Síndrome de DiGeorge
O que é a síndrome1 de DiGeorge?
A síndrome1 de DiGeorge, mais precisamente conhecida por um termo mais específico - síndrome1 da deleção 22q11.2 - é um distúrbio genético devido a um defeito no cromossoma 22, que causa diversos problemas no feto2 e no desenvolvimento de vários sistemas do corpo. Embora a síndrome1 de DiGeorge seja rara, é um dos transtornos genéticos mais comuns. Sua prevalência3 é estimada em 1/4000 e ela foi identificada no começo da década de 1990.
Quais são as causas da síndrome1 de DiGeorge?
Aproximadamente 90% dos pacientes com diagnóstico4 clínico de Síndrome1 de DiGeorge apresentam uma alteração numa porção específica do cromossomo5 22, na posição 22q11.2. Como uma síndrome1 genética, habitualmente autossômica6 dominante, representa um risco de 50% de ser transmitida dos pais para os seus filhos, mas aproximadamente 90% dessas alterações ocorrem espontaneamente e não foram transmitidas pela mãe ou pelo pai da criança. Muitas vezes um pai ou mãe com Síndrome1 de DiGeorge podem nem perceber que a tem, se ela for leve.
Outras razões para a ocorrência da síndrome1 de DiGeorge estão relacionadas ao uso de álcool durante a gravidez7, desenvolvimento de diabetes gestacional8 e alterações genéticas espontâneas do cromossomo5 22, que podem acontecer sem causa específica.
Leia sobre "Aconselhamento genético", "Como saber se está grávida" e "Diabetes gestacional8".
Quais são as características clínicas da síndrome1 de DiGeorge?
A Síndrome1 de DiGeorge compreende o desenvolvimento anômalo ou deficiente de vários sistemas do corpo. A aparência facial anormal pode incluir um queixo pouco desenvolvido, olhos9 com pálpebras10 “pesadas”, orelhas11 viradas para trás e pequenas anomalias dos lóbulos das orelhas11. Essas características faciais variam muito de pessoa para pessoa e podem não ser proeminentes em muitos pacientes.
Os defeitos cardíacos costumam envolver a aorta12 e a parte do coração13 da qual essa artéria14 se origina, e em alguns pacientes eles podem ser muito leves ou ausentes. O timo15, uma glândula16 localizada no interior do tórax17 atrás do osso esterno18, mais ativo na infância e adolescência, está ausente em alguns pacientes com a Síndrome1 de DiGeorge. O timo15 é crucial para o desenvolvimento e maturação dos linfócitos T ("T" de "Timo15"), parte essencial do sistema imunológico19. Como resultado, o paciente com a Síndrome1 de DiGeorge tem maior suscetibilidade a infecções20 virais, fúngicas21 e bacterianas e exige atenção médica imediata, caso elas ocorram. A maioria dos pacientes, no entanto, tem deficiências menos graves e uma propensão não grave às infecções20.
Paradoxalmente, pacientes com Síndrome1 de DiGeorge costumam desenvolver doença autoimune22 em uma taxa maior do que na população em geral, as mais comuns sendo a púrpura23 trombocitopênica idiopática24, a anemia hemolítica25 autoimune22, a artrite26 autoimune22 e a doença autoimune22 da glândula16 tireoide27. As glândulas28 paratireoides podem estar subdesenvolvidas, causando hipoparatireoidismo. Por isso, pessoas com Síndrome1 de DiGeorge podem ter problemas para manter os níveis sanguíneos normais de cálcio e isso pode levá-las a terem convulsões.
Outras anormalidades incluem a ocorrência de fenda palatina, inadequação da função do palato29, atraso na aquisição da fala e dificuldade de alimentação e deglutição30. Além disso, alguns pacientes apresentam dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais, transtornos psiquiátricos e hiperatividade.
Como o médico diagnostica a síndrome1 de DiGeorge?
O diagnóstico4 precoce da Síndrome1 de DiGeorge pode ser feito com base nos sinais31 e sintomas32 que estão presentes ao nascimento, juntamente com testes genéticos confirmatórios. Em algumas crianças, todas as características clássicas estão ostensivamente presentes ao nascer e o reconhecimento delas pode ser feito desde muito cedo; em outras, o diagnóstico4 só é feito mais tarde na vida, quando um atraso na fala, problemas de alimentação ou doença autoimune22 são percebidos.
Nos últimos anos, o teste genético tem sido mais amplamente utilizado. Alguns bebês33 podem ter traços faciais característicos da síndrome1 e apresentar sinais31 de níveis baixos de cálcio em um exame de sangue34 de rotina, ou o bebê pode ter convulsões em decorrência do cálcio baixo. Um exame físico de rotina pode detectar um sopro cardíaco35 e os bebês33 podem mostrar sinais31 de insuficiência cardíaca36 ou podem ter baixo teor de oxigênio no sangue34 arterial e se mostrarem cianóticos37. Os bebês33 afetados também podem facilmente desenvolver infecções20 devido aos seus baixos níveis de linfócitos T.
Como o médico trata a síndrome1 de DiGeorge?
O tratamento da Síndrome1 de DiGeorge envolve vários especialistas, de diversos campos da saúde38. O tratamento do baixo nível de cálcio pode envolver a suplementação39 do mineral e a reposição do hormônio40 paratireoidiano ausente. O defeito cardíaco pode exigir medicamentos ou cirurgia. Se houver um problema com os linfócitos T, devem ser tomadas precauções especiais, mas a maioria das pessoas com a síndrome1 tem função normal dos linfócitos T e não irão requerer terapia para imunodeficiência41.
O aconselhamento genético é extremamente importante e os testes devem ser oferecidos aos pais e a outros membros da família.
Como evolui a síndrome1 de DiGeorge?
A perspectiva para pessoas com esta síndrome1 depende de cada sistema orgânico afetado. A gravidade da doença cardíaca é o fator determinante mais importante, mas mesmo nela a taxa de mortalidade infantil42 é relativamente baixa, estimada em aproximadamente 4%.
Veja também sobre "Quando uma criança começa a falar", "Fenda Palatina", "Cianose43" e "Insuficiência cardíaca congestiva44".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do NHS – National Health Service UK e da Revista Médica de Minas Gerais.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.