Gostou do artigo? Compartilhe!

Vectoeletronistagmografia - Como é o exame?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é vectoeletronistagmografia?

A vectoeletronistagmografia (VENG), popularmente chamada de exame do labirinto1, é um exame otoneurológico baseado no mesmo princípio do eletroencefalograma2 e do eletrocardiograma3, em que são utilizados eletrodos para captar estímulos elétricos que avaliam a função vestibular4, responsável pelo equilíbrio, por meio do registro dos movimentos oculares involuntários (nistagmos).

O exame avalia minuciosamente queixas relacionadas às famosas crises de labirintites5, visando identificar se o problema é de origem periférica ou central. Tem também como objetivo investigar a presença de outras doenças no labirinto1, no cerebelo6 e no tronco cerebral7.

Diferentemente da eletromiografia8, que só permite a observação dos nistagmos horizontais, a VENG permite a observação de nistagmos verticais e oblíquos.

Por que fazer uma vectoeletronistagmografia?

A VENG é um exame otoneurológico feito para analisar o sistema vestibular9, o sistema visual/ocular e o sistema proprioceptivo10 das pessoas. A análise computadorizada dos nistagmos é de fundamental importância no diagnóstico11 das doenças vestibulares12. Assim, ele serve para diagnosticar doenças que afetam o labirinto1 e o equilíbrio, chamadas erroneamente de "labirintites5".

O paciente tributário desse exame é aquele que apresenta sintomas13 como:

Ele pode ter esses sintomas13 estudados pelo exame, para, então, possibilitar um tratamento adequado e mais efetivo.

Como é realizada a vectoeletronistagmografia?

A VENG é um exame relativamente simples, indolor e bem tolerado, que consiste em uma série de exames e testes para analisar a função do labirinto1 e determinar possíveis lesões20. Cada exame avalia uma função do labirinto1 ou dos sistemas associados, com vistas a um melhor diagnóstico11.

Como preparo para o exame, o paciente não deve estar com dor ou secreção no canal do ouvido, nem obstrução por cera. Nas 48 horas antecedentes, o paciente deve evitar tomar café, chá, chocolate, refrigerante e bebidas alcoólicas, não deve fumar e não deve usar medicamentos para tonteira, antidepressivos, calmantes e remédios para enjoo, além de ser observado um jejum de pelo menos 6 horas.

O exame começa por uma história dos sintomas13 e queixas do paciente e com um exame físico, em que são avaliadas as funções de equilíbrio estático e dinâmico através de alguns exercícios e manobras. Logo após, coloca-se eletrodos no rosto do paciente, próximos aos olhos21, na região temporal direita, temporal esquerda e frontal. A pele22 da testa e das regiões laterais próximas aos olhos21 deve ser previamente higienizada.

O paciente ficará sentado em frente a uma barra onde acenderão pontos luminosos que o paciente deverá perseguir com os olhos21, mantendo sempre a cabeça18 e o pescoço23 parados. O exame captará seus movimentos oculares e seus nistagmos, com e sem estímulos visuais, os quais serão registrados por um computador e posteriormente avaliados pelo médico especialista.

O exame é divido em duas partes:

  1. Provas oculomotoras, em que serão analisados os movimentos oculares enquanto o paciente acompanha os estímulos luminosos na barra.
  2. Prova calórica, em que serão analisados os movimentos oculares enquanto os ouvidos são expostos ao ar (ou água) quente e/ou frio, que estimula de forma diversa o labirinto1.

Os movimentos são registrados em gráficos num computador e comparados com padrões considerados normais.

O paciente deve cooperar, não se movimentando nem contraindo a face24. O exame é indolor e dura em torno de 40 a 60 minutos. Eventualmente, podem ocorrer tonteiras, náuseas16 e desconfortos de leves a moderados (geralmente discretos), que são passageiros. Após o exame, as pessoas podem retomar às suas atividades normais.

Leia sobre "Vertigem14 posicional paroxística benigna", "Zonzeira é comum e precisa ser avaliada", "Zumbido ou Tinnitus25" e "Doença de Ménière".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Centro de Otorrino BH e do Hospital São Luiz - Rede D’Or.

