Vertigem posicional paroxística benigna
O que é vertigem1 posicional paroxística benigna?
A vertigem1 posicional paroxística benigna é uma sensação súbita de que pessoa está girando ou que o interior da cabeça2 está girando.
Quais são as causas da vertigem1 posicional paroxística benigna?
Muitas vezes, não há causa conhecida para a vertigem1 posicional paroxística benigna e ela é então chamada idiopática3. Quando uma causa pode ser determinada, ela é frequentemente associada a um golpe na cabeça2. Causas menos comuns incluem distúrbios que danificam o ouvido interno4 ou, raramente, danos que ocorrem durante cirurgia do ouvido ou durante o posicionamento prolongado sobre as costas5, como em uma cadeira de dentista, por exemplo. Ela também tem sido associada a enxaquecas6.
Ela pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente em pessoas com 50 anos ou mais, sendo mais comum em mulheres do que em homens. Uma lesão7 na cabeça2 ou qualquer outro distúrbio dos órgãos do equilíbrio do ouvido pode tornar a pessoa mais suscetível à vertigem1 posicional paroxística benigna.
Saiba mais sobre "Enxaqueca8", "Labirintite9" e "Doença de Ménière".
Qual é o mecanismo fisiopatológico da vertigem1 posicional paroxística benigna?
A vertigem1 posicional paroxística benigna é um problema mecânico no ouvido interno4. Ocorre quando alguns dos cristais de carbonato de cálcio, que são normalmente incorporados ao gel no utrículo (um dos órgãos do equilíbrio: bolsa oval localizada no ouvido interno4), se desalojam e migram para um ou mais dos três canais semicirculares cheios de fluido, onde não deveriam estar. Quando um número suficiente dessas partículas se acumula em um dos canais, elas interferem no movimento normal do fluido que esses canais usam para sentir o movimento da cabeça2, fazendo com que a orelha interna10 envie sinais11 falsos ao cérebro12.
O fluido nos canais semicirculares normalmente não reage à gravidade. No entanto, os cristais se movem por gravidade, movendo, assim, o fluido quando normalmente ele estaria parado. Quando o fluido se move, terminações nervosas no canal são excitadas e enviam uma mensagem para o cérebro12 que a cabeça2 está se movendo, mesmo que não esteja. Essa informação falsa não combina com o que a outra orelha13 está sentindo, com o que os olhos14 estão vendo ou com o que os músculos15 e articulações16 estão fazendo, e essa informação desencontrada é percebida pelo cérebro12 como uma sensação de tontura17 ou vertigem1, que normalmente dura menos de um minuto. Entre as vertigens18, algumas pessoas sentem-se livres de sintomas19, enquanto outras sentem uma leve sensação de desequilíbrio.
Quais são as principais características clínicas da vertigem1 posicional paroxística benigna?
O nome da síndrome20 de vertigem1 posicional paroxística benigna já descreve suas principais características clínicas:
- Vertigem1 quer dizer uma falsa sensação de movimento rotacional (tontura17).
- Posicional significa que o quadro é desencadeado por certas posições ou movimentos da cabeça2.
- Paroxística porque ocorre em episódios repentinos e breves.
- Benigna porque não representa uma ameaça à vida.
A tontura17 gerada pela vertigem1 posicional paroxística benigna é breve e desencadeada por mudanças específicas na posição da cabeça2. Isso pode ocorrer quando a pessoa inclina a cabeça2 para cima ou para baixo, quando se deita, quando se vira ou se senta na cama. Se a pessoa estiver de pé e sem apoio poderá sofrer uma queda, com todas as consequências que possam advir daí.
Como o médico diagnostica a vertigem1 posicional paroxística benigna?
Para estabelecer o diagnóstico21 da vertigem1 posicional paroxística benigna, o médico pode fazer uma série de testes físicos para determinar a causa da tontura17. Ele pode ainda solicitar testes adicionais, tais como eletronistagmografia ou videonistagmografia, com o objetivo de detectar movimentos oculares anormais e que podem ajudar a determinar se a tontura17 é causada por doenças do ouvido interno4, ao medir movimentos involuntários dos olhos14 enquanto a cabeça2 é colocada em posições diferentes ou os órgãos do equilíbrio são estimulados com água ou ar. A ressonância magnética22 também pode ser realizada para descartar outras possíveis causas de vertigem1.
Para diferenciar a vertigem1 posicional paroxística benigna de outras condições assemelhadas, é importante saber que ela NÃO causa uma tontura17 constante, NÃO afeta a audição, NÃO produz desmaios, dor de cabeça2 ou sintomas19 neurológicos como dormência23, “alfinetadas”, dificuldade para falar ou para coordenar os movimentos.
Leia sobre "Tontura17", "Mitos e verdades sobre dor de cabeça2" e "Distúrbios do equilíbrio".
Como o médico trata a vertigem1 posicional paroxística benigna?
A vertigem1 posicional paroxística benigna pode desaparecer por conta própria, dentro de algumas semanas ou meses, mas para ajudar a aliviá-la mais cedo o médico pode tratá-la com uma série de movimentos da cabeça2, conhecidos como procedimentos de reposicionamento canalítico (reposicionamento de canal).
Esses procedimentos podem ser realizados em consultório e consistem em vários movimentos simples e lentos da cabeça2, visando mover as partículas dos canais semicirculares do ouvido. Se eles forem ensinados aos pacientes, poderão ser feitos em casa. Estes procedimentos são eficazes após um ou dois tratamentos. Em situações muito raras, em que esses procedimentos não se mostrem eficazes, o médico pode recomendar uma cirurgia em que um tampão ósseo é usado para bloquear a parte do ouvido interno4 que está causando tontura17.
Como evolui a vertigem1 posicional paroxística benigna?
Infelizmente, trata-se de uma condição que pode recorrer periodicamente com taxas tão altas quanto 50% em 5 anos, especialmente naqueles casos relacionados a traumas.
Quais são as complicações possíveis da vertigem1 posicional paroxística benigna?
Embora a vertigem1 posicional paroxística benigna seja desconfortável, raramente causa complicações. As complicações mais temidas são as consequências de quedas eventualmente sofridas.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.