Síndrome do ligamento arqueado mediano
O que é a síndrome1 do ligamento2 arqueado mediano?
A Síndrome1 do Ligamento2 Arqueado Mediano, ou Síndrome1 de Dunbar, ocorre como resultado da compressão do tronco vascular3 celíaco (não confundir com plexo nervoso celíaco) e de estruturas neurais adjacentes por fibras diafragmáticas.
A artéria4 celíaca (ou tronco celíaco) é uma artéria4 curta e larga, da qual partem três artérias5 responsáveis pela vascularização de grande parte dos órgãos do abdômen superior, como fígado6, duodeno7, baço8 e pâncreas9. Dela se originam a artéria4 gástrica esquerda, a artéria hepática10 comum e a artéria esplênica11.
A condição é referida às vezes como Síndrome1 de Compressão da Artéria4 Celíaca.
O que é ligamento2 arqueado mediano?
O ligamento2 arqueado mediano é uma estrutura anatômica formada por tecido conjuntivo12 fibroso que une os pilares diafragmáticos esquerdo e direito para formar a face13 anterior do hiato aórtico do diafragma14, ao nível da 12ª vértebra torácica15. São essas duas estruturas tendíneas que se estendem até a coluna vertebral16, onde se fixam, para permitirem a contração desse músculo.
Quais são as causas da síndrome1 do ligamento2 arqueado mediano?
Os médicos não sabem exatamente o que causa a Síndrome1 do Ligamento2 Arqueado Mediano. Os sinais17 e sintomas18 podem ser devidos à falta de fluxo sanguíneo através da artéria4 celíaca ou compressão nos nervos do gânglio19 celíaco causando a dor. Em algumas pessoas, o ligamento2 arqueado mediano tem um ponto de inserção inferior à 12ª vértebra torácica15 e pode distorcer e comprimir o tronco celíaco.
Leia sobre "Úlcera Péptica20", "Infarto21 mesentérico22", "Colelitíase23" e "Hérnia24 de hiato".
Qual é o substrato fisiopatológico da síndrome1 do ligamento2 arqueado mediano?
A localização do ligamento2 arqueado mediano e da artéria4 celíaca varia ligeiramente de pessoa para pessoa. Normalmente, o ligamento2 envolve o maior vaso sanguíneo do corpo (artéria4 aorta25) e fica acima da artéria4 celíaca sem causar problemas. Mas, às vezes, o ligamento2 pode estar abaixo do lugar normal, causando a Síndrome1 do Ligamento2 Arqueado Mediano.
A fisiopatologia26 da dor abdominal nos casos dessa síndrome1 não é totalmente compreendida, embora se suponha que seja isquêmica, em virtude da compressão externa da artéria4 celíaca por um ligamento2 anormalmente baixo. A compressão se agrava à medida que o diafragma14 se move caudalmente, piorando a compressão do tronco celíaco. Isso leva à isquemia27 visceral e dor abdominal pós-prandial.
A compressão sustentada do eixo celíaco pode levar a alterações nas camadas vasculares28, como hiperplasia29 da íntima (camada interna das artérias5), proliferação de fibras elásticas30 na média (camada intermediária das artérias5) e desorganização da adventícia (camada externa das artérias5).
O ligamento2 também pode pressionar a rede de nervos que circundam a artéria4 celíaca (plexo celíaco), contribuindo para a causa dos sintomas18. Postula-se também que a dor abdominal crônica ocorra devido à superestimulação do gânglio19 celíaco.
Quais são as características clínicas da síndrome1 do ligamento2 arqueado mediano?
Muitas vezes a compressão da artéria4 celíaca é assintomática (não causa nenhum sintoma31). Em cerca de 10%-20% dos pacientes há evidências radiográficas de compressão, porém sem sintomas18. No entanto, aqueles com a Síndrome1 do Ligamento2 Arqueado Mediano podem ter:
- dor de estômago32 crônica;
- dor na área média superior do estômago32, que pode desaparecer quando se inclina para a frente;
- dor de estômago32 depois de comer, se exercitar ou mudar de posição do corpo;
- medo de comer alimentos devido à dor, levando a uma perda de peso significativa;
- inchaço33, náusea34, vômito35, diarreia36;
- um sopro pode ser ouvido na área superior do estômago32, quando pesquisado com um estetoscópio.
Como o médico diagnostica a síndrome1 do ligamento2 arqueado mediano?
O diagnóstico37, além de raro, é muitas vezes difícil em vista dos sintomas18 serem inespecíficos. Também não há um exame específico para diagnosticar a síndrome1. O médico deve examinar cuidadosamente a pessoa e fazer perguntas sobre seus sintomas18 e histórico de saúde38. O exame físico geralmente será normal.
Exames de sangue39 e de imagem ajudarão a descartar outras causas de dor de estômago32, mas não trarão elementos positivos para o diagnóstico37. Os exames usados para descartar outras condições podem incluir exames de sangue39, ultrassonografia40 abdominal, endoscopia41 alta, estudos de esvaziamento gástrico, ressonância magnética42 e tomografia computadorizada43 de abdômen.
Como o médico trata a síndrome1 do ligamento2 arqueado mediano?
O tratamento radical da Síndrome1 do Ligamento2 Arqueado Mediano envolve cirurgia para liberar (descomprimir) o ligamento2 e restaurar o fluxo sanguíneo normal através da artéria4. A cirurgia é, aliás, a única opção de tratamento para essa condição. Qualquer medicação que a pessoa venha a usar tem um valor apenas sintomático44 (analgésicos45, antidiarreicos, etc.).
Na maioria dos casos, trata-se de uma cirurgia aberta, mas às vezes pode ser feita como um procedimento minimamente invasivo (laparoscópico ou robótico). A pessoa ficará no hospital por dois a três dias e precisará fazer uma ultrassonografia40 cerca de um mês após a cirurgia para confirmar que o fluxo sanguíneo através da artéria4 celíaca foi restaurado.
A cirurgia para liberação do ligamento2 arqueado mediano é segura, mesmo em crianças, e muitas vezes resulta em alívio imediato da dor e melhora a qualidade de vida da pessoa.
Quais são as complicações possíveis com a síndrome1 do ligamento2 arqueado mediano?
As complicações da Síndrome1 do Ligamento2 Arqueado Mediano incluem dor a longo prazo, especialmente após as refeições, o que pode levar ao medo de comer e à perda de peso significativa. A dor e a depressão ou ansiedade relacionadas podem afetar muito a qualidade de vida da pessoa. Como os sintomas18 podem ser vagos e imitar outras condições, pode levar algum tempo para se obter um diagnóstico37 preciso.
Veja também sobre "Gastrite46", "Esofagite47", "Refluxo gastroesofágico48" e "Aneurisma49 de aorta abdominal50".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic e da NORD – National Organization for Rare Disorders.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.