Síndrome do desfiladeiro torácico
O que é desfiladeiro torácico?
O desfiladeiro torácico é uma região anatômica localizada entre o pescoço1 e o tórax2, por onde passam os nervos do plexo braquial3, as artérias4, demais vasos sanguíneos5 subclávios e vários músculos6, tendões7, ossos e bandas fibróticas. Nesse espaço estão compreendidos o triângulo dos escalenos, o espaço costoclavicular, o espaço retropeitoral menor, além da artéria8 e veia subclávias e dos troncos do plexo braquial3.
Essa região fica entre a primeira costela e a clavícula9 e pode ser palpada em ambos os lados do pescoço1. Esse nome é devido a se parecer com um desfiladeiro na geografia, isto é, um espaço estreito entre duas montanhas.
O que é a síndrome10 do desfiladeiro torácico?
A síndrome10 do desfiladeiro torácico é um quadro clínico que engloba diversas doenças. Devido à complexidade anatômica da região e à profusão das estruturas que transitam por ela, há a possibilidade de que ocorra um aumento da pressão sobre algumas dessas estruturas, devido à compressão de nervos, artérias4 ou veias11 na passagem delas do tórax2 para a axila.
Leia sobre "Síndrome10 do ombro do nadador", "Bursite12" e "Osteomielite13".
Quais são as causas da síndrome10 do desfiladeiro torácico?
O estreitamento do desfiladeiro torácico pode ser causado por alterações na postura, presença de uma costela extra no pescoço1 (costela cervical), alterações nos músculos6 ou sequela14 de fratura15 ou trauma no pescoço1. Muitas pessoas já nascem com alterações dessa natureza; outras adquirem estas alterações durante a vida.
A síndrome10 do desfiladeiro torácico pode ser atribuída, pois, a um ou mais dos seguintes fatores: (1) anormalidades congênitas16, (2) traumas e (3) causas raras adquiridas, como tumores, hiperostoses e osteomielite13.
Quais são as principais características clínicas da síndrome10 do desfiladeiro torácico?
A síndrome10 do desfiladeiro torácico é mais comum em mulheres do que homens e ocorre mais frequentemente entre 20 e 50 anos de idade. Os sintomas17 da síndrome10 do desfiladeiro torácico dependem da estrutura que está sendo comprimida. Existem três tipos principais de sintomas17: (1) neurogênico, (2) venoso e (3) arterial.
O tipo neurogênico é o mais comum e apresenta dor, fraqueza e, ocasionalmente, perda de sensibilidade na base do polegar. O tipo venoso resulta em inchaço18, dor e, possivelmente, uma coloração azulada do braço. O tipo arterial resulta em dor, frieza e palidez do braço.
A síndrome10 do desfiladeiro torácico afeta principalmente os membros superiores, com sinais19 e sintomas17 manifestando-se nos ombros, pescoço1, braços e mãos20. A dor pode estar presente de forma intermitente21 ou permanente. Pode ser uma dor afiada, em “fincada” ou em queimação. Ela pode também envolver apenas uma parte da mão22, pescoço1, área peitoral abaixo da clavícula9, axila e parte superior das costas23. Comumente estão presentes também descoloração das mãos20, uma mão22 mais fria do que a outra, fraqueza dos músculos6 do braço e formigamento.
Pode ser também a causa subjacente do ombro congelado24 e da síndrome10 do túnel do carpo. Pode estar relacionada com a postura da cabeça25 pendente para a frente. O braço dolorido, inchado e azulado, principalmente quando após atividade física extenuante, pode ser o primeiro sinal26 de uma compressão da veia subclávia relacionada a uma compressão ainda desconhecida e complicada por uma trombose27. Quando afeta a artéria8 subclávia, a síndrome10 do desfiladeiro torácico pode dar origem à insuficiência28 arterial cerebrovascular ou a distúrbios visuais e mesmo a cegueira transitória.
Saiba mais sobre "Ombro congelado24" e "Síndrome10 do túnel do carpo".
Como o médico diagnostica a síndrome10 do desfiladeiro torácico?
O diagnóstico29 pode começar pela palpação30 da região do ombro e do pescoço1 com os braços colocados para cima e ser confirmado pelos seguintes exames: radiografias do pescoço1 e tórax2, ultrassonografia31 dúplex, tomografia computadorizada32, ressonância magnética33 e angiografia34.
Um diagnóstico29 diferencial deve ser feito com ruptura do manguito rotador35, distúrbios do disco cervical, fibromialgia36, esclerose múltipla37 e síndrome10 da dor regional complexa.
Como o médico trata a síndrome10 do desfiladeiro torácico?
O tratamento da compressão deve ter por objetivo aliviar os sintomas17 e prevenir complicações, para o quê o médico pode usar medicamentos (geralmente analgésicos38, anti-inflamatórios e relaxantes musculares), postura adequada, fisioterapia39 e, por fim, cirurgia, para remover a causa da compressão. O melhor tratamento varia de caso a caso e depende se a compressão é sobre os nervos ou vasos sanguíneos5, da intensidade dos sintomas17, do grau de compressão e da idade, profissão e hábitos de vida de cada paciente.
Quais são as complicações possíveis da síndrome10 do desfiladeiro torácico?
Se for mantida por longo tempo, a compressão das estruturas do desfiladeiro torácico pode danificar os nervos ou vasos, causando dor, paralisias, aneurismas ou tromboses40.
Veja também sobre "Fisioterapia39" e "Fibromialgia36".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.