Gostou do artigo? Compartilhe!

Fibrilação ventricular: conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e evolução

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é fibrilação ventricular?

A fibrilação ventricular é uma arritmia1 cardíaca grave em que não existe sincronização de contração entre as fibras musculares2 cardíacas. Ao invés de se contraírem e relaxarem alternativamente, como é normal, os ventrículos apenas fazem contrações rápidas e fracas (tremulações), produzidas por múltiplos impulsos elétricos, originários de vários pontos do ventrículo, que assim se tornam incapazes de promover a circulação3 normal do sangue4. Na fibrilação ventricular, o comando para os batimentos cardíacos que normalmente começam no nodo sinusal5 do átrio direito6, passam a se originar de diversos pontos dos ventrículos.

Quais são as causas da fibrilação ventricular?

Em geral, a fibrilação ventricular é uma complicação de uma doença cardíaca ou circulatória, como doença arterial coronariana aguda ou crônica, hipertensão arterial7, doenças das válvulas ou do músculo cardíaco8, doenças hereditárias, etc. De forma curiosa, medicamentos antiarrítmicos podem causar fibrilação ventricular. Igualmente, a concentração de potássio no sangue4, para mais ou para menos, pode levar à fibrilação ventricular.

Quais são os principais sinais9 e sintomas10 da fibrilação ventricular?

Muitas vezes a fibrilação ventricular é precedida por uma taquicardia11 ventricular e sempre prejudica muito a circulação3 do sangue4. O indivíduo com fibrilação ventricular apresenta perda da consciência, parada cardíaca e, por vezes, morte. Ao exame físico o paciente se apresenta inconsciente e sem pulsações arteriais palpáveis.

Como o médico diagnostica a fibrilação ventricular?

A suspeita forte de fibrilação ventricular deve ser feita em todos os pacientes inconscientes em que não haja pulsos palpáveis. Em pacientes internados, nos quais esteja sendo feita monitorização cardíaca, a fibrilação ventricular pode ser facilmente reconhecida no traçado eletrocardiográfico que se caracteriza por traçado irregular, de amplitude variada e ondas grosseiras.

Como o médico trata a fibrilação ventricular?

Num paciente que esteja hospitalizado, deve-se recorrer imediatamente a um choque12 elétrico e a medicamentos injetáveis, na tentativa de reverter a situação. Fora do ambiente médico devem ser instituídas manobras de ressuscitação cardiopulmonar (massagem cardíaca e ventilação13). Posteriormente, deve-se identificar o foco ou focos da arritmia1 e, se possível, fazer uma ablação14 (cauterização15) dele(s). Em pacientes com tendência à fibrilação ventricular pode ser instalado no corpo do paciente um dispositivo chamado desfibrilador automático implantável, o qual é capaz de identificar e tratar imediatamente um episódio de fibrilação ventricular.

Como prevenir a fibrilação ventricular?

A melhor maneira de prevenir a fibrilação ventricular é prevenir e tratar as doenças cardíacas graves que podem causá-la.

Como evolui a fibrilação ventricular?

Algumas fibrilações ventriculares são causadas por situações tratáveis e reversíveis, mas em outras se torna necessário o implante16 de um desfibrilador automático.

Quais são as complicações possíveis da fibrilação ventricular?

A fibrilação ventricular já é uma complicação possível de praticamente toda doença cardíaca grave.

A fibrilação ventricular é o principal mecanismo que leva à parada cardíaca.

ABCMED, 2014. Fibrilação ventricular: conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/570997/fibrilacao-ventricular-conceito-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-prevencao-e-evolucao.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Arritmia: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
2 Fibras Musculares: Células grandes, multinucleadas e individuais (cilídricas ou prismáticas) que formam a unidade básica do tecido muscular esquelético. Constituídas por uma substância mole contrátil, revestida por uma bainha tubular. Derivam da união de MIOBLASTOS ESQUELÉTICOS com o sincício, seguida de diferenciação.
3 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
4 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
5 Nodo Sinusal: Pequena massa de fibras musculares cardíacas modificadas, localizada na junção da VEIA CAVA SUPERIOR com o átrio direito. Os impulsos da contração provavelmente começam neste nó, propagam-se pelo átrio (ÁTRIO CARDÍACO) sendo então transmitidos pelo feixe de His (FEIXE ATRIOVENTRICULAR) para o ventrículo (VENTRÍCULO CARDÍACO).
6 Átrio Direito: Câmaras do coração às quais o SANGUE circulante retorna.
7 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
8 Músculo Cardíaco: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo.
9 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
10 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
11 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
12 Choque: 1. Estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves, etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente. 2. Encontro violento, com impacto ou abalo brusco, entre dois corpos. Colisão ou concussão. 3. Perturbação brusca no equilíbrio mental ou emocional. Abalo psíquico devido a uma causa externa.
13 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
14 Ablação: Extirpação de qualquer órgão do corpo.
15 Cauterização: Queima ou coagulação de tecidos de diferentes órgãos para deter uma hemorragia ou eliminar um tecido de crescimento anormal.
16 Implante: 1. Em cirurgia e odontologia é o material retirado do próprio indivíduo, de outrem ou artificialmente elaborado que é inserido ou enxertado em uma estrutura orgânica, de modo a fazer parte integrante dela. 2. Na medicina, é qualquer material natural ou artificial inserido ou enxertado no organismo. 3. Em patologia, é uma célula ou fragmento de tecido, especialmente de tumores, que migra para outro local do organismo, com subsequente crescimento.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.