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Descubra o segredo do ferro na gravidez: o que toda gestante precisa saber!

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A gravidez1 é um período repleto de desafios, e a deficiência de ferro destaca-se como um dos mais críticos para a saúde2 materna e fetal. No Brasil, a prevalência3 de anemia4 em gestantes varia entre 12,4% e 54,7%, dependendo da região e das condições socioeconômicas, refletindo disparidades significativas. Estudos mostram que a deficiência de ferro se agrava com o avanço da gestação: afeta 4,6% das gestantes no primeiro trimestre, 17,3% no segundo e 42,8% no terceiro. No geral, aproximadamente 30% das gestantes brasileiras sofrem de anemia ferropriva5, uma condição que pode trazer sérias consequências tanto para a mãe quanto para o bebê. 

Nos Estados Unidos, a situação também exige atenção. Cerca de 18% das gestantes enfrentam deficiência de ferro, de acordo com a Força-Tarefa de Serviços Preventivos (USPSTF). Assim como no Brasil, a prevalência3 aumenta com a progressão da gestação: 7% no primeiro trimestre, 14% no segundo e 28% no terceiro. Além disso, 5% das gestantes norte-americanas desenvolvem anemia ferropriva5, igualmente associada a riscos significativos para a saúde2 materna e fetal. 

Este cenário ressalta a importância do monitoramento contínuo e das intervenções adequadas para prevenir e tratar a deficiência de ferro em gestantes, garantindo melhores desfechos para mães e bebês6.

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Por que o ferro é tão importante na gravidez1?

O ferro é essencial para a produção de hemoglobina9, responsável por transportar oxigênio pelo corpo. Durante a gravidez1, as necessidades do organismo aumentam significativamente, abastecendo o crescimento do feto10 e a formação da placenta. Estoques insuficientes de ferro elevam os riscos de complicações, como parto prematuro, baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia11. Como explica a Dra. Wanda K. Nicholson, presidente da USPSTF, a deficiência de ferro vai além de questões alimentares - ela é fundamental para o equilíbrio sistêmico12 da saúde2 materna.

Quem está em maior risco?

A vulnerabilidade à deficiência de ferro varia entre as gestantes. Mulheres que seguem dietas vegetarianas ou veganas sem suplementação8 adequada, aquelas com intervalos curtos entre gestações e aquelas que enfrentam problemas digestivos estão entre os grupos mais propensos. A insegurança alimentar também se destaca como um fator significativo, refletindo desigualdades socioeconômicas que impactam diretamente a saúde2 materna.

Como prevenir a deficiência de ferro?

Embora a triagem universal ainda não seja recomendada pela USPSTF, manter uma dieta rica em ferro é essencial. Carnes magras, feijão, lentilhas e espinafre são boas fontes do mineral. Suplementos pré-natais contendo ferro podem ser uma solução eficaz, mas devem ser utilizados sob orientação médica. O acompanhamento pré-natal regular oferece a oportunidade de monitorar os níveis de hemoglobina9 e ferritina, permitindo ajustes personalizados para cada gestante.

Efeitos colaterais7 da suplementação8

É importante destacar que a suplementação8 pode apresentar efeitos colaterais7, como náusea13, constipação14 e dores abdominais. Esses sintomas15, embora desconfortáveis, geralmente são transitórios e podem ser minimizados com ajustes na dieta ou no tipo de suplemento prescrito. Mesmo diante dessas dificuldades, o ferro permanece um aliado indispensável para uma gestação saudável.

O papel da pesquisa e cuidados personalizados

A pesquisa contínua desempenha um papel crucial na definição das melhores práticas de prevenção e tratamento. Estudos futuros devem explorar a relação entre a melhoria dos índices hematológicos e os desfechos clínicos, como a redução de complicações neonatais e a melhora da qualidade de vida materna. Enquanto isso, uma abordagem personalizada, que considere tanto fatores biológicos quanto sociais, é essencial para garantir o melhor cuidado.

Apesar das lacunas nas evidências, a mensagem é clara: o ferro é uma peça-chave na saúde2 materna e fetal. Decisões informadas, acompanhamento médico constante e estratégias individualizadas são fundamentais para uma gravidez1 segura e saudável.

 

Referências:

  • US Preventive Services Task Force (USPSTF).
  • JAMA (2024). US Preventive Services Task Force Recommendation Statement: Screening and Supplementation for Iron Deficiency and Iron Deficiency Anemia During Pregnancy.
  • International Journal of Environmental Research and Public Health (2023). The Prevalence of Nutritional Anaemia in Brazilian Pregnant Women: A Systematic Review and Meta-Analysis.

ABCMED, 2025. Descubra o segredo do ferro na gravidez: o que toda gestante precisa saber!. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/prevencao-em-saude/1480400/descubra-o-segredo-do-ferro-na-gravidez-o-que-toda-gestante-precisa-saber.htm>. Acesso em: 23 jan. 2025.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Prevalência: Número de pessoas em determinado grupo ou população que são portadores de uma doença. Número de casos novos e antigos desta doença.
4 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
5 Anemia Ferropriva: Anemia por deficiência de ferro. É o tipo mais comum de anemia. Há redução da quantidade total de ferro corporal até a exaustão das reservas de ferro. O fornecimento de ferro é insuficiente para atingir as necessidades de diferentes tecidos, incluindo as necessidades para a formação de hemoglobina e dos glóbulos vermelhos.
6 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
7 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
8 Suplementação: Que serve de suplemento para suprir o que falta, que completa ou amplia.
9 Hemoglobina: Proteína encarregada de transportar o oxigênio desde os pulmões até os tecidos do corpo. Encontra-se em altas concentrações nos glóbulos vermelhos.
10 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
11 Pré-eclâmpsia: É caracterizada por hipertensão, edema (retenção de líquidos) e proteinúria (presença de proteína na urina). Manifesta-se na segunda metade da gravidez (após a 20a semana de gestação) e pode evoluir para convulsão e coma, mas essas condições melhoram com a saída do feto e da placenta. No meio médico, o termo usado é Moléstia Hipertensiva Específica da Gravidez. É a principal causa de morte materna no Brasil atualmente.
12 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
13 Náusea: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc.
14 Constipação: Retardo ou dificuldade nas defecações, suficiente para causar desconforto significativo para a pessoa. Pode significar que as fezes são duras, difíceis de serem expelidas ou infreqüentes (evacuações inferiores a três vezes por semana), ou ainda a sensação de esvaziamento retal incompleto, após as defecações.
15 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.

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