Disautonomia
O que é disautonomia?
A disautonomia, também chamada de disfunção autonômica, é um termo guarda-chuva para descrever distúrbios do sistema nervoso autônomo1 (SNA), responsável por comandar ações automáticas, sem que haja interferência do paciente, como as batidas do coração2, a circulação3 do sangue4, a pressão arterial5 e os movimentos do intestino.
Um diagnóstico6 de disautonomia significa que o SNA deixou de funcionar corretamente, fazendo, por exemplo, com que o coração2 bata rápido demais, mesmo quando o paciente está em repouso.
Quais são as causas da disautonomia?
Existem várias causas possíveis para a disautonomia, algumas das quais incluem:
- doenças autoimunes7;
- infecções8 que podem causar danos ao SNA;
- traumas na cabeça9 ou no pescoço10 que podem danificar o SNA;
- doenças hereditárias causadas por mutações genéticas e transmitidas de pais para filhos;
- exposição a toxinas11, como metais pesados ou pesticidas;
- uso de certos medicamentos que podem interferir na regulação do SNA;
- e outras condições médicas, como diabetes12, doenças cardíacas e doenças renais, por exemplo.
Qual é o substrato fisiopatológico da disautonomia?
O sistema nervoso autônomo1 (SNA) é responsável por controlar as funções involuntárias do organismo, como a frequência cardíaca, a pressão arterial5, a respiração, a digestão13, a sudorese14, entre outras. Ele é dividido em duas partes principais: o sistema nervoso15 simpático16 e o sistema nervoso15 parassimpático.
O sistema nervoso15 simpático16 é responsável pela resposta de "luta ou fuga" do corpo, sendo ativado em situações de estresse ou perigo. Ele aumenta a frequência cardíaca, a pressão arterial5, a dilatação das pupilas, a sudorese14 e a liberação de adrenalina17 e noradrenalina18 na corrente sanguínea.
Por outro lado, o sistema nervoso15 parassimpático é responsável pela resposta de "descanso e digestão13", que ajuda o corpo a relaxar e recuperar energia. Ele diminui a frequência cardíaca, a pressão arterial5, a respiração e a atividade dos músculos19 lisos do trato gastrointestinal.
Normalmente, ambos os sistemas trabalham juntos para manter o equilíbrio do organismo, chamado de homeostase, e garantir que todas as funções vitais estejam funcionando adequadamente. A disautonomia acontece quando esse equilíbrio é rompido e as funções exercidas pelo SNA são alteradas.
Leia também sobre: "Doença de Parkinson20", "Mal de Alzheimer21" e "Esclerose múltipla22".
Quais são as características clínicas da disautonomia?
Os sinais23 e sintomas24 da disautonomia dependem do tipo da doença, variam de uma pessoa para outra e nem sempre são possíveis de observar, mas os mais comuns são:
- tonturas25 e desmaios não explicados por outras causas;
- dispneia26;
- fraqueza muscular;
- náuseas27 e vômitos28 inexplicáveis;
- problemas visuais;
- sensibilidade excessiva à luz;
- palpitações29;
- e tremores excessivos.
Algumas das condições mais comuns de disautonomia incluem:
- A síndrome30 de taquicardia31 postural ortostática, caracterizada por uma frequência cardíaca elevada e quedas na pressão arterial5 quando se passa de uma posição sentada ou deitada para uma posição em pé.
- Disautonomia familiar, uma condição genética rara que afeta a regulação do SNA, causando sintomas24 como desmaios, tonturas25, sudorese14 excessiva e problemas gastrointestinais.
- Neuropatia autonômica32, que resulta em sintomas24 como náusea33, vômito34, diarreia35, constipação36, dificuldade em urinar e disfunção sexual.
- Síndrome30 de Horner, em que os nervos que controlam a pupila do olho37 são danificados, resultando em uma pupila menor e uma pálpebra caída.
- Síndrome30 de Sjögren, que afeta as glândulas38 produtoras de saliva e lágrimas, resultando em sintomas24 como boca39 seca e olhos40 secos.
Como o médico diagnostica a disautonomia?
O diagnóstico6 de disautonomia depende da função geral de três funções autonômicas: (1) cardiovagal, (2) adrenérgica e (3) sudomotora. O diagnóstico6 deve incluir medidas de pressão arterial5 e frequência cardíaca enquanto estiver deitado e após pelo menos 3 minutos em pé. O diagnóstico6 deve incluir uma série de testes como uma tela de reflexo autonômico, teste de inclinação da mesa e teste da resposta sudomotora ou teste termorregulatório do suor.
Outros testes incluem manobra de Valsalva (tentativa de expirar contra a boca39 e o nariz41 fechados), monitoramento da pressão arterial5, teste de hiperventilação, teste quantitativo do reflexo sudomotor e teste para intolerância ortostática.
Como o médico trata a disautonomia?
A disautonomia não tem cura, mas formas secundárias podem melhorar com o tratamento da doença subjacente. Os tratamentos disponíveis visam controlar os sintomas24 e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e dependem, pois, do tipo e da gravidade dos sintomas24.
Algumas opções incluem medicação, terapia física e mudanças no estilo de vida. Os tratamentos da disautonomia podem ser difíceis, uma vez que há muitos sintomas24 diferentes. Muitas vezes é necessária uma combinação de terapias medicamentosas para lidar com queixas sintomáticas individuais.
Portanto, se uma neuropatia42 autoimune43 for o caso, então o tratamento com terapias imunomoduladoras é feito, ou se o diabetes mellitus44 for a causa, o controle da glicemia45 é importante.
Como evolui a disautonomia?
A evolução e o prognóstico46 da disautonomia dependem de vários fatores, inclusive da enfermidade de base. Indivíduos com disautonomia crônica, progressiva e generalizada no cenário de degeneração47 do sistema nervoso central48 têm um prognóstico46 de longo prazo pior.
A disautonomia pode ser fatal devido à pneumonia49, insuficiência respiratória50 aguda, parada cardiopulmonar súbita e síndrome30 da morte súbita infantil. Sintomas24 de disfunção autonômica, como hipotensão51 ortostática, gastroparesia52 e sudorese14 gustativa, são mais frequentemente identificados em óbitos.
Veja mais em "Doenças autoimunes7", "Desmaios", "Fisioterapia53 neurofuncional".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Rede D’Or São Luiz e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.