Atrofia cerebral
O cérebro1 normal
O cérebro1 humano é um órgão encerrado dentro da caixa óssea da cabeça2, envolto e protegido pelas membranas meníngeas3, entre as quais circula o líquido cefalorraquidiano4. Ele pesa, em média, cerca de 1,3 kg, o que corresponde apenas a 2% do peso do corporal, porém recebe cerca de 25% do sangue5 bombeado pelo coração6 e consome cerca de 20% do oxigênio gasto para o funcionamento do corpo.
É composto pelas células nervosas7, chamadas neurônios8, que estão em permanentes conexões entre si, e por dois hemisférios – direito e esquerdo – ligados entre si pelo corpo caloso9, e possui partes especializadas (lobos10) que executam funções específicas. Entre muitas outras funções, é responsável pela capacidade de pensamento, movimento voluntário, linguagem, julgamento, percepção, inteligência, consciência e memória.
O que é atrofia11 cerebral?
Atrofia11 cerebral é a perda de neurônios8 e de conexões entre os neurônios8 e diminuição do volume do órgão. Existem dois tipos de atrofia11 cerebral:
- Atrofia11 cerebral focal, se o dano ocorre em uma área restrita do cérebro1, geralmente de início repentino.
- Atrofia11 cerebral generalizada, se o dano atinge todo o cérebro1, quase sempre insidiosa e de evolução lenta.
Essa última forma de atrofia11 acontece como uma decorrência normal do envelhecimento ou de doenças degenerativas12. As pessoas normalmente perdem algumas células13 cerebrais à medida que envelhecem e o volume cerebral também diminui.
Leia sobre "Acidente vascular cerebral14", "Hemorragia15 cerebral" e "Isquemia16 cerebral transitória".
Quais são as causas da atrofia11 cerebral?
Diferentes condições causam atrofia11 cerebral, incluindo:
- paralisia17 cerebral;
- demência18;
- doenças infecciosas;
- doença de Huntington;
- leucodistrofias19;
- esclerose múltipla20;
- derrame21 cerebral;
- sífilis22;
- lesões23 cranianas;
- doença de Alzheimer24.
Alguns fatores contribuem para aumentar as chances de uma pessoa desenvolver atrofia11 cerebral. Entre eles:
- idade avançada;
- história familiar de doenças genéticas e/ou neurológicas;
- traumas na cabeça2 ou no cérebro1;
- beber e/ou fumar sem moderação.
Qual é o substrato fisiopatológico da atrofia11 cerebral?
A redução do volume do cérebro1 ocorre devido à morte parcial de suas células13, acometendo assim as capacidades da pessoa para executar atividades do dia a dia, de memória e de aprendizagem. Normalmente, o cérebro1 humano atinge sua plena maturidade aos 25 anos de idade e o encolhimento dele começa após os 35 anos, a uma taxa de 0,2% ao ano.
Essa taxa se acelera quando o indivíduo atinge 70 anos, de modo que, aos 90 anos, o cérebro1 humano terá sofrido uma perda de 15% do seu peso máximo inicial. No entanto, essa é uma involução normal e só se usa a expressão “atrofia cerebral” quando uma pessoa tem mais alterações cerebrais do que o esperado para a sua idade.
Quais são as características clínicas da atrofia11 cerebral?
Os sintomas25 e a gravidade da atrofia11 cerebral dependem da doença específica e da localização do dano cerebral. A perda de células13 e/ou conexões nervosas pode levar a problemas de pensamento, memória e realização de tarefas cotidianas. Quanto maior for a perda, mais prejuízos a pessoa tem em seu desempenho normal.
Os sintomas25 podem variar de muito leves a muito graves. Em geral, incluem:
- dificuldade em falar e escrever;
- incapacidade de entender o significado das palavras;
- demência18;
- alucinações26;
- perda da memória e da linguagem;
- mudanças de humor e da personalidade;
- julgamentos muito empobrecidos;
- convulsões;
- perda de consciência;
- espasmos27;
- etc.
Veja também sobre "Tabagismo", "Sedentarismo28", "Glicemia29", "Hipertensão arterial30", "Colesterol31 alto" e "Obesidade32".
Como o médico diagnostica a atrofia11 cerebral?
Para diagnosticar a atrofia11 cerebral e a condição subjacente a ela, o médico buscará obter do paciente (ou de um familiar) uma descrição dos sintomas25, um histórico médico e sua história familiar. Além disso, poderá usar testes de coordenação motora, movimento dos olhos33, linguagem, memória e habilidades de resolução de problemas para avaliar a função cerebral.
No que se refere a exames complementares, a tomografia computadorizada34 pode detectar atrofia11 cerebral, mas a ressonância magnética35 é mais sensível em revelar danos que ocorrem em algumas regiões específicas do cérebro1 (dano focal).
Como o médico trata a atrofia11 cerebral?
A atrofia11 cerebral não pode ser revertida, mas nos casos do envelhecimento ou de certas doenças degenerativas12 existem tratamentos que retardam a sua evolução ou auxiliam no controle dela através de medicamentos específicos. O tratamento deve envolver também uma abordagem e gerenciamento do distúrbio subjacente.
Como evolui a atrofia11 cerebral?
A atrofia11 cerebral pode afetar a duração da vida de uma pessoa. Algumas doenças que levam à atrofia11 cerebral são inexoravelmente progressivas, o que significa que o dano cerebral continua sempre a piorar.
Embora a maioria das atrofias36 cerebrais seja irreversível, estudos recentes mostram que nem sempre isso é assim. Estudos longitudinais sugerem que alguns danos cerebrais são parcialmente reversíveis, como pode ocorrer pela abstinência alcoólica em relação aos danos causados ao cérebro1 pelo álcool.
Como prevenir a atrofia11 cerebral?
A prática de atividades intelectuais como estudar, ler, fazer palavras-cruzadas e outras, bem como as atividades físicas aeróbicas, como caminhar, correr e nadar, podem estimular o cérebro1 e prevenir a atrofia11 cerebral ou torná-la mais lenta.
Saiba mais sobre "Diagnóstico37 e tratamento do AVC" e "Angiografia38".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic e do NIH – National Institutes of Health.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.