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Queimadura de sol ou eritema solar - o que fazer? Como evitar?

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O que são queimaduras de sol?

As queimaduras de sol, medicamente conhecidas como eritemas1 solares, são queimaduras (1) superficiais ou (2) superficiais de profundidade parcial, ditas também inflamações2 agudas da pele3. A maioria delas não é severa, mas é importante evitá-las, pois elas aumentam os riscos de câncer4 de pele3, problemas de visão5 e envelhecimento precoce da pele3. Em casos extremos ou complicados, podem exigir assistência médica.

Quais são as causas das queimaduras de sol?

As queimaduras de sol ocorrem geralmente em crianças e em pessoas de pele3 ou cabelo6 claro que ficam muito tempo expostas ao sol. Nos dias nublados, também é possível ter-se uma queimadura de sol porque os raios ultravioletas responsáveis por causá-las são capazes de atravessar as nuvens. Estar em montanhas ou praias e usar certos medicamentos também aumenta a chance de queimadura solar. A maior reflexão dos raios ultravioletas na areia, na água e na neve aumenta em até 30% a sua intensidade normal, ampliando dessa maneira os riscos de queimaduras, por isso a atenção deve ser redobrada nessas situações. Como essa condição deve-se aos raios ultravioletas, não apenas ao sol, uma queimadura semelhante também pode ocorrer em câmaras de bronzeamento.

Leia mais em "Bronzeamento artificial: informações básicas sobre ele" e "Insolação. O que é?"

Qual é o mecanismo fisiológico7 das queimaduras de sol?

O processo fisiológico7 subjacente à queimadura de sol é, na verdade, de natureza inflamatória. Parece que os raios solares modificam o DNA em uma pequena molécula dos queratinócitos8 (células9 da camada superficial da pele3 que fabricam a queratina), a qual desencadeia o mecanismo inflamatório.

Quais são as principais características das queimaduras de sol?

A pele3 possui uma proteção natural contra os raios do sol, a melanina10, um pigmento que determina a coloração mais clara ou mais escura da pele3. Por isso, as peles claras são mais sujeitas às queimaduras. De início haverá vermelhidão, dor, ardência e/ou coceira e, posteriormente, descamação11. Em casos graves, a dor pode ser mais intensa e podem ocorrer inchaço12, formação de bolhas e sintomas13 de insolação, como febre14, dor de cabeça15, fadiga16, náuseas17, vômitos18, confusão mental, visão5 embaçada e desmaios.

Como o médico diagnostica as queimaduras de sol?

O diagnóstico19 é feito pela correlação entre os sinais20 e sintomas13 típicos e o relato de exposição ao sol ou a outra fonte de raios ultravioletas.

Como tratar as queimaduras de sol?

Os casos mais simples de queimadura de sol podem ser tratados pela própria pessoa ou pelo seu cuidador, se for uma criança; com um analgésico21 comum, cremes ou loções hidratantes à base de hidrocortisona e outros anti-inflamatórios, se necessário, além da ingestão de bastante água. Compressas frias podem ajudar a aliviar a sensação de queimação na pele3. Evite o gelo, porque a diferença de temperatura é muito grande e pode levar a um ferimento ainda pior na pele3. Em casos de bolhas contendo líquidos, não as perfure, para evitar contaminações. A pele3 sobre a bolha22 funciona como uma camada de proteção, por isso também não deve ser rompida. Com algum tempo elas serão reabsorvidas naturalmente pelo organismo.

Antes de expor-se ao sol, use abundantemente um protetor solar, reaplicando-o a cada duas horas.

Entre os remédios caseiros, o amido de milho (Maisena) pode ser utilizado em pó ou misturado com água fria, para evitar atritos com a cama. O vinagre, iogurte, água com limão e mostarda, outros remédios caseiros popularmente difundidos, não são recomendáveis porque podem piorar o quadro, principalmente se houver nova exposição ao sol.

Loções pós-sol à base de Cloridrato de Difenidramina podem ajudar no alívio dos sintomas13.

Só os casos graves ou com contaminações infecciosas exigem intervenção médica.

