas proteínas18, formação de hemácias19. O ácido fólico ajuda a manter a saúde10 do cérebro20, prevenindo problemas como a depressão; participa da formação do sistema nervoso21 do feto22 durante a gravidez8; fortalece o sistema imunológico23; previne anemia13, por estimular a formação de células24 do sangue14; previne câncer25 de cólon26, por prevenir alterações no DNA das células24; previne doenças cardíacas e infarto27, por reduzir a homocisteína e, assim, manter a saúde10 dos vasos sanguíneos28 e controla a evolução do vitiligo29.
Estima-se que cerca de 40% dos casos de depressão são causados pela diminuição de folato no organismo. Ele age como cofator na produção de serotonina, um neurotransmissor que garante a normalidade do humor. O ácido fólico contribui também para que o sistema imunológico23 seja fortalecido.
Quais são as principais consequências clínicas de uma eventual carência ou excesso de ácido fólico?
A eventual insuficiência17 de ácido fólico pode contribuir para o surgimento de anemia13, especialmente em crianças, e durante a gravidez8 pode causar defeitos de nascença no cérebro20 e na coluna vertebral30 do bebê, já que o ácido fólico participa na formação do tubo neural31 no feto22. Por isso, é aconselhável que a mulher grávida tome, desde o início, uma suplementação11 de ácido fólico.
No Brasil, há uma lei que determina que a farinha de trigo (e produtos derivados, como o pão, por exemplo) seja enriquecida com ferro e ácido fólico, para diminuir a ocorrência de anemias. Em resumo, pode-se dizer que a hipovitaminose causa anemias, anorexia32, apatia33, distúrbios digestivos, cansaço, dores de cabeça34, problemas de crescimento, insônia, dificuldade de memorização, aflição das pernas e fraqueza. Enquanto que a hipervitaminose ocasiona euforia, excitação e hiperatividade.
Nos casos em que haja uma ingestão exagerada de ácido fólico por um longo período, pode ocorrer uma deficiência de vitamina1 B12, o que pode causar danos ao sistema nervoso21 e anemia13 por deficiência dessa vitamina1. O álcool interfere na absorção de folato e aumenta a quantidade da vitamina1 eliminada pela urina35. Muitos alcoólatras têm deficiência de ácido fólico uma vez que além de um consumo exagerado de álcool, frequentemente os alcoólatras têm dietas que não alcançam a ingestão diária recomendada de folato.
Como o médico diagnostica a deficiência ou excesso de ácido fólico?
A suspeita pode ser feita pela análise dos sintomas36 e das circunstâncias de vida do paciente. O diagnóstico37 de certeza da falta ou do excesso de ácido fólico, no entanto, deve ser feito pela dosagem dele no sangue14.
Quais devem ser as doses diárias do ácido fólico?
Segundo o Institute of Medicine of the National Academies, as doses diárias recomendadas de ácido fólico são as seguintes:
- 0 a 6 meses - 65mcg
- 7 a 12 meses - 80mcg
- 1 a 3 anos - 150mcg
- 4 a 8 anos - 200mcg
- 9 a 13 anos - 300mcg
- maiores de 14 anos - 400mcg
- lactantes38 - 500mcg
- grávidas - 600mcg
O ácido fólico na gravidez8
O ácido fólico atua na prevenção de anomalias congênitas42 no primeiro trimestre da gestação, tais como na prevenção primária da ocorrência de defeitos do fechamento do tubo neural31, que ocorre entre os dias 18 e 26 do período embrionário. Esses defeitos são, principalmente, anencefalia e espinha bífida9. O principal problema desta prevenção reside no fato de cerca de metade das gestações não serem planejadas e, assim, quando as mulheres descobrem que estão grávidas já é tarde para se fazer a suplementação11 com o ácido fólico e evitar tais anomalias.
De preferência, os comprimidos de ácido fólico devem ser tomados desde antes da concepção43, ou seja, quando a mulher ainda não engravidou. É importante também que as mulheres em idade reprodutiva tenham uma alimentação que contenha alimentos ricos em ácido fólico e que, assim que comecem a planejar uma gravidez8, comecem também a fazer uso de ácido fólico, de acordo com as orientações de seu médico.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.