ABCMED, 2023. Vectoeletronistagmografia - Como é o exame?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/1432975/vectoeletronistagmografia-como-e-o-exame.htm>. Acesso em: 17 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Labirinto: 1. Vasta construção de passagens ou corredores que se entrecruzam de tal maneira que é difícil encontrar um meio ou um caminho de saída. 2. Anatomia: conjunto de canais e cavidades entre o tímpano e o canal auditivo, essencial para manter o equilíbrio físico do corpo. 3. Sentido figurado: coisa complicada, confusa, de difícil solução. Emaranhado, imbróglio.
2 Eletroencefalograma: Registro da atividade elétrica cerebral mediante a utilização de eletrodos cutâneos que recebem e amplificam os potenciais gerados em cada região encefálica.
3 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
4 Vestibular: 1. O sistema vestibular é um dos sistemas que participam do equilíbrio do corpo. Ele contribui para três funções principais: controle do equilíbrio, orientação espacial e estabilização da imagem. Sintomas vestibulares são aqueles que mostram alterações neste sistema. 2. Exame que aprova e classifica os estudantes a serem admitidos nos cursos superiores.
5 Labirintites: Doença que pode acometer tanto o equilíbrio, quanto a parte auditiva. Os órgãos responsáveis pelo equilíbrio e pela audição estão situados no ouvido interno e se comunicam com o sistema nervoso central através dos nervos da audição e do nervo vestibular. Doenças infecciosas, inflamatórias, tumorais e alterações genéticas podem ocasionar alterações nessas estruturas anatômicas. Além da vertigem, a labirintite pode apresentar manifestações neurovegetativas - náuseas, vômitos, sudorese e alterações gastrintestinais como também estar associada a manifestações auditivas - perda de audição, sensação de ouvido cheio ou tapado e zumbido.
6 Cerebelo: Parte do encéfalo que fica atrás do TRONCO ENCEFÁLICO, na base posterior do crânio (FOSSA CRANIANA POSTERIOR). Também conhecido como “encéfalo pequeno“, com convoluções semelhantes àquelas do CÓRTEX CEREBRAL, substância branca interna e núcleos cerebelares profundos. Sua função é coordenar movimentos voluntários, manter o equilíbrio e aprender habilidades motoras.
7 Tronco Cerebral: Parte do encéfalo que conecta os hemisférios cerebrais à medula espinhal. É formado por MESENCÉFALO, PONTE e MEDULA OBLONGA.
8 Eletromiografia: Técnica voltada para o estudo da função muscular através da pesquisa do sinal elétrico que o músculo emana, abrangendo a detecção, a análise e seu uso.
9 Sistema vestibular: O sistema vestibular é um dos sistemas que participam do equilíbrio do corpo. Ele contribui para três funções principais: controle do equilíbrio, orientação espacial e estabilização da imagem.
10 Proprioceptivo: Capaz de receber estímulos provenientes dos músculos, dos tendões e de outros tecidos internos. Diz respeito à orientação dos membros e do corpo no espaço.
11 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
12 Vestibulares: O sistema vestibular é um dos sistemas que participam do equilíbrio do corpo. Ele contribui para três funções principais: controle do equilíbrio, orientação espacial e estabilização da imagem. Sintomas vestibulares são aqueles que mostram alterações neste sistema.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Vertigem: Alucinação de movimento. Pode ser devido à doença do sistema de equilíbrio, reação a drogas, etc.
15 Tonturas: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
16 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
17 Cinetose: Doença do movimento. Acomete pessoas que em determinadas condições de movimento apresentam manifestações neurovegetativas caracterizadas por tonturas, náuseas e vômitos.Está relacionada com a enxaqueca. Crianças e jovens com esse tipo de problema, geralmente, na idade adulta ou na puberdade, têm crises de enxaqueca. É causada por uma perturbação no reconhecimento do movimento feito pelo sistema vestibular, pois o corpo está parado, mas o ambiente está em movimento, gerando conflito de informações e perturbação do equilíbrio corporal.
18 Cabeça:
19 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
20 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
21 Olhos:
22 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
23 Pescoço:
24 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
25 Tinnitus: Pode ser descrito como um som parecido com campainhas no ouvido ou outros barulhos dentro da cabeça que são percebidos na ausência de qualquer fonte de barulho externa.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.