Anemia macrocítica
O que é anemia1 macrocítica?
A anemia1 acontece quando a pessoa tem um número baixo de células2 vermelhas no sangue3. "Macrocítica" é o termo utilizado quando as células2 vermelhas existentes são maiores que o tamanho considerado normal. Anemia1 macrocítica é, pois, um tipo de anemia1 que se caracteriza pela presença de células2 vermelhas do sangue3 (hemácias4) em número inferior ao usual e maiores do que o normal.
O tamanho normal de uma hemácia é de aproximadamente 7,2 a 7,8 micrômetros de diâmetro (um micrômetro é igual a 0,001 do milímetro). Hemácias4 maiores que isso caracterizam a chamada anemia1 macrocítica, chamada às vezes de anemia megaloblástica5, porque frequentemente se acompanha de megaloblastos, que são grandes precursores nucleados de eritrócitos6 com cromatina7 não condensada. No entanto, existem também anemias macrocíticas não megaloblásticas.
Esses glóbulos vermelhos aumentados contêm uma quantidade reduzida de hemoglobina8, tornando-os menos eficientes no transporte de oxigênio para os tecidos do corpo.
Quais são as causas da anemia1 macrocítica?
A anemia1 macrocítica pode ser causada por diversas condições, incluindo:
- deficiência de ferro;
- deficiência de vitaminas do complexo B, como a vitamina9 B12 ou ácido fólico;
- doenças hepáticas10;
- alcoolismo;
- doenças da medula óssea11;
- entre outros problemas de saúde12.
A deficiência de ferro pode dever-se à falta dele na dieta ou à incapacidade do corpo de absorvê-lo adequadamente. A vitamina9 B12 e o ácido fólico são necessários para a produção de glóbulos vermelhos normais e a deficiência deles pode causar anemia1 macrocítica.
Qualquer problema hepático pode afetar a capacidade do corpo de produzir normalmente glóbulos vermelhos e o fígado13, por sua vez, pode ser danificado pelo consumo excessivo de álcool. Igualmente, qualquer condição que afete a medula óssea11, como a leucemia14, por exemplo, pode interferir na produção de glóbulos vermelhos e causar anemia1 macrocítica. Uma hematopoiese (produção de células sanguíneas15) ineficaz afeta todas as linhagens de células sanguíneas15, mas, em particular, os eritrócitos6.
Saiba mais sobre "Leucopenia16", "Plaquetas17 baixas" e "Anemias".
Qual é o substrato fisiopatológico da anemia1 macrocítica?
Todas as linhagens celulares podem ter dispoiese (malformação18 de células2), em que a maturidade citoplasmática é maior do que a maturidade nuclear. Isso produz megaloblastos na medula19 antes que apareçam no sangue3 periférico. A dispoiese resulta na morte celular ainda no interior da medula19, tornando a eritropoiese20 ineficaz. Como a dispoiese atinge todas as linhagens celulares (pancitopenia21), ocorre reticulocitopenia e, na fase tardia, leucopenia16 e trombocitopenia22.
Macro-ovalócitos (grandes eritrócitos6 que apresentam formas ovaladas e eliptoides) entram na circulação23. A hipersegmentação dos neutrófilos24 polimorfonucleares25 é comum. Corpos de Howell-Jolly (fragmentos26 residuais de núcleos celulares) geralmente estão presentes. Se há a presença simultânea de deficiência de ferro ou utilização prejudicada de ferro, a macrocitose (produção de células2 de tamanho maior que o normal) pode não se desenvolver.
Quais são as características clínicas da anemia1 macrocítica?
Em si mesma, a anemia1 macrocítica não é uma doença grave, mas pode causar sérios problemas médicos se não for adequadamente tratada.
Há 2 formas mais comuns de anemia1 macrocítica:
- Forma megaloblástica: acontece quando há deficiência de vitamina9 B12 ou vitamina9 B9 (ácido fólico). Sem esses nutrientes, a medula óssea11 não é capaz de produzir células sanguíneas15 sadias capazes de conduzir oxigênio e, além disso, as células2 morrem mais cedo que o normal.
