Neurites periféricas - o que saber sobre elas?
O que são neurites1 periféricas?
Neurites1 periféricas são condições comuns que afetam os nervos periféricos, responsáveis por encaminhar informações do cérebro2 e da medula espinhal3 para o restante do corpo.
O sistema nervoso periférico4 inclui diferentes tipos de nervos com suas próprias funções específicas:
- Nervos sensoriais, responsáveis pela transmissão de sensações, como dor e toque.
- Nervos motores, responsáveis pelo controle dos músculos5 e dos movimentos.
- Nervos autônomos, responsáveis por regular as funções autonômicas do corpo, como pressão arterial6 e função da bexiga7, por exemplo.
As neurites1 periféricas são lesões8 inflamatórias ou degenerativas9 que podem afetar qualquer um desses nervos e causar eventuais danos permanentes, sendo muitas vezes um problema incapacitante e até mesmo fatal.
Há dois tipos de neurites1 quanto à quantidade de nervos afetados: (1) mononeurites, quando atinge apenas um nervo e (2) polineurites, quando vários nervos são envolvidos simultaneamente. Quanto ao nervo afetado, as neurites1 recebem uma denominação correspondente ao nervo em causa. Por exemplo: neurite10 vestibular11, neurite10 óptica, etc.
Leia sobre "Diabetes mellitus12", "Pé diabético" e "Neuropatia13 diabética".
Quais são as causas das neurites1 periféricas?
As neurites1 periféricas não são doenças em si mesmas, mas sintomas14 de várias condições subjacentes. Elas podem ser causadas por:
- doenças autoimunes15
- transtornos hereditários
- distúrbios metabólicos, tais como diabetes mellitus12
- infecções16 como o herpes zóster
- trauma dos nervos periféricos
- fraturas ou luxações
- tumores
- mudanças na dieta
- distúrbios da medula óssea17
- doença renal18 ou hepática19
- distúrbios do tecido conjuntivo20
- hipotireoidismo21
- alcoolismo
- exposição a venenos
- certos medicamentos
- deficiências de vitaminas.
Qual é o substrato fisiológico22 das neurites1 periféricas?
O sistema nervoso periférico4 envia informações do sistema nervoso central23 (cérebro2 e medula espinhal3) para o resto do corpo. No sentido contrário, os nervos periféricos também enviam informações sensoriais ao sistema nervoso central23. As neurites1 periféricas perturbam essa fisiologia24 nos dois sentidos.
Quais são as características clínicas das neurites1 periféricas?
De um modo geral, as neurites1 são caracterizadas por formigamento, queimação e dor na região afetada. A dor é aguda e latejante e acontece mesmo durante atividades que não deveriam causar dor. Ela é especialmente desconfortável quando é uma neurite10 intercostal25, porque a dor piora com os movimentos respiratórios.
Há sensibilidade extrema ao toque; falta de coordenação e quedas; fraqueza muscular e paralisia26 dos músculos5, se os nervos motores forem afetados. Se os nervos autônomos forem os afetados, os sinais27 e sintomas14 podem incluir intolerância ao calor; suor excessivo ou não ser capaz de suar; problemas intestinais ou da bexiga7 e alterações na pressão arterial6, causando tonturas28 ou vertigens29.
Como o médico diagnostica as neurites1 periféricas?
De início, o médico perguntará sobre o histórico médico do paciente e fará um detalhado exame físico. Em seguida, poderá solicitar exames de sangue30, que podem medir os níveis de vitaminas e de açúcar31 no sangue30 e determinar se a tireoide32 está funcionando corretamente, e uma tomografia computadorizada33 ou ressonância magnética34, para ver se há uma hérnia de disco35 ou um tumor36, por exemplo, pressionando um nervo.
Em alguns casos, o médico poderá solicitar uma biópsia37 do nervo. A eletromiografia38 pode mostrar problemas com a forma como os sinais27 nervosos do corpo se deslocam para os músculos5. Pode ainda ser realizado um estudo da condução nervosa.
Como o médico trata as neurites1 periféricas?
O tratamento deve ser direcionado para a eliminação da causa de dor. Enquanto essa causa não for eliminada, o paciente pode receber indicação de medicação analgésica e/ou anti-inflamatória.
Como evoluem as neurites1 periféricas?
A perspectiva da neurite10 periférica varia, dependendo da causa subjacente e de quais nervos foram danificados. Alguns casos podem melhorar com o tempo se a causa subjacente for tratada, enquanto em algumas pessoas o dano pode ser permanente ou pode piorar gradualmente com o tempo.
Num paciente diabético, se a causa subjacente da neuropatia periférica39 não for tratada, o paciente corre o risco de desenvolver complicações potencialmente graves, como uma úlcera40 no pé que infecciona, podendo levar à gangrena41 e, em casos graves, à necessidade de amputação42 do pé.
Quais são as complicações possíveis com as neurites1 periféricas?
Como algumas áreas do corpo podem ficar sem sensibilidade, o paciente pode não sentir mudanças de temperatura, não sentir dores nas partes do corpo que estão entorpecidas ou não perceber infecções16, e essas partes podem ser feridas sem que ele se dê conta. Por isso, ele deve inspecionar essas áreas regularmente e tratar pequenos ferimentos antes que eles infeccionem.
A neuropatia periférica39 autonômica pode afetar os nervos que controlam as funções automáticas do coração43 e do sistema circulatório44. A fraqueza muscular e a perda de sensibilidade podem estar associadas à falta de equilíbrio e a quedas.
Pacientes com neurites1 periféricas requerem um acompanhamento atento de uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde45 trabalhando em conjunto com a participação do paciente para evitar complicações dessa condição.
Veja artigos relacionados: "Neuropatia periférica39", "O que afeta o comportamento da sua glicemia46" e "Úlceras47 de perna".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NHS – National Health Service (UK) e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.