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Câncer de laringe

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O que é o câncer1 de laringe2?

O câncer1 de laringe2, também chamado de câncer1 da garganta3, é uma doença em que células4 malignas se formam nos tecidos da laringe2. A laringe2 tem três funções críticas:

  1. Produção de som
  2. Manutenção de uma passagem respiratória aberta
  3. Fechamento das vias aéreas durante a deglutição5 para evitar a aspiração

O câncer1 da laringe2 e/ou o seu tratamento podem afetar algumas dessas três funções ou todas elas.

Quais são as causas do câncer1 de laringe2?

Como em todos os casos de câncer1, as causas primárias do câncer1 de laringe2 podem ser desconhecidas, mas o uso de tabaco, o uso excessivo de bebidas alcoólicas, história familiar para câncer1 e exposição a certas substâncias químicas como o asbesto e também ao pó de cimento aumentam o risco de uma pessoa ser afetada por esse tipo de tumor6 maligno.

Alguns estudos indicam que o HPV (papilomavírus humano), sexualmente transmitido, pode causar câncer1 de laringe2.

Qual é o substrato fisiopatológico do câncer1 de laringe2?

A maioria dos cânceres de laringe2 começam na superfície da mucosa7 e são carcinomas de células4 escamosas. Formas menos comuns são cânceres que surgem das minúsculas glândulas salivares8 situadas abaixo da mucosa7 ou de músculos9, das cartilagens10 ou de outros tecidos estruturais.

O câncer1 de células4 escamosas da laringe2 está associado ao tabagismo, embora a contribuição do fumo passivo ou do tabagismo passado sejam menos certos. Em alguns casos, o câncer1 da laringe2 surge sem fatores de risco conhecidos.

Quais são as características clínicas do câncer1 de laringe2?

O câncer1 de laringe2 é mais comum nos homens que nas mulheres. Ele pode se espalhar para tecidos próximos ou para a tireoide11, traqueia12 ou esôfago13. Também pode se espalhar para os gânglios linfáticos14 no pescoço15, a artéria16 carótida, a parte superior da coluna vertebral17, o tórax18 e outras partes do corpo. Algumas vezes, ele é considerado um câncer1 de desenvolvimento silencioso, que raramente apresenta sintomas19 e que por esse motivo pode ser diagnosticado em estágios mais avançados.

Um de seus primeiros sinais20 de manifestação pode ser um caroço indolor na parte superior do pescoço15, mas o sintoma21 principal costuma ser uma rouquidão. Outros sinais20 e sintomas19 incluem:

  • dor ao engolir;
  • inchaço22 do pescoço15;
  • dores de cabeça23 persistentes;
  • dores de garganta3 e ouvido;
  • congestão nasal;
  • dor na face24;
  • sangramento nasal;
  • distúrbios auditivos;
  • e, em casos severos, dificuldades de respirar.

Alguns pacientes podem experimentar também perda de peso e fadiga25 extrema.

Leia sobre "Íngua", "Esvaziamento ganglionar" e "Metástases26".

Como o médico diagnostica o câncer1 de laringe2?

As tentativas diagnósticas começam por obter um histórico dos hábitos de saúde27 do paciente, doenças passadas e tratamentos médicos, e são complementadas por um exame físico da garganta3 e do pescoço15. O médico palpará o interior da boca28 com um dedo enluvado e examinará a boca28 e a garganta3 com um pequeno espelho de cabo longo e luz. O pescoço15 será examinado quanto aos gânglios linfáticos14 inchados. Uma laringoscopia pode ser usada para visualizar o interior da garganta3 e da laringe2 e remover amostras de tecido29 a serem examinadas num microscópio.

Uma biópsia30 ajudará a estabelecer a natureza da lesão31. Exames de imagens como tomografia computadorizada32, ressonância magnética33, PET scan (tomografia por emissão de pósitrons), cintilografia34 óssea e outras podem completar o diagnóstico35.

Como o médico trata o câncer1 de laringe2?

Dependendo do estágio evolutivo do câncer1, os tratamentos principais são radioterapia36, cirurgia, quimioterapia37 e medicamentos direcionados ao câncer1. Se o câncer1 for precocemente diagnosticado, a radioterapia36 ou a cirurgia muitas vezes podem curá-lo. Se o câncer1 estiver avançado, uma combinação de cirurgia para remover parte ou toda a laringe2, radioterapia36 e quimioterapia37 pode ser usada.

