Anemia aplástica ou aplasia medular: como é esta doença?
O que é anemia1 aplástica?
Chama-se anemia1 aplástica a um quadro clínico raro, porém grave e potencialmente fatal, em que a medula óssea2 que normalmente produz as células3 do sangue4 (hemácias5, leucócitos6 e plaquetas7) entra em falência e passa a produzi-las em quantidades insuficientes. Como o termo anemia1 se aplica apenas para a deficiência de glóbulos vermelhos (hemácias5), a diminuição das três linhagens celulares (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas7) pode ser chamada de aplasia medular.
Quais são as causas da anemia1 aplástica?
A medula óssea2 produz continuamente as células3 precursoras dos glóbulos vermelhos e brancos e das plaquetas7, pois os glóbulos vermelhos só vivem aproximadamente 120 dias, as plaquetas7 cerca de sete dias e a maioria dos glóbulos brancos, um dia ou menos. A anemia1 aplástica acontece quando a medula8 é danificada e afeta sua capacidade de repor novas células3. Ela pode ocorrer devido a uma causa autoimune9 ou pela assimilação de algum tóxico para a medula óssea2, sejam medicações (com destaque para o cloranfenicol) ou outras substâncias químicas. A radiação pode, igualmente, provocar uma aplasia medular e esta anemia1 pode ainda ser ocasionada por uma infecção10 por vírus11. Em cerca de metade dos casos não se consegue determinar uma causa para a anemia1 aplástica, situação na qual ela é designada idiopática12.
Quais são os principais sinais13 e sintomas14 da anemia1 aplástica?
Os principais sinais13 e sintomas14 da anemia1 aplástica são sangramentos, em virtude da trombocitopenia15 (baixo número de plaquetas7), sejam micro sangramentos na forma de hematomas16 na pele17 ou sangramentos mais profusos, geralmente mucosos. Os sintomas14 da anemia1 aplástica resultam da diminuição de um ou mais tipos das células sanguíneas18 e podem aparecer subitamente ou desenvolver-se mais lentamente. A doença pode durar pouco tempo ou torna-se crônica e pode mesmo ser fatal. Além dos sangramentos, podem aparecer fadiga19, falta de ar, taquicardia20, palidez, infecções21 frequentes, tonturas22 e cefaleias23. A aplasia medular é dita moderada no caso do paciente responder bem ao tratamento imunossupressor24 e não necessitar de transfusões de sangue4, ou grave, se o enfermo for refratário ao tratamento imunossupressor24.
Como o médico diagnostica a anemia1 aplástica?
Os exames laboratoriais devem ser iniciados por um hemograma e seguir-se com mielograma25 e biópsia26 de medula óssea2. Devem ser feitas, também, dosagem de vitamina27 B12 e ácido fólico para diferenciar anemia1 aplástica da anemia megaloblástica28 e sorologias para infecções21 virais. De um modo geral, os valores dos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas7 estarão muito baixos. Um diagnóstico29 diferencial deve ser feito com:
- Anemias aplásticas hereditárias.
- Casos de malignidade.
- Lúpus30 eritematoso31 sistêmico32.
- AIDS.
- Malária.
- Deficiência de vitamina27 B12 e ácido fólico.
- Mielodisplasia.
Como o médico trata a anemia1 aplástica?
O tratamento de eleição para a anemia1 aplástica é o transplante de medula óssea2, mas apenas 25% dos pacientes possuem doadores compatíveis. Hoje em dia, os tratamentos mais utilizados são a imunossupressão33 e os estimulantes da medula óssea2. Nas anemias aplásticas moderadas o paciente deve continuar com a imunossupressão33, porque o mecanismo autoimune9 pode voltar a atacar. Nas graves, a única solução eficaz é o transplante de medula óssea2. Ao recorrer ao transplante, o paciente passa por tratamentos quimioterápicos e radioterápicos, com o objetivo de eliminar o risco de rejeição. Sempre que necessário, deve-se utilizar transfusão34 de plaquetas7 ou de hemácias5. Geralmente não há limite ao número de transfusões que se pode fazer. As transfusões não curam a enfermidade, mas aliviam os sintomas14. O médico deve avaliar também a necessidade de fazer uma profilaxia antibiótica, pois as infecções21 são a maior causa de mortalidade35 nesta doença. Exames laboratoriais de hemograma, função renal36, função hepática37 e sorologias devem ser feitos regularmente, para acompanhamento da doença.
Como evolui a anemia1 aplástica?
Em muitos casos, a cura se torna impossível, devido à queda imunológica geral.
Alguns pacientes sofrem de insuficiência38 geral dos órgãos, o que pode levá-los à morte.
A taxa média de sobrevivência39 após o diagnóstico29 é inferior a dez meses e ocorre principalmente em razão de infecções21 e hemorragias40 graves.
Quais são as complicações possíveis da anemia1 aplástica?
Duas das complicações mais importantes da anemia1 aplástica são os sangramentos e as infecções21.
As transfusões usadas para tratar a enfermidade podem ocasionar complicações: os glóbulos vermelhos podem acumular ferro no corpo e danificar órgãos vitais, o corpo poder vir a desenvolver anticorpos41 contra os glóbulos vermelhos e o sangue4 transfundido pode conter infecções21 transmissíveis, sendo este último caso muito raro de acontecer.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.