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Mama tuberosa - conceito, causas, características clínicas, diagnóstico e tratamento

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O que é a mama1 tuberosa?

As mamas2 tuberosas, ou mamas2 tubulares, são ocorrências raras que resultam de deformidades congênitas3 das mamas2 e podem ocorrer em homens (mais raramente) e mulheres, em uma mama1 ou em ambas, com diferentes graus de acometimento e que se manifestam quando as mamas2 começam a crescer, por volta da puberdade, conferindo a elas um aspecto tubular.

Quais são as causas da mama1 tuberosa?

A causa exata dessa malformação4 ainda não é clara. A hipótese mais aceita é que ela seja de natureza congênita5, já presente no momento do nascimento, embora só se manifeste quando do crescimento mais acentuado das mamas2, na puberdade. Um estudo de 2011 sugeriu uma ligação genética em um distúrbio de deposição de colágeno6.

Leia sobre "Ginecomastia7", "Galactorreia8", "Mastalgia9" e "Mamoplastia10".

Qual é o substrato fisiopatológico da mama1 tuberosa?

As mamas2 tuberosas são consequência de uma malformação4 que afeta a estrutura de uma ou de ambas as mamas2. Atinge mulheres do mundo inteiro, as quais, em muitos casos, podem ter o distúrbio de forma mais discreta ou nem saber que o possuem. Durante a puberdade, o desenvolvimento das mamas2 é bloqueado e elas não se desenvolvem normal e totalmente.

Embriologicamente, o desenvolvimento da mama1 começa a partir do ectoderma11 na quinta semana de vida intrauterina e é completado na puberdade. A fáscia superficial12 que recobre os músculos13 mamários é a principal estrutura responsável pela formação dos seios14 cônicos normais. A formação dos seios14 tuberosos decorre da falta da seção superior da fáscia superficial12 e de uma fáscia15 mais grossa e resistente na parte inferior das mamas2, abaixo dos mamilos16. Como resultado, o desenvolvimento mamário é alterado.

Especialmente nos quadrantes inferiores ocorrem hipoplasia17 do tecido18 mamário e elevação do sulco infra-mamário. Então, o tecido18 mamário aprisionado se projeta através da pele19 menos resistente da aréola mamária. Essas mudanças alteram a conformação dos seios14, que adquirem um aspecto tubular, ao invés do aspecto cônico natural.

Quais são as características clínicas da mama1 tuberosa?

As mamas2 tuberosas usualmente são assimétricas, com diferenças de tamanho, peso, formato, posição, etc., e podem causar sérios desconfortos às mulheres, afetando inclusive a sua autoestima. Dentre as alterações observadas, encontram-se: ausência ou diminuição da parte inferior das mamas2, causando um formato tubular das mesmas; tamanho menor do que as mamas2 normais; seios14 em geral muito lateralizados e flácidos; aumento de volume da aréola.

Alterações no formato da mama1, no caso de mama1 tuberosa, podem interferir na amamentação20. Não são condições limitantes, porém, a cirurgia para correção da deformidade pode ser mais agressiva e prejudicar em maior grau a amamentação20.

Como o médico diagnostica a mama1 tuberosa?

O diagnóstico21 geralmente é feito pela própria púbere que observa que suas mamas2 estão crescendo diferentemente do esperado e em comparação com suas amigas da mesma idade. Ao médico cabe confirmar o problema, dar nome a ele e indicar as possíveis soluções.

Como o médico trata a mama1 tuberosa?

O tratamento para mamas2 tuberosas é uma cirurgia plástica, com a colocação de uma prótese22 de silicone ou de gordura23 da própria paciente, indicada para muitas mulheres que tenham graus variáveis dessa condição, a qual esteja causando baixa autoestima e constrangimentos.

A cirurgia para correção da mama1 tuberosa é feita sob anestesia24 geral e consiste na realização de uma remodelação glandular. Especificamente, o tratamento vai depender do grau de deformação da mama1, assim como do seu volume. Geralmente é necessário colocar a prótese22 de silicone ou de gordura23 para preencher e dar volume, bem como melhorar o formato das mamas2. A cirurgia para correção de mamas2 tuberosas dura de 3 a 4 horas.

Outro tipo de tratamento para corrigir o problema é a mastopexia, uma cirurgia que consiste em reverter o caimento e flacidez das mamas2, reposicionando a aréola e melhorando a simetria.

Como em outras cirurgias da mama1, a paciente deve guardar repouso por 30 dias, abster-se de atividades físicas, de levantar os braços acima dos ombros, evitar carregar pesos, usar sutiãs pós-cirúrgicos, dormir de barriga para cima e proteger-se do sol para evitar manchas permanentes.

