Dificuldades para emagrecer
O que são as dificuldades para emagrecer?
É muito comum que as pessoas acima do peso ideal tentem fazer algo para emagrecer, seja por motivos estéticos, de qualidade de vida ou por uma questão de saúde1. Em geral, as tentativas consistem numa combinação de dietas com exercícios físicos. Algumas pessoas conseguem atingir os objetivos programados; outras não. Há também aquelas pessoas que depois de emagrecer o desejado retornam aos seus hábitos iniciais, voltando a ganhar peso.
Por isso, é necessário mais do que uma dieta. Apenas com uma reeducação alimentar que se torne permanente e com atividades físicas que passem a fazer parte da rotina por toda a vida é possível perder peso e manter o peso corporal sob controle.
Motivos de ordem geral que levam a dificuldades para emagrecer
Dentre os motivos de insucesso na tentativa de emagrecer, o primeiro a ser analisado deve ser a autossabotagem mais ou menos inconsciente, ou seja, se a pessoa não está incidindo num autoengano e, embora diga que está tentando perder peso, na verdade não está seguindo corretamente o programa de dietas e exercícios que estabeleceu para si.
Ademais, quando a pessoa realiza uma dieta restritiva por muito tempo, ocorre diminuição do metabolismo2, podendo atingir o efeito platô, dificultando a perda de peso. Esse efeito é caracterizado por um novo equilíbrio entre o consumo calórico e o gasto de energia, indicando que o corpo já se adaptou à nova rotina alimentar e de atividades, atingindo um efeito de manutenção do peso (platô).
A distribuição da gordura3 corporal pode ser um dos fatores que dificulta (mas não impede!) a perda de peso. Quando a massa gorda4 se localiza no quadril ou nas coxas5, a dificuldade da pessoa perder peso é maior. Mesmo fazendo dietas e atividades físicas, essas pessoas têm mais dificuldade em perder peso do que as pessoas que têm a gordura3 localizada no abdômen.
A genética é outra causa possível da dificuldade de emagrecer, e grande parte dos casos de obesidade6 está relacionada a esse fator. A pessoa que tem uma propensão genética à obesidade6 apresenta facilidade para ganhar peso e dificuldade para perdê-lo.
A balança é de grande ajuda na avaliação do emagrecimento, mas não é a única coisa com a qual se deve contar. Nas pessoas que começaram a se exercitar recentemente, é possível que ocorra o ganho de massa muscular ao mesmo tempo em que se perde gordura3 e, embora essa mudança seja benéfica, a balança não a acusa. As roupas mais folgadas, as medidas de circunferência de partes do corpo, o olhar de outras pessoas próximas e até mesmo o espelho também dão indicações seguras para saber se a pessoa está emagrecendo ou não. Além disso, os especialistas dispõem de recursos para avaliar separadamente as massas gorda e magra do corpo. Isso sem falar que a própria pessoa passa a se sentir melhor e mais confortável quando emagrece.
Veja sobre "Compulsão alimentar", "Cálculo7 do IMC8" e "O perigo dos remédios para emagrecer".
Motivos específicos para a dificuldade de emagrecer
Há outros motivos mais específicos para que a pessoa tenha dificuldades de perder peso, mesmo seguindo rigorosamente seu programa:
- Pular o café da manhã. O café amanhã é uma refeição muito importante e deve ser tomado até uma hora após acordar. Durante o sono, o corpo terá gastado uma energia para manter o organismo em funcionamento, energia esta que deve ser reposta pela manhã. Se a pessoa nada come pela manhã, o corpo diminui a queima de gordura3 para tentar conservar energia e torna o metabolismo2 mais lento, dificultando o emagrecimento.
- Ingerir mais calorias9 do que gasta. Isso pode acontecer mesmo com uma alimentação saudável, se a pessoa comer quantidades acima do que é recomendado. O correto é consultar um nutricionista10 para saber quais alimentos devem ser consumidos e em quais quantidades. Esse balanço é algo individual, pois a quantidade de calorias9 que deve ser ingerida para emagrecer depende do metabolismo2 basal de cada indivíduo.
