Conheça um pouco mais a nutrição parenteral
O que é nutrição parenteral1?
A nutrição parenteral1 é aquela feita por via endovenosa, visando cobrir a totalidade das necessidades nutricionais dos pacientes ou, pelo menos, complementá-las. As soluções nutritivas devem ser preparadas em farmácias industriais e devem conter todos os nutrientes indispensáveis à manutenção da vida, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo.
Quem deve receber a nutrição parenteral1?
A nutrição parenteral1 visa fornecer, de forma exclusiva ou complementar, os elementos necessários às demandas nutricionais normais ou aumentadas dos pacientes cuja via digestiva não pode ser utilizada parcial ou totalmente ou em que a nutrição2 enteral não é praticável. Assim, a nutrição parenteral1 pode ser total, quando o paciente é nutrido exclusivamente por via parenteral, ou complementar, se apenas completa a utilização concomitante da via digestiva. Pode ser ainda, central, quando é administrada pela veia cava superior ou periférica, quando é administrada em veias3 periféricas.
Tradicionalmente, a nutrição parenteral1 periférica administra água, eletrólitos4, proteínas5 e substratos calóricos. Na nutrição parenteral1 total estão substâncias que são administradas através do sistema venoso6 central do paciente. O objetivo de ambas é corrigir os sintomas7 e sequelas8 da desnutrição9. Isso pode acontecer em situações como estado de coma10; sequela11 de um acidente vascular cerebral12; uma doença desmielinizante13; anorexia14 mental; atresias15 ou tumores esofágicos; debilidade acentuada; estados depressivos graves; politraumatismos; algumas doenças intestinais; fístulas16 digestivas; queimaduras graves, que exigem maior aporte nutricional que o normal; broncoaspiração17; náuseas18 e vômitos19 em pacientes com gastroparesia20 e desordens que requerem administrações especiais. Em crianças pequenas, pode ainda haver outras indicações.
Sempre que possível, nesses casos, a nutrição2 enteral deve ser preferida à nutrição parenteral1 e deve ser interrompida tão logo seja possível o retorno a outras formas de nutrição2. A nutrição parenteral1 não deve ser praticada em casos de instabilidade hemodinâmica21 e vômitos19 ou diarreias frequentes.
Nutrição parenteral1 superficial ou profunda?
A nutrição parenteral1 periférica deve ser instituída de preferência para pacientes22 que apenas precisam de complementação nutricional, nos quais não é possível ou necessária, a cateterização de uma veia profunda. Ela visa minimizar o déficit nutricional em pacientes com ingestão alimentar temporariamente insuficiente e geralmente deve durar de três a cinco dias, nos quais essa terapia deve ser mantida até que estes pacientes possam voltar à nutrição2 oral ou enteral. Ela também pode ser usada como suporte temporário em pacientes cujo cateter da nutrição parenteral1 profunda precise ser retirado por algum motivo.
Pacientes com quadros de intensa desnutrição9 constituem uma indicação absoluta de nutrição parenteral1 profunda. Em geral, a grande osmolaridade23 das soluções nutritivas usualmente empregadas para a nutrição parenteral1 central, torna impraticável sua administração em veias3 periféricas, de mais baixo calibre.
Quais são as complicações possíveis da nutrição parenteral1?
A nutrição parenteral1, sobretudo a nutrição parenteral1 profunda, pode ter proporções desastrosas e até mesmo fatais, se aplicada de modo inescrupuloso. As complicações mais comuns envolvem hematomas24 no local de colocação do cateter, embolia25 gasosa, pneumotórax26, flebite27, trombose28, infecção29 e sepse30. Várias outras complicações menos frequentes são ainda possíveis.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.