Desfibrilador: o que é? Como usar? Por que usar?
O que é fibrilação?
Os estímulos elétricos que regem os batimentos do coração1 são conduzidos pelos feixes nervosos cardíacos e pelas próprias células2 do coração1. Se esses estímulos se tornam desorganizados, o coração1 fibrila. A fibrilação é uma arritmia3 em que não existe sincronização de contração entre as fibras musculares4 cardíacas que se contraem anarquicamente. Ao invés de se contraírem e relaxarem alternativamente, fazendo o coração1 “bater” normalmente, a fibrilação apenas faz com que ele tremule, com contrações rápidas e fracas. As fibrilações tanto podem ocorrer nos átrios (câmaras superiores do coração1) como nos ventrículos (câmaras inferiores do coração1). Algumas fibrilações atriais podem ser assintomáticas, mas outras, como as fibrilações ventriculares, são potencialmente mortais.
A desfibrilação consiste em emitir, a partir de um aparelho chamado desfibrilador, uma carga de energia elétrica dirigida ao coração1. Essa medida de emergência5 visa sincronizar novamente o coração1 e reanimar indivíduos acometidos por distúrbios no ritmo dos batimentos deste músculo, entre as quais a fibrilação.
O que é desfibrilador?
Um desfibrilador é um gerador de energia elétrica de tensão regulável, capaz de estimular o coração1 com dificuldades de contração. No desfibrilador clássico, esse gerador conta com duas placas6 que devem ser posicionadas sobre o tórax7 do paciente, de forma que a descarga elétrica atinja o coração1. Atualmente, existem diversos tipos de equipamentos para reverter um quadro de fibrilação auricular ou ventricular. Entre eles: o aparelho clássico, o desfibrilador externo manual, que pode ser encontrado em hospitais e unidades de tratamento intensivo e que apenas pode ser utilizado por profissionais treinados; o desfibrilador externo automático, que possui um funcionamento mais fácil; o desfibrilador externo manual e o desfibrilador implantável, que fica instalado em um marca-passo8, dentro da pele9. Esse aparelho detecta a fibrilação, identifica o choque10 que é necessário para revertê-la e aplica a descarga elétrica adequada, automaticamente. Na maioria dos casos o aparelho tem duração em torno de cinco anos.
Como usar um desfibrilador?
No caso do desfibrilador externo manual o médico deve pressionar as placas6 do aparelho sobre o tórax7 do paciente nas posições adequadas. Elas devem ser lubrificadas com um gel condutor apropriado, a fim de conduzir melhor a eletricidade e evitar qualquer tipo de queimadura. Na sequência, o choque10 é aplicado numa energia controlada e provoca apenas uma contração muscular peitoral. A energia inicial de 100 joules é adequada para aparelhos bifásicos e inicia-se com 200 joules na desfibrilação monofásica. Em alguns casos, como na fibrilação atrial persistente, pode-se iniciar com 300-360 joules, para aparelhos bifásicos e monofásicos, respectivamente. As pessoas ao redor devem ser afastadas por certa distância porque a descarga elétrica pode causar fibrilação ventricular nelas. Se a fibrilação foi corrigida, a equipe médica deve averiguar o estado de consciência do paciente e se é necessário ou não administrar oxigênio. Se a descarga elétrica não produziu o resultado desejado, a equipe pode principiar uma massagem cardíaca com o intuito de que o sangue11 flua para o cérebro12 até que a próxima aplicação possa ser feita.
Por que usar um desfibrilador?
O desfibrilador cardíaco é um aparelho utilizado em casos de arritmia3 ou parada cardíaca para restabelecer os batimentos normais do coração1. O desfibrilador implantável é indicado por cardiologistas para pacientes13 com alto risco, de acordo com seu histórico clínico. Dessa forma, o processo é automático: quando o indivíduo sofre uma arritmia3, o aparelho emite um impulso elétrico para corrigi-la. Em vista de que ocorrem muitas mortes súbitas em lugares públicos em razão de fibrilação cardíaca deve-se ter sempre ao alcance um desfibrilador, principalmente nas praças ou campos esportivos.
A fibrilação ventricular, quase sempre, e a atrial, com menor frequência, se não forem rapidamente tratadas podem levar à morte, o que, em muitos casos, pode ser evitado por um desfibrilador. A presença de impulsos rítmicos externos de sincronização com uma intensidade maior, como os originados pelo desfibrilador, pode trazer de volta as células2 cardíacas ao funcionamento normal.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Mayo Clinic, American Heart Association e National Center for Biotechnology Information (NCBI).
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.