Gastrite atrófica autoimune
O que é gastrite1 atrófica2 autoimune3?
A gastrite1 atrófica2 autoimune3 é uma rara afecção4 hereditária, autossômica5 dominante, em que ocorre um adelgaçamento (diminuição da espessura) da parede gástrica, especialmente da mucosa6, que cursa com redução da secreção ácida e da produção do fator intrínseco7 (uma glicoproteína produzida pelas células8 parietais do estômago9, necessária para a absorção de Vitamina10 B12).
Quais são as causas da gastrite1 atrófica2 autoimune3?
A gastrite1 atrófica2 autoimune3 ocorre quando anticorpos11 do próprio indivíduo atacam as células8 parietais do revestimento do estômago9, provocando a diminuição ou extinção das enzimas gástricas.
Leia sobre "O que sente uma pessoa com gastrite1", "Gastrite1 enantematosa" e "Doenças autoimunes12".
Qual é o substrato fisiológico13 da gastrite1 atrófica2 autoimune3?
A gastrite1 atrófica2 autoimune3 geralmente está associada à produção de autoanticorpos direcionados contra antígenos14 das células8 gástricas parietais e do fator gástrico intrínseco, refletindo sua origem autoimune3. Há evidências de que o Helicobacter pylori possa servir como desencadeador da gastrite1 crônica autoimune3, no entanto, pacientes com gastrite1 crônica atrófica2 são menos propensos a serem infectados por ele, provavelmente devido ao epitélio intestinal15 metaplásico se tornar inadequado para sua colonização e também porque a hipocloridria associada incentiva o crescimento excessivo no estômago9 de outras espécies bacterianas.
Quais são as características clínicas da gastrite1 atrófica2 autoimune3?
A gastrite1 atrófica2 autoimune3 é pouco frequente, mas merece atenção especial pelas complicações que podem vir dela. Os pacientes com gastrite1 atrófica2 autoimune3 podem ser assintomáticos, mas a maioria apresenta dispepsia16 com sofrimento pós-prandial e podem apresentar indigestão, refluxo ácido, dor em abdome17 superior, gases frequentes, saciedade precoce ou falta de apetite e perda de peso. Náuseas18 e vômitos19 podem às vezes também serem um sinal20 de gastrite1 atrófica2.
Se a gastrite1 levar à formação de úlceras21 gástricas hemorrágicas22, pode haver eliminação de sangue23 digerido nas fezes ou nos vômitos19. A gastrite1 atrófica2 autoimune3 causa hipocloridria e diminuição da produção de fator intrínseco7, má absorção de vitamina10 B12 e, com frequência, anemia perniciosa24 ou sintomas25 neurológicos. Também estarão presentes os sintomas25 devidos à deficiência de vitamina10 B12: diarreias e disfunções gastrointestinais, falta de apetite, tonturas26, dores localizadas, complicações na visão27, incontinência28, problemas no coração29, entre outros.
Alguns pacientes com gastrite1 atrófica2 autoimune3 também desenvolvem tireoidite de Hashimoto e 50% têm anticorpos11 contra a tireoide30. Por outro lado, anticorpos11 contra a célula31 parietal gástrica são encontrados em 30% dos pacientes com tireoidite.
Como o médico diagnostica a gastrite1 atrófica2 autoimune3?
O diagnóstico32 da gastrite1 atrófica2 autoimune3 é feito por biópsia33 endoscópica. Deve ser feita uma vigilância endoscópica periódica de caráter preventivo34 para o rastreamento do câncer35 em vista do maior risco de câncer35 gástrico nesses pacientes. Um exame de sangue23 pode detectar anticorpos11 contra as células8 parietais, mas raramente ele é solicitado de rotina. Os valores apresentados pelo exame de sangue23 mostram uma contagem baixa de glóbulos vermelhos e um volume corpuscular médio geralmente aumentado.
Outro teste diagnóstico32 é a cromoscopia com vermelho congo. O teste consiste em banhar a mucosa6 gástrica com esse líquido: se a mucosa6 for secretora de ácido ficará enegrecida, enquanto se for não-secretora permanecerá avermelhada. Os níveis de vitamina10 B12 devem ser medidos, com vistas ao diagnóstico32.
Como o médico trata a gastrite1 atrófica2 autoimune3?
A gastrite1 atrófica2 autoimune3 não tem cura, mas vários medicamentos estão disponíveis para aliviar os sintomas25. Como a gastrite1 atrófica2 acabará por levar a uma deficiência de vitamina10 B12, os pacientes necessitam de injeções de reposição. O tratamento é eminentemente36 de suporte, com reposição de vitamina10 B12 e seguimento periódico desses doentes para rastrear uma possível neoplasia37 gástrica.
Os medicamentos utilizados para melhora sintomática38 podem atuar melhorando também o esvaziamento gástrico ou reduzindo a secreção de ácido. Os que melhoram o esvaziamento gástrico são os chamados pró-cinéticos, os quais também auxiliam na digestão39. Em geral, não há necessidade de outro tratamento além da reposição parenteral de vitamina10 B12.
Veja também sobre "Úlceras21 gástricas", "Hemorragia digestiva alta40", "Melena41 e Hematêmese42" e "Cuidados necessários ao tomar anti-inflamatórios não esteroides".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do National Institutes of Health, do Genetic and Rare Diseases Information Center e do Science Direct.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.