O que é e para que serve a anatomopatologia?
O que é anatomopatologia1?
A anatomopatologia1 ou anatomia patológica é um ramo da patologia2 geral e da medicina que lida com o diagnóstico3 das doenças baseado no exame microscópico4 de tecidos e células5 retiradas do corpo mediante biópsia6 ou outros meios de obtenção de material a ser examinado. O exame anatomopatológico compreende (1) um exame de histologia patológica e (2) um exame de citologia patológica.
O exame de histologia patológica, ou histopatologia7, (do grego: histo = tecido8 celular + pathos = doença + logia = estudo) examina ao microscópio um fragmento9 de estrutura orgânica retirada do corpo, avaliando toda a composição do tecido8 orgânico. A importância desse exame está em que ele ajuda a diagnosticar com certeza estruturas teciduais e celulares anômalas, especialmente as cancerosas ou pré-cancerosas.
No exame de citologia patológica ou citopatologia (do grego: cito = célula10 + pathos = doença + logia = estudo) estudam-se ao microscópio as células5 recolhidas de um determinado tecido8 ou órgão do corpo, o que permite avaliar o aspecto, o crescimento e a função delas. Os estudos citopatológicos mais comumente se dirigem a células5 do colo do útero11, do líquido pleural, da urina12 ou da expectoração13. De um modo geral, a citologia é utilizada na pesquisa de alterações cancerosas ou pré-cancerosas, mas também pode ser útil no diagnóstico3 de infecções14 virais. Em alguns casos, ela pode detectar alterações celulares pré-cancerosas antes que surjam manifestações clínicas de doença.
Quem é o anatomopatologista?
O anatomopatologista é um médico que se especializou na análise microscópica da forma, estrutura e função de células5, tecidos e fluidos retirados do corpo por meio de vários métodos. Na medicina, ele atua em apoio aos diagnósticos, mas tem também outros campos de atuação, como a anatomopatologia1 experimental, voltada para a pesquisa e a anatomopatologia1 que atua preferencialmente na sala de necropsia15, emitindo laudos e pareceres anatomopatológicos, determinando causas de morte e ajudando a esclarecer crimes.
Esses materiais são analisados em busca de alterações que permitam a confirmação de um diagnóstico3 suspeitado clinicamente, de desfazer eventuais dúvidas diagnósticas e definir o estágio de uma doença. Assim, o patologista16 deve atuar em conjunto com o clínico geral ou o cirurgião.
O anatomopatologista pode atuar em laboratórios particulares ou públicos, universidades e em serviços de patologia2 de hospitais particulares e públicos. Em todos esses cenários, esse profissional não trabalha diretamente com pacientes e sim em conjunto com os médicos de outras especialidades.
Para que serve a anatomopatologia1?
Um exame anatomopatológico é feito com a finalidade de determinar o diagnóstico3 ou a evolução de uma doença. Mais frequentemente, a biópsia6 é usada para diagnosticar se um tumor17 é benigno ou maligno. Assim, grande parte do trabalho de um anatomopatologista consiste em ajudar no diagnóstico3 de doenças, mas ele também ajuda no esclarecimento de causas de morte e de crimes.
De que técnicas se vale a histopatologia7?
Histopatologia7 ou histologia patológica é o estudo de como uma doença específica afeta um conjunto de células5 (tecidos). Para ser examinado ao microscópio, o material retirado do corpo deve ainda ser submetido a várias técnicas anatomopatológicas:
(1) A coleta de material consiste na retirada de uma amostra de tecido8 para a investigação, o que pode ser feito por meio de biópsias18 (amostras de tecido8 coletadas na área afetada) ou outros recursos como cirurgia ampla, necropsia15, esfregaços, punções, aspirações e análise de líquidos cavitários.
(2) Ao ser removido qualquer órgão ou tecido8 de um organismo se inicia um processo de autólise19 (autodigestão) que destrói o material coletado. Para que isso não aconteça, é necessária a fixação deles com formalina ou líquido de Bouin, que preservam a morfologia do material coletado.
(3) A etapa seguinte, a desidratação20, consiste na remoção da água dos tecidos, o que geralmente é feito pela adição de álcool.
(4) A seguir, a diafanização remove totalmente o álcool usado para desidratação20, para o que utiliza-se o xilol. À medida que o xilol penetra o tecido8, em substituição ao álcool, o material se torna mais claro e transparente.
(5) Após a fixação e a desidratação20, acontece a impregnação do tecido8 com uma substância de consistência firme (geralmente a parafina), facilitando o corte dele em camadas ultrafinas. Forma-se, então, um bloco de parafina que contém o tecido8 a ser examinado em seu interior.
(6) O bloco de parafina é então cortado em seções extremamente finas (5 a 15 μm - micrômetros [cada micrômetro é igual a 1/1.000 do milímetro]), que permitem a visualização do tecido8 ao microscópio, o que é conhecido como microtomia.
(7) Os tecidos são então corados (geralmente com hematoxilina e, posteriormente, pela eosina) para possibilitar sua visualização e análise ao microscópio.
Finalmente após a coloração, os cortes são protegidos por uma lamínula e podem ser analisados por microscopia.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.