Eletromiografia - entenda mais sobre este exame
O que é eletromiografia1?
Eletromiografia1 (EMG) é o registro da atividade elétrica no músculo e deve ser considerada como uma extensão do exame clínico. Ela é uma técnica de monitoramento da atividade elétrica das membranas excitáveis das células musculares2, representando os potenciais de ação deflagrados por meio da leitura da tensão elétrica ao longo do tempo.
Pode detectar anormalidades como desnervação3 crônica ou fasciculações4 no músculo clinicamente normal. Pode, ao determinar a distribuição de anormalidades neurogênicas, diferenciar nervo focal, plexo ou patologia5 radicular e pode fornecer evidência de suporte da fisiopatologia6 da neuropatia periférica7, seja degeneração8 axonal ou desmielinização.
Saiba mais sobre Neuropatia periférica7", "Doenças desmielinizantes9" e "Nevralgia ou neuralgia10".
Como se realiza a eletromiografia1?
Como preparação para a EMG, o paciente deve informar ao médico sobre quaisquer medicamentos que esteja tomando, bem como se tem algum distúrbio de sangramento ou se usa marcapasso11 ou desfibrilador implantável. Antes do exame, deve evitar fumar por pelo menos três horas antes do procedimento, tomar banho para remover qualquer oleosidade da pele12, não aplicar loções ou cremes após se lavar e usar um vestido fornecido pelo hospital antes do procedimento.
O paciente então será solicitado a deitar-se em uma mesa de exame ou a sentar-se em uma cadeira reclinada. O médico pode pedir para que ele mude para posições diferentes durante o procedimento. A EMG é então realizada usando-se um instrumento chamado eletromiógrafo para produzir um registro chamado eletromiograma.
O eletromiógrafo detecta o potencial elétrico gerado pelas células musculares2 quando elas são ativadas elétrica ou neurologicamente. Os sinais13 podem ser analisados para detectar anormalidades médicas, nível de ativação ou ordem de recrutamento, ou para analisar a biomecânica do movimento humano ou animal. As gravações são feitas com um eletrodo de agulha descartável inserido no músculo.
A análise das formas de onda e das taxas de disparos e impulsos de um único neurônio motor ou de várias unidades de neurônios14 motores pode fornecer informações de diagnóstico15. O músculo normal em repouso é silencioso, mas os leitores da eletromiografia1 devem ser hábeis para interpretar tanto a aparência da atividade muscular quanto o som dela, transmitido através de um alto-falante.
Por que fazer uma eletromiografia1?
A EMG é uma investigação essencial na doença dos neurônios14 motores, necessária para o diagnóstico15 seguro. O teste de EMG tem uma variedade de aplicações clínicas e biomédicas e é usado como uma ferramenta de diagnóstico15 para identificar doenças neuromusculares ou como uma ferramenta de pesquisa para o estudo da cinesiologia (estudo dos movimentos) e dos distúrbios do controle motor.
Às vezes, os sinais13 da EMG são usados para orientar as injeções de toxina16 botulínica ou fenol nos músculos17 e também como um sinal18 de controle para dispositivos protéticos, como mãos19, braços e membros inferiores protéticos.
A EMG costuma ser realizada em associação com outro teste que mede a função de condução dos nervos, sendo este conjunto chamado de estudo de condução nervosa. Esses testes são tipicamente indicados quando há dor nos membros, fraqueza pela compressão do nervo espinhal ou preocupação com alguma outra lesão20 ou distúrbio neurológico.
A EMG pode ajudar no diagnóstico15 de compressão ou lesão20 do nervo, lesão20 da raiz nervosa e em outros problemas dos músculos17 ou nervos. Condições médicas menos comuns incluem esclerose21 lateral amiotrófica (ELA), miastenia22 gravis e distrofia23 muscular. A EMG pode ainda detectar anormalidades como desnervação3 crônica ou fasciculações4 no músculo clinicamente normal. Pode também diferenciar uma patologia5 radicular e identificar um nervo focal ou um plexo nervoso determinado.
Leia sobre "Uso terapêutico da toxina16 botulínica", "Esclerose21 lateral amiotrófica", "Miastenia22 gravis", "Distrofias24 musculares" e "Miosite".
Do ponto de vista clínico, o médico pode solicitar uma EMG se o paciente tiver sintomas25 que possam indicar um distúrbio muscular ou nervoso. Alguns sintomas25 que podem requerer uma EMG incluem formigamento, dormência26, fraqueza muscular, dor muscular ou cólicas27, paralisia28 e espasmos29 musculares involuntários.
Os resultados de uma EMG podem ajudar o médico a determinar a causa subjacente desses sintomas25, as quais podem incluir distúrbios musculares, distúrbios que afetam a capacidade do neurônio motor de enviar sinais13 elétricos ao músculo, radiculopatias, distúrbios nervosos periféricos que afetam os nervos fora da medula espinhal30 e distúrbios nervosos vários, como a esclerose21 lateral amiotrófica (ELA), por exemplo.
Quais são as complicações possíveis da eletromiografia1?
A EMG habitualmente é um exame inócuo31 e de baixo risco. No entanto, a área testada pode ficar dolorida. A dor pode durar alguns dias e pode ser aliviada com um analgésico32 como o ibuprofeno. Em casos raros, pode-se sentir formigamento, hematomas33 e inchaço34 nos locais de inserção da agulha. Certifique-se de informar o seu médico se o inchaço34 ou a dor se agravarem.
Veja também sobre "Espondilose lombar", "Síndrome35 do túnel do carpo", "Doença do neurônio motor" e "Disfunção da ATM".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.