O que é a Doença de Ménière?
O que é a Doença de Ménière?
A doença de Ménière se caracteriza por um aumento crônico1 e progressivo da pressão do líquido no interior do labirinto2 (parte do ouvido interno3). Seu nome foi dado em homenagem ao médico francês Prosper Ménière, quem primeiro descreveu a condição. Geralmente esse aumento de pressão ocorre apenas em um dos lados do ouvido (90% dos casos), mas pode ocorrer em ambos os lados. Como no labirinto2 tanto há células4 auditivas quanto células4 responsáveis pelo equilíbrio, a doença causa transtornos nessas duas áreas da fisiologia5, podendo levar à perda da audição. Sinais6 e sintomas7 semelhantes podem ocorrer também nos distúrbios cardiovasculares ou na arterioesclerose8 cerebral. A verdadeira doença de Ménière cursa com alterações histopatológicas típicas no labirinto2, o que essas outras alterações não têm. Entretanto, é costumeiro usar-se a denominação síndrome9 de Ménière para todas as vertigens10 labirínticas, mesmo quando não associadas àquelas alterações. Nesses casos também se usa falar labirintite11. Embora a doença de Ménière não seja a mesma coisa que a labirintite11, pode ser causa dela.
Labirintite11 é um termo popularmente usado para referir-se a um conjunto de sintomas7 que partem do labirinto2, como tonturas12, falta de equilíbrio, zumbido, etc. Comumente fala-se de síndrome9 de Ménière ou de labirintite11 quando as crises são esporádicas e sem sequência e o problema não é crônico1. A doença de Ménière se refere a crises labirínticas repetitivas sem uma condição subjacente determinante.
Quais são as causas da Doença de Ménière?
Ainda não se conhece com precisão as causas da doença ou da síndrome9 de Ménière, mas sabe-se da relação entre o problema e algumas doenças sistêmicas como diabetes13, hipertensão arterial14, enxaqueca15, doenças autoimunes16 e infecção17 pelo vírus18 do herpes. Pessoas que atravessaram uma grande variação de pressão atmosférica ou que sofreram trauma no crânio19 podem apresentar sintomas7 da síndrome9 de Ménière.
Quais são os principais sinais6 e sintomas7 da Doença de Ménière?
Os sinais6 e sintomas7 mais comuns da doença ou síndrome9 de Ménière aparecem durante as crises e são: vertigens10 e perda do equilíbrio, zumbidos no ouvido, náuseas20, vômitos21 e perda auditiva. O zumbido em geral é de baixa intensidade e referido como um murmúrio ou ronco; a surdez é do tipo de recepção; a vertigem22 quase sempre é tardia e tem início súbito, durando minutos ou horas. O início da doença é mais comum na meia-idade e se não tratada pode persistir indefinidamente.
Como o médico diagnostica a Doença de Ménière?
O diagnóstico23 da doença de Ménière deve ser feito com base na história clínica e nos sinais6 e sintomas7 exibidos pelos pacientes. Segundo a Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça24 e Pescoço25, três sintomas7 são essenciais para estabelecer o diagnóstico23:
- Crises de vertigem22 rotatória com duração mínima de 20 minutos cada uma.
- Perda auditiva demonstrada por uma audiometria26.
- Zumbido ou pressão no ouvido.
Como o médico trata a Doença de Ménière?
A doença de Ménière não tem uma cura cabal e definitiva. O tratamento mais imediato consiste em tentar controlar, através de remédios, os desagradáveis sintomas7 das crises. Em sequência, deve-se tentar tratar ou controlar as causas delas. Se for possível identificar as causas, o tratamento pode evitar as crises. A perda auditiva permanente deve ser corrigida com aparelho auditivo. Em raros casos de manifestações intensas da doença de Ménière, em que não há melhora clínica, pode ser feita uma cirurgia de descompressão27 do líquido que circula dentro do labirinto2, mas esta cirurgia não tem resultados garantidos.
Como evolui a Doença de Ménière?
A repetição das crises pode tornar a indivíduo incapacitado para suas tarefas cotidianas.
Se as crises forem frequentes e mal controladas, o paciente pode ter perda progressiva de audição, sendo necessário o uso de aparelho auditivo.
Após certo número de crises sucessivas, o zumbido no ouvido pode tornar-se permanente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.