- Comer muito à noite. A pessoa deve evitar comer fartamente à noite, sobretudo alimentos muito gordurosos e de difícil digestão11; além de fornecer calorias9 a mais para o corpo, comer à noite deixa o metabolismo2 mais lento, tornando a queima de gorduras um processo mais difícil. O jantar deve dar-se a pelo menos 3 horas antes de dormir e ser o mais frugal e saudável possível. Se for necessário comer algo mais, a pessoa deve fazer um lanche leve, por exemplo, com gelatina ou fruta.
- Não dormir de 7 a 9 horas por noite. Um sono longo ajuda a emagrecer. Durante o sono são produzidas quantidades maiores dos hormônios do crescimento e leptina12, os quais estimulam o ganho de massa muscular, o aumento do metabolismo2 e a queima de gorduras, além de promover sensação de saciedade. O cansaço e o estresse de não dormir o suficiente aumentam os níveis do hormônio13 cortisol, dificultando a perda de peso.
- Não se exercitar regularmente. Ao não praticar exercícios, o metabolismo2 fica mais lento e o gasto de energia pelo corpo diminui, dificultando a queima de calorias9 e a perda de peso. As atividades físicas devem ser feitas diariamente, intercalando exercícios aeróbicos (como caminhada, corrida, natação ou ciclismo) com treinamento de força e resistência (como a musculação) para acelerar o metabolismo2, ganhar massa muscular e aumentar a queima de gordura3 – que são essenciais para a perda de peso.
- Beber pouca água. Manter o corpo bem hidratado contribui para acelerar o metabolismo2 e queimar calorias9. Além disso, a água ajuda a transportar nutrientes e oxigênio para manter as funções das células14, manter o funcionamento do intestino e atuar na digestão11 dos alimentos. Ademais, a água não tem calorias9 e ajuda a manter o estômago15 cheio. O desejável é que a pessoa consuma de 1,5 a 3 litros de água por dia.
- Desequilíbrio dos hormônios. O desequilíbrio hormonal, principalmente quando os hormônios da tireoide16 T3 e T4 estão diminuídos, deixam o metabolismo2 e o gasto de energia mais lentos, dificultando a perda de peso mesmo quando a pessoa faz dieta e exercícios físicos. Muitas pessoas têm hipotireoidismo17 e sequer sabem, já que ele pode se assintomático a princípio. Também o estrógeno18 tem um papel importante na queima de calorias9. Quando a mulher entra na menopausa19 e tem uma baixa desse hormônio13, passa a ter mais dificuldade de emagrecer. Antes de iniciar um programa de emagrecimento, a pessoa deve consultar um endocrinologista20.
- Estresse e ansiedade. O estresse e a ansiedade elevam a produção de cortisol, um hormônio13 que aumenta o acúmulo de gordura3 no organismo e deixa o metabolismo2 mais lento, sendo um motivo para não se conseguir emagrecer. Por isso, tentar controlar o estresse e a ansiedade é um importante fator para a perda de peso. Algumas vezes, uma psicoterapia pode ser necessária para controlar a ansiedade.
Quais são os vilões do emagrecimento?
Quem está implementando um programa de emagrecimento deve evitar:
- dormir pouco;
- comer sem prestar atenção e sem mastigar bem;
- ingerir líquidos durante as refeições;
- pular o café da manhã;
- não beber bastante água;
- alimentos processados21;
- guloseimas em geral;
- cereais matinais açucarados;
- bolos e misturas para bolo;
- margarina;
- barras de cereal;
- sopa;
- macarrão;
- molhos prontos;
- refrescos e refrigerantes;
- iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados;
- bebidas energéticas;
- produtos congelados e prontos para aquecimento;
- pães;
- bolachas e biscoitos feitos com gordura3 vegetal hidrogenada;
- açúcar22;
- amido;
- soro23.
Leia também sobre "Como 'perder a barriga'", "Como saber seu peso ideal", "Diferenças entre fome e vontade de comer" e "Dicas para emagrecer".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.