- Forma não megaloblástica: acontece quando a pessoa tem alguma condição médica subjacente que a torna incapaz de absorver os nutrientes necessários. As condições médicas mais comuns de gerar esse efeito são a síndrome27 mielodisplásica, o abuso de álcool e o hipertireoidismo28, dentre outras.
Os sintomas29 mais comuns da anemia1 macrocítica envolvem:
- perda do apetite e do peso;
- unhas30 quebradiças;
- aceleração do ritmo cardíaco;
- diarreia31;
- fadiga32;
- respiração curta;
- dificuldade de concentração;
- confusão mental;
- e déficit de memória.
Como o médico diagnostica a anemia1 macrocítica?
O diagnóstico33 da anemia1 macrocítica deve começar pela história clínica e pelo exame físico, e ser confirmado por exames de sangue3 que incluam a contagem de hemácias4, a medida da hemoglobina8 e o tamanho dos eritrócitos6, tendo como base o hemograma completo e a avaliação do esfregaço periférico.
Esses exames normalmente mostram anemia1 macrocítica com anisocitose34 (existência de eritrócitos6 de tamanhos diferentes) e poiquilocitose (hemácias4 de formatos anormais), grandes eritrócitos6 ovais, corpos de Howell-Jolly, neutrófilos24 hipersegmentados e reticulocitopenia (redução da taxa de reticulócitos no sangue3).
Como o médico trata a anemia1 macrocítica?
O tratamento da anemia1 macrocítica dependerá da causa subjacente e pode incluir suplementos de ferro, vitamina9 B12 ou ácido fólico, vitaminas, terapia médica, tratamento da doença subjacente ou até mesmo cirurgia, dependendo da gravidade da condição. Podem ser aconselhadas também mudanças na dieta, para incluir nutrientes eventualmente faltantes.
Alimentos ricos em vitamina9 B12 são: carne de frango, grãos em geral, ovos, frutas vermelhas e peixes. Alimentos ricos em folato são: verduras de folhas escuras, lentilha, quase todo tipo de grãos e laranjas.
É importante que a anemia1 macrocítica seja diagnosticada e tratada o mais rápido possível para evitar complicações graves. O médico deve avaliar a causa subjacente da condição para desenvolver tratamento adequado.
Por exemplo, o paciente pode ter anemia1 macrocítica porque sua dieta carece de nutrientes importantes. Ou pode ser que a pessoa esteja comendo bem, mas haja algo impedindo que seu corpo absorva os nutrientes necessários. Nesses casos, o médico pode prescrever suplementos até que os exames de sangue3 mostrem que a medula óssea11 está desenvolvendo glóbulos vermelhos saudáveis.
Se houver uma condição subjacente que impeça o corpo de absorver os nutrientes essenciais, o médico deve tratá-la. Caso o paciente beba muito álcool, o médico deve recomendar a abstenção e, no caso de alcoolismo, providenciar o tratamento dele.
Leia mais sobre "Mielodisplasias", "Transplante de medula óssea11", "Hemograma" e "Leucemias".
Como evolui a anemia1 macrocítica?
Nos casos de carência alimentar, a condição pode ser tratada com suprimentos adequados e o prognóstico35 geralmente é muito bom, desde que a condição básica possa ser alterada. Nas pessoas em que há enfermidades subjacentes, o prognóstico35 dependerá da evolução dessas condições.
Quais são as complicações possíveis com a anemia1 macrocítica?
A maioria dos casos de anemia1 macrocítica podem ser curados apenas com suplementação36 dietética. Contudo, se não tratada, a anemia1 macrocítica pode levar a complicações de longo prazo que incluem danos permanentes ao sistema nervoso37, neuropatia periférica38 e demência39.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Science Direct e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.