Como evoluem as queimaduras de sol?

A vermelhidão, dor, ardência e/ou coceira se iniciam de 3 a 5 horas após a exposição ao sol e pioram nas primeiras 12 a 24 horas, geralmente durando 2 ou 3 dias. Em seguida, virá a descamação11 da camada superficial da pele3. A pessoa deve ficar longe de uma nova exposição ao sol até a completa recuperação das lesões23

Como prevenir as queimaduras de sol e seus efeitos? 

Algumas providências simples podem ajudar a evitar as queimaduras de sol e seus efeitos:

  • Evite a exposição exagerada ao sol.
  • Evite o sol entre 10 horas da manhã e 4 horas da tarde.
  • Utilize sempre protetor solar e labial a cada 2 ou 3 horas.
  • Use boné ou chapéu e óculos escuros.
  • Fique ao abrigo das sombras.
  • Evite usar cosméticos, perfumes ou outros medicamentos, inclusive remédios, quando for se expor ao sol.
  • Quando a pele3 estiver descamando, não puxe, deixe que ela se solte naturalmente.
  • Não fure as eventuais bolhas cheias de líquidos que se formaram.

Quais são as complicações possíveis das queimaduras de sol?

A longo prazo, a exposição solar pode fazer desenvolver câncer4 de pele3, além de causar um envelhecimento precoce da pele3 e cataratas, podendo levar à cegueira.

Todas as pessoas expostas ao sol devem cuidar da ingestão de líquidos para evitar a desidratação24.

Veja também "Câncer4 de pele3. O que é?", "Conheça melhor o melanoma25" e "Cuidados com a pele3. Cuide-se neste verão e evite o câncer4 de pele3."
ABCMED, 2017. Queimadura de sol ou eritema solar - o que fazer? Como evitar?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/1284513/queimadura-de-sol-ou-eritema-solar-o-que-fazer-como-evitar.htm>. Acesso em: 6 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Eritemas: Vermelhidões da pele, difusas ou salpicadas, que desaparecem à pressão.
2 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
4 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
5 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
6 Cabelo: Estrutura filamentosa formada por uma haste que se projeta para a superfície da PELE a partir de uma raiz (mais macia que a haste) e se aloja na cavidade de um FOLÍCULO PILOSO. É encontrado em muitas áreas do corpo.
7 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
8 Queratinócitos: Queratinócitos ou ceratinócitos são células diferenciadas do tecido epitelial (pele) e invaginações da epiderme para a derme (como os cabelos e unhas) de animais terrestres responsáveis pela síntese da queratina.
9 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
10 Melanina: Cada uma das diversas proteínas de cor marrom ou preta, encontrada como pigmento em vegetais e animais.
11 Descamação: 1. Ato ou efeito de descamar(-se); escamação. 2. Na dermatologia, fala-se da eliminação normal ou patológica da camada córnea da pele ou das mucosas. 3. Formação de cascas ou escamas, devido ao intemperismo, sobre uma rocha; esfoliação térmica.
12 Inchaço: Inchação, edema.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
15 Cabeça:
16 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
17 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
18 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
19 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
20 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
21 Analgésico: Medicamento usado para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
22 Bolha: 1. Erupção cutânea globosa entre as camadas superficiais da epiderme, cheia de serosidade, líquido claro, pus ou sangue, causada por inflamação, queimadura, atrito, efeito de certas enfermidades, etc. Deve ter mais de 0,5 cm. Quando tem um tamanho menor devem ser chamadas de “vesículasâ€. 2. Bola ou glóbulo cheio de gás, ar ou vapor que se forma (ou se formou) em alguma substância líquida ou pastosa, especialmente ao ser agitada ou por ebulição ou fermentação. 3. Saliência oca em uma superfície.
23 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
24 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
25 Melanoma: Neoplasia maligna que deriva dos melanócitos (as células responsáveis pela produção do principal pigmento cutâneo). Mais freqüente em pessoas de pele clara e exposta ao sol.Podem derivar de manchas prévias que mudam de cor ou sangram por traumatismos mínimos, ou instalar-se em pele previamente sã.
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