Como evolui o câncer1 de laringe2?

As expectativas evolutivas para o câncer1 de laringe2 dependem do estágio em que o câncer1 foi diagnosticado e iniciado o tratamento. A maioria dos casos de câncer1 da laringe2 é diagnosticada em estágio inicial e a perspectiva geralmente é melhor que com outros cânceres. Se o paciente fuma, o fato de parar de fumar pode melhorar sua expectativa. O prognóstico38 depende também do estágio da doença, da localização, do tamanho do tumor6, da idade do paciente e das suas condições gerais de saúde27.

Como prevenir o câncer1 de laringe2?

Infelizmente não há uma maneira segura de prevenir o câncer1 da laringe2, no entanto, é possível reduzir a sua incidência39 adotando-se um estilo de vida saudável e evitando álcool ou tabaco. 

Quais são as complicações possíveis com o câncer1 de laringe2?

Se o paciente tiver de remover toda a laringe2, ele não poderá mais falar ou respirar da maneira usual. Terá de respirar através de um orifício permanente no pescoço15 e precisará de tratamento adicional de fonoaudiologia para ajudá-lo a se comunicar.

Veja também sobre "Laringoscopia", "Nasofibroscopia" e "Biópsia30".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NHS – National Health Service, da Johns Hopkins Medicine e da Cleveland Clinic.

ABCMED, 2023. Câncer de laringe. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/1431070/cancer-de-laringe.htm>. Acesso em: 24 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Laringe: É um órgão fibromuscular, situado entre a traqueia e a base da língua que permite a passagem de ar para a traquéia. Consiste em uma série de cartilagens, como a tiroide, a cricóide e a epiglote e três pares de cartilagens: aritnoide, corniculada e cuneiforme, todas elas revestidas de membrana mucosa que são movidas pelos músculos da laringe. As dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais.
3 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
4 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
5 Deglutição: Passagem dos alimentos desde a boca até o esôfago; ação ou efeito de deglutir; engolir. É um mecanismo em parte voluntário e em parte automático (reflexo) que envolve a musculatura faríngea e o esfíncter esofágico superior.
6 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
7 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
8 Glândulas salivares: As glândulas salivares localizam-se no interior e em torno da cavidade bucal tendo como objetivo principal a produção e a secreção da saliva. São elas: parótidas, submandibulares, sublinguais e várias glândulas salivares menores.
9 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
10 Cartilagens: Tecido resistente e flexível, de cor branca ou cinzenta, formado de grandes células inclusas em substância que apresenta tendência à calcificação e à ossificação.
11 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
12 Traqueia: Conduto músculo-membranoso com cerca de 22 centímetros no homem e de 18 centímetros na mulher. Da traqueia distingue-se uma parte que faz continuação direta à laringe (porção cervical) e uma parte que está situada no tórax (porção torácica). Possui anéis cartilaginosos em número variável de 12 a 16, unidos entre si por tecido fibroso. Destina-se à passagem do ar. A traqueia é revestida com epitélio ciliar que auxilia a filtração do ar inalado.
13 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
14 Gânglios linfáticos: Estrutura pertencente ao sistema linfático, localizada amplamente em diferentes regiões superficiais e profundas do organismo, cuja função consiste na filtração da linfa, maturação e ativação dos linfócitos, que são elementos importantes da defesa imunológica do organismo.
15 Pescoço:
16 Artéria: Vaso sangüíneo de grande calibre que leva sangue oxigenado do coração a todas as partes do corpo.
17 Coluna vertebral:
18 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
19 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
20 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
21 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
22 Inchaço: Inchação, edema.
23 Cabeça:
24 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
25 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
26 Metástases: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
27 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
28 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
29 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
30 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
31 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
32 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
33 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
34 Cintilografia: Procedimento que permite assinalar num tecido ou órgão interno a presença de um radiofármaco e acompanhar seu percurso graças à emissão de radiações gama que fazem aparecer na tela uma série de pontos brilhantes (cintilação); também chamada de cintigrafia ou gamagrafia.
35 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
36 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
37 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
38 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
39 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
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