Afogamento: o que é? Quais são os cuidados a serem tomados no caso de afogamentos não fatais? O que fazer para evitar os afogamentos?
O que é afogamento?
O afogamento é a dificuldade ou impossibilidade respiratória causada pela aspiração de um líquido que entra em contato com as vias aéreas de modo a dificultar ou impedir as trocas gasosas que devem se dar nelas. Isso acontece por submersão (quando o indivíduo fica abaixo da superfície do líquido por um tempo muito longo) ou imersão (quando, por exemplo, um jato de água é projetado na sua face1). Assim, o afogamento pode ou não levar ao óbito2.
Quais são os sintomas3 do afogamento?
Todas as pessoas que, não morrendo, passam por um apuro dentro da água podem apresentar hipotermia4, náuseas5, vômitos6, distensão abdominal, tremores, dor de cabeça7, mal-estar, cansaço, dores musculares, dor no tórax8, diarreia9 e outros sintomas3 inespecíficos.
Quais são os cuidados que devem ser tomados em casos de afogamento não fatal?
Se a pessoa resgatada viva da água não apresentar tosse ou espuma na boca10 ou no nariz11, ela pode ser liberada no local do acidente sem necessitar de atendimento médico, quando consciente. Se ela apresentar tosse ou espuma na boca10 ou no nariz11 (evidências de aspiração de líquido) deve ter sua gravidade avaliada e acionar, se necessário, uma equipe médica. Devido à possibilidade de aspiração de água contaminada pode sobrevir, alguns dias depois da ameaça de afogamento, uma pneumonia12.
O que fazer em caso de afogamento não fatal?
- No caso de ameaça de afogamento no mar a vítima deve procurar nadar diagonalmente à corrente, ao mesmo tempo deixando-se levar por ela e procurando sair dela. Nunca deve debater-se contra a corrente, mesmo que isso lhe pareça o caminho mais curto para sair da água, porque fatalmente será vencida em sua batalha.
- O socorrista deve ter cuidados para que ambos (a vítima e ele) não se afoguem. É muito grande o número de casos em que isso ocorre. O socorrista deve evitar entrar na água, mas se tiver de fazer isso e a vítima se agarrar a ele e imobilizá-lo, deve mergulhar. Assim ela o soltará. De preferência, deve ser lançado para o indivíduo algo em que ele possa apoiar-se para boiar.
- Retire a vítima da água. De preferência, socorra-a sem entrar na água, estendendo até ela alguma coisa em que possa se agarrar. Mesmo tendo que entrar na água, leve algum objeto em que a vítima possa se apoiar. Este tipo de socorro deve ser feito preferencialmente por pessoa treinada. Se tiver que fazê-lo você mesmo, aborde a vítima pelas costas13 e use seu braço dominante para nadar e o outro para segurar a vítima, mantendo a cabeça7 dela fora da água.
- Aspire as secreções do nariz11 e da garganta14 da vítima para deixar suas vias respiratórias desimpedidas e facilitar a respiração.
- Verifique a pulsação e a respiração da vítima. Se necessário, inicie imediatamente a respiração boca10-a-boca10 ou a reanimação cardíaca.
- Coloque a vítima sobre os joelhos, de barriga para baixo ou, estando você de pé, segure-a pelo abdome15, com a barriga voltada para baixo, de modo que ela fique arqueada, com a cabeça7 abaixada, para que ela elimine a água ingerida.
- Depois, mantenha a vítima na posição de espera do socorro, deitada de lado para evitar que a língua16 obstrua a glote17 ou que ela aspire eventuais vômitos6 para os pulmões18.
- Procure acalmar e aquecer a vítima, retirando as roupas molhadas e fornecendo novas roupas.
- Dirija-se ao médico, mesmo se a vítima se recuperar, porque ela pode necessitar de medidas preventivas de eventuais complicações.
Como praticar a respiração boca10-a-boca10 e a reanimação cardíaca?
Respiração boca10-a-boca10
- Deite a vítima sobre uma superfície rígida, com a cabeça7 ligeiramente voltada para trás, de forma que o pescoço19 fique esticado.
- Abaixe a língua16 da vítima e certifique-se de que as vias respiratórias dela estejam desobstruídas. Caso contrário, procure desobstrui-las.
- Feche completamente o nariz11 da vítima, pressionando-o com o polegar e o indicador, em forma de pinça.
- Encha os seus pulmões18 de ar.
- Aplique firmemente seus lábios sobre a boca10 da vítima e sopre o ar que você inalou para dentro da boca10 dela.
- Repita esse ato cerca de 15 vezes por minuto.
- Faça isso até que a vítima volte a respirar ou que chegue o socorro.
Reanimação cardíaca
- Deite a vítima sobre uma superfície rígida, com as pernas levantadas (sobre uma cadeira, por exemplo).
- Coloque uma das mãos20 sobre o peito21 da vítima, mais ou menos sobre o coração22.
- Coloque a outra mão23 sobre a primeira, entrelaçando os dedos.
- Alternativamente, pressione com força e alivie a pressão, fazendo o osso esterno24 (é o osso que fica no meio do peito21) rebaixar-se por quatro ou cinco centímetros, repetindo esse ato cerca de 80 vezes por minuto, até que o coração22 volte a bater ou até que chegue o socorro.
- Em casos que a vítima também não esteja respirando, alterne quinze compressões no esterno24 com duas respirações boca10-a-boca10.
O que podemos fazer para evitar os afogamentos?
- É muito importante evitar o consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas antes de entrar em piscina, mar, lago, lagoa, represa, etc.
- Não perder as crianças de vista em locais em que há água por perto. Principalmente aquelas que não sabem nadar. Elas devem usar boias ou coletes salva-vidas durante todo o tempo que estiverem nestes ambientes.
- Piscinas em residências, clubes ou condomínios devem ser cercadas por grades para dificultar o acesso a elas.
- As crianças devem aprender a nadar tão logo atinjam uma idade conveniente. Isto é indispensável à segurança delas.
- Crianças muito pequenas podem se afogar mesmo em baldes cheios de água, vasos sanitários destampados, banheiras ou bacias cheias de água. Os pais devem estar atentos aos seus filhos o tempo todo e evitar que esses objetos estejam ao alcance das crianças.
- Não entre em águas de locais onde você não conhece a profundidade.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.