Protetor solar ou filtro solar: como ele protege a pele? Qual filtro usar de acordo com o seu tipo de pele?
O que é o protetor solar (ou filtro solar)?
Os raios solares não são compostos somente de radiações luminosas visíveis, mas por outras radiações invisíveis que podem ser nocivas. O protetor solar (ou filtro solar) é um produto (loção, spray, gel, creme, etc.) que, aplicado sobre a pele1, ajuda a protegê-la dos raios ultravioletas do sol, o que reduz as queimaduras, o envelhecimento precoce e outros danos à pele1, além de diminuir o risco de câncer2 de pele1.
Como atuam os protetores solares?
Os protetores atuam por dois mecanismos:
- Filtros químicos: são compostos orgânicos que absorvem a radiação convertendo-a em energia não danosa à pele1 humana.
- Filtros físicos: são compostos inorgânicos que funcionam como espelhos, ou seja, que refletem a radiação solar. Eles geralmente são feitos com materiais opacos, muitas vezes chamados de bloqueadores solares, e deixam uma camada branca sobre a pele1.
Quais são as principais radiações solares?
As principais radiações solares são:
- Raios infravermelhos: responsáveis pela sensação de calor e desidratação3 da pele1.
- Raios ultravioletas A ou UVA: bronzeiam superficialmente a pele1, porém, contribuem para o envelhecimento precoce.
- Raios ultravioletas B ou UVB: são considerados mais lesivos que os UVAs, causam queimaduras solares, envelhecimento precoce e câncer2 de pele1.
- Raios ultravioletas C ou UVC: raramente atingem a superfície terrestre e são bastante prejudiciais, causando queimaduras solares e câncer2.
Adicionalmente, os protetores solares protegem a pele1 contra o envelhecimento e as rugas.
O que levar em consideração na hora da escolha de um protetor solar (ou filtro solar)?
O organismo tem um método natural de se proteger. O bronzeamento é uma defesa (natural ou artificial) contra as radiações solares, que reduz a penetração na pele1 das radiações UVA e UVB. Por isso, as pessoas de pele1 mais claras são mais sensíveis. Os protetores solares, por seu turno, também filtram os raios solares, procurando diminuir a intensidade com que as radiações solares atingem a pele1 e com isso buscam diminuir seus efeitos maléficos. Os melhores protetores solares contêm filtros que retêm UVA e UVB, embora muitos ofereçam proteção apenas contra UVB. Quanto mais clara a pele1, maior deve ser a potência de um protetor solar.
Para escolher o protetor adequado, a pessoa deve levar em conta as regiões do corpo que normalmente são menos expostas ao sol, em geral as mais claras. As outras já contam com maior proteção natural. A proteção que oferecem depende diretamente da quantidade aplicada, da frequência de reaplicação, da natureza dos filtros utilizados na elaboração de cada produto e da quantidade do filtro solar que a pele1 absorve. Geralmente os protetores são classificados por números. Um protetor número 15, por exemplo, garante uma proteção 15 vezes maior do que a que seria naturalmente garantida, e assim por diante. Existem filtros solares entre os números 2 e 100, mas a partir do número 30 essa proporção não se mantém, embora a proteção seja um pouco maior a cada vez.
Como usar os protetores solares (ou filtros solares)?
- Os protetores solares não devem ser usados apenas nas piscinas ou praias, mas aplicados diariamente, sobretudo nas áreas expostas ao sol e em pessoas que trabalham ao sol.
- O tipo de protetor solar deve ser escolhido de acordo com o tipo de pele1: cremes e loções para peles secas; gel e loções oil-free para peles oleosas; já para as peles normais qualquer um deles pode ser usado.
- Em geral os protetores devem ser aplicados de 2 em 2 horas em praias e piscinas e pelo menos duas vezes por dia, no dia-a-dia. Algumas pesquisas indicam que melhores resultados são obtidos se os protetores são aplicados de quinze a trinta minutos antes da exposição ao sol e reaplicados de quinze a trinta minutos depois do início da exposição.
- Nas piscinas, o protetor solar deve ser reaplicado cada vez que a pessoa sai da água. A mesma coisa deve ser feita por aqueles que se exercitem e suem muito.
- A dose ideal de protetor é de 2 mg para cada cm² de pele1 a ser protegida, que é maior do que as quantidades geralmente usadas. Isso significa que uma quantidade suficiente para proteção é usar em média 30 gramas de protetor solar, para um adulto de porte médio, em cada aplicação.
- Os olhos4, lábios, orelhas5 ou couro cabeludo também devem ser protegidos por outros meios como óculos, batons, bonés, chapéus, sombrinhas, etc.
- Muitos produtos de maquiagem já vêm com filtro solar. O problema é que não cobrem toda área exposta ao sol.
Dicas e cuidados de como expor-se ao sol
- A exposição deve se dar até às 10 horas ou depois das 16 horas, quando há menos radiação ultravioleta.
- Deve-se mudar frequentemente de posição, evitando uma exposição muito prolongada da mesma área, como acontece, por exemplo, se a pessoa dormir ao sol.
- Para identificar um bom filtro solar é necessário ler o rótulo do produto com atenção. Os melhores levam o selo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Prefira um produto resistente à água e confira se ele também protege contra os raios UVA. A proteção UVA deve ser de pelo menos um terço da proteção UVB, que é a que geralmente vem escrita na embalagem.
- Quase todas as radiações solares são benéficas em certas intensidades, em excesso, porém, representam riscos inevitáveis. Em alguns casos de doenças, a exposição moderada ao sol chega a ser recomendada (por exemplo, no raquitismo6, na psoríase7, etc.). Da mesma forma, ela é necessária ao bom funcionamento de certos aspectos do metabolismo8 normal (por exemplo, para a síntese da vitamina9 D).
- A exposição diária ao sol, durante um período de cerca de 15 minutos, em horários de baixa radiação solar, é benéfica à saúde10.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.