Veja também sobre "Doença fibrocística da mama1", "Mamas2 caídas - o que pode ser feito", "Mastite25" e "Abscesso26 da mama1".

Como evolui a mama1 tuberosa?

Nos casos mais benignos, os resultados são muito bons e as mamas2 passam a ter uma aparência normal. Também é possível obter bons resultados nos casos mais severos, mas como eles podem demandar uma segunda cirurgia, implicam em uma segunda cicatriz27. De qualquer forma, o resultado final só pode ser apreciado 12 a 18 meses após a cirurgia, quando as cicatrizes28 já clarearam.

Quais são os riscos e complicações possíveis com a mama1 tuberosa?

Os riscos da cirurgia para correção de mamas2 tuberosas são os mesmos de todas as cirurgias nas mamas2 e variam de acordo com características específicas de cada paciente, como por exemplo: idade, comorbidades29, peso corporal, tabagismo, uso de medicamentos, fatores genéticos, entre outros. Os riscos cirúrgicos específicos são muito baixos e incluem sangramentos, hematomas30, má cicatrização, deiscência31, necrose32, alteração de sensibilidade nas aréolas e dificuldade para amamentar.

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.

ABCMED, 2021. Mama tuberosa - conceito, causas, características clínicas, diagnóstico e tratamento. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/1397295/mama-tuberosa-conceito-causas-caracteristicas-clinicas-diagnostico-e-tratamento.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
2 Mamas: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
3 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
4 Malformação: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
5 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
6 Colágeno: Principal proteína fibrilar, de função estrutural, presente no tecido conjuntivo de animais.
7 Ginecomastia: Aumento anormal de uma ou ambas as glândulas mamárias no homem. Associa-se a diferentes enfermidades como cirrose, tumores testiculares, etc. Em certas ocasiões ocorrem de forma idiopática.
8 Galactorréia: Secreção mamária anormal de leite fora do período de amamentação. Pode ser produzida por distúrbios hormonais ou pela ação de medicamentos.
9 Mastalgia: Dor nas mamas. Costuma ser um distúrbio benigno em mulheres jovens devido a um desequilíbrio hormonal durante o ciclo menstrual. Mas, pode ter outras causas.
10 Mamoplastia: Cirurgia estética no seio; mastoplastia.
11 Ectoderma: A mais externa das três camadas germinativas de um embrião.
12 Fáscia Superficial: Tecido conectivo frouxo (localizado sob a DERME), que liga a PELE fracamente aos tecidos subjacentes. Pode conter uma camada (pad) de ADIPÓCITOS, que varia em número e tamanho, conforme a área do corpo e o estado nutricional, respectivamente.
13 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
14 Seios: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
15 Fáscia: Fáscia é uma bainha, uma folha ou qualquer outra agregação dissecável de tecido conjuntivo que se forma sob a pele para anexar, fechar e separar músculos e outros órgãos internos. Ela é composta de tecidos conectivos fibrosos, moles, colágenos, soltos e densos espalhados por todo o corpo. O sistema fascial interpenetra e envolve todos os órgãos, músculos, ossos e fibras nervosas, dotando o corpo de uma estrutura funcional e proporcionando um ambiente que permite que todos os sistemas corporais operem de forma integrada.
16 Mamilos: Órgãos cônicos os quais usualmente fornecem passagem ao leite proveniente das glândulas mamárias.
17 Hipoplasia: Desenvolvimento defeituoso ou incompleto de tecido ou órgão, geralmente por diminuição do número de células, sendo menos grave que a aplasia.
18 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
19 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
20 Amamentação: Ato da nutriz dar o peito e o lactente mamá-lo diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural. Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar; lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento, mas há outras formas.
21 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
22 Prótese: Elemento artificial implantado para substituir a função de um órgão alterado. Existem próteses de quadril, de rótula, próteses dentárias, etc.
23 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
24 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
25 Mastite: Inflamação da mama. Manifesta-se por dor, secreção purulenta pelo mamilo, vermelhidão local e febre. Geralmente é produzida durante o puerpério, na amamentação, por infecção bacteriana.
26 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
27 Cicatriz: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
28 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
29 Comorbidades: Coexistência de transtornos ou doenças.
30 Hematomas: Acúmulo de sangue em um órgão ou tecido após uma hemorragia.
31 Deiscência: 1. Em medicina, é uma abertura espontânea de suturas cirúrgicas. Pode ocorrer na pele e em outras regiões do corpo. 2. Em botânica, é o fenômeno em que um órgão vegetal (fruto, esporângio, antera etc.) abre-se naturalmente ao alcançar a maturação.
32 Necrose: Conjunto de processos irreversíveis através dos quais se produz a degeneração celular seguida de morte da célula.
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