Gastrostomia - como é o procedimento? Quando deve ser feita?
O que é gastrostomia1?
Gastrostomia1 (do grego: gaster = estômago2 + estoma3 = boca4 ou abertura) é um procedimento cirúrgico para criação de uma abertura artificial externa do estômago2 ao exterior para suporte nutricional ou descompressão5 gástrica.
Normalmente, isso inclui uma incisão6 no epigástrio7 do paciente e pode ser realizada por meio de uma abordagem cirúrgica tradicional, abordagem percutânea por radiologia intervencionista8 ou gastrostomia1 endoscópica percutânea. A gastrostomia1 foi criada em 1894, pelo cirurgião gástrico americano Martin Stamm.
Por que fazer uma gastrostomia1?
Em geral, a gastrostomia1 é realizada porque o paciente está temporária ou permanentemente impedido de se alimentar por via oral normal e precisa receber alimento diretamente através de uma sonda estomacal. Os motivos para isso incluem defeitos congênitos9 da boca4, do esôfago10 ou do estômago2 e condições neuromusculares que fazem com que as pessoas comam muito lentamente devido ao formato de suas bocas ou a uma fraqueza que afeta os músculos11 da mastigação e da deglutição12.
A gastrostomia1 também é realizada para fornecer drenagem13 para o estômago2, quando é necessário contornar uma obstrução de longa data da saída do estômago2 para o intestino delgado14. Obstruções podem ser causadas por cicatrizes15 de úlcera péptica16 ou tumor17.
Saiba mais sobre "Úlcera péptica16", "Engasgo" e "Asfixia18".
Como deve ser feita a gastrostomia1?
A cirurgia da gastrostomia1 pode ser realizada sob anestesia19 geral, quando o paciente não tem consciência do que está acontecendo, ou sob anestesia19 local em que o paciente está acordado, mas a parte do corpo que recebe a incisão6 está anestesiada.
O passo inicial consiste em colocar uma sonda no estômago2 através do nariz20 (nasogástrica) ou da boca4 (oro-gástrica) e inflar o estômago2 com ar. Para tal, a parte posterior da garganta21 será anestesiada com spray anestésico local antes da colocação do tubo.
O passo seguinte é limpar a pele22 sobre o estômago2 na parte superior do abdômen e cobrir usando campos cirúrgicos estéreis. Com orientações por radiografia e ultrassonografia23, o médico seleciona um local adequado para a incisão6 da pele22. O estômago2 então é perfurado e essa perfuração é dilatada até o tamanho requerido pela sonda de gastrostomia1. Existem vários tipos de tubos de gastrostomia1 com diferentes mecanismos de bloqueio para manter o tubo no lugar.
Durante a cirurgia, é feito um orifício (estoma3) do diâmetro de um pequeno lápis na parede abdominal24, no qual é então colocada cuidadosamente uma sonda (ou outro instrumento) com acesso ao estômago2. A sonda especial tem uma válvula que permite a entrada de alimentos, mas veda a saída de qualquer coisa.
A cirurgia para o encaixe da sonda dura cerca de 30 minutos. O tempo de permanência no hospital depende da idade do paciente e da sua saúde25 geral. Em alguns casos, essa permanência pode ser de apenas um dia, mas geralmente é mais longa. A cicatrização do estômago2 e do abdômen leva cerca de cinco a sete dias.
E depois de feita a gastrostomia1?
Após a inserção da sonda de gastrostomia1, as observações, incluindo a frequência cardíaca e a pressão arterial26, são feitas de maneira regular durante cerca de 4 horas, para garantir que tudo está bem. Na sequência imediata após a operação, o paciente não deve usar a sonda e precisa ser alimentado por via intravenosa por pelo menos 24 horas.
Uma vez que os ruídos intestinais sejam detectados (cerca de 4 horas após o procedimento), indicando que o sistema gastrointestinal está funcionando, o paciente pode começar a se alimentar gradualmente através da sonda, começando com uma dieta líquida. O volume dos alimentos dados de cada vez pode ser aumentado progressivamente.
Como evolui a gastrostomia1?
Um estudo realizado nos Estados Unidos, em 1998, com pacientes hospitalizados com 65 anos ou mais que realizaram gastrostomia1 revelou taxas de mortalidade27 substanciais. A taxa de mortalidade27 intrahospitalar foi de 15,3%. Doença cerebrovascular28, neoplasias29, distúrbios hidroeletrolíticos e pneumonia30 por aspiração foram os diagnósticos primários mais comuns.
A taxa global de mortalidade27 em 30 dias foi de 23,9%, atingindo 63% em um ano e 81,3% em três anos. Essas taxas altas de mortalidade27 devem-se à idade elevada dos pacientes e às enfermidades subjacentes.
Quais são as complicações possíveis da gastrostomia1?
A gastrostomia1 é um procedimento relativamente simples. Como em qualquer cirurgia, no entanto, os pacientes têm maior probabilidade de apresentar complicações se forem fumantes, obesos, usarem álcool com frequência ou drogas ilícitas31. Além disso, alguns medicamentos prescritos podem aumentar os riscos associados à anestesia19. As complicações associadas à cirurgia propriamente são poucas.
As principais complicações são vazamento de comida ou fluido ao redor da sonda na superfície da parede abdominal24, dor no local da incisão6, infecção32, sangramento, desalojamento do tubo, inchaço33 do estômago2, náusea34 e diarreia35. Complicações maiores são raras, mas podem ocorrer e incluem grandes sangramentos, peritonite36 (uma infecção32 dentro da cavidade abdominal37) e danos ao cólon38.
Leia sobre "Distúrbios hidroeletrolíticos", "Pneumonia30 por aspiração", "Hemorragia digestiva alta39", "Peritonite36" e "Ileostomia e Colostomia40".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic, da United Ostomy Associations of America e do Johns Hopkins Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.