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Deficiência da vitamina D

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O que é a deficiência da vitamina1 D?

A taxa sanguínea normal de vitamina1 D (Calciferol) é essencial para uma boa saúde2. Os níveis plasmáticos da vitamina1 D devem ficar entre 30 e 100 ng/ml (nanogramas por mililitro). Diz-se que há deficiência da vitamina1 D quando os índices medidos estão abaixo desses valores. A maioria das pessoas com deficiência de vitamina1 D só irão apresentar sintomas3 na terceira idade, mas o cuidado com a falta dela é importante desde a infância.

Qual é o mecanismo fisiológico4 da deficiência da vitamina1 D?

A vitamina1 D penetra no corpo principalmente por meio da pele5, por efeito da radiação ultravioleta da luz solar, que estimula a produção da pré-vitamina1 D, a qual é convertida nos rins6 e intestinos7 na forma ativa da vitamina1 D.

Ela protege o fluxo sanguíneo e limpa o organismo de toxinas8, incluindo as proteínas9 amiloides associadas à doença de Alzheimer10, promovendo um melhor funcionamento do organismo como um todo.

Caso a pessoa não se exponha suficientemente ao sol, a substância precursora da vitamina1 D é eliminada através das fezes sem antes ter sido absorvida pela parede intestinal.

Quais são as causas da deficiência da vitamina1 D?

Em geral, a deficiência de vitamina1 D ocorre por ingesta insuficiente ou por pouca ou nenhuma exposição ao sol. Como a vitamina1 D é lipossolúvel (solúvel em gordura11), as pessoas obesas podem ter falta dela no sangue12 porque ela se encontra acumulada nas gorduras. Outros fatores de risco são idade superior a 65 anos, insuficiente exposição à luz solar, pele5 negra (a melanina13 funciona como um anteparo à radiação ultravioleta do sol), alguns medicamentos como anticonvulsivantes ou corticoides e a falta de atividade física.

Saiba mais sobre "Alzheimer14", "Obesidade15", "Corticoides" e "Atividade física".

Quais são as principais características clínicas da deficiência da vitamina1 D?

Entre as principais funções da vitamina1 D destaca-se, em primeiro lugar, a fixação do cálcio nos ossos, prevenindo assim a osteoporose16 e, consequentemente, as fraturas ósseas. Ademais, a vitamina1 D pode prevenir também doenças cardíacas, fortalecer o sistema imunológico17, manter o peso corporal e a saúde2 mental.

Cerca de 10% da população de países desenvolvidos possui deficiência de vitamina1 D e esta deficiência eleva em cerca de quatro vezes as chances de quedas, fraturas ósseas, sintomas3 depressivos, câncer18 de cólon19, problemas de memória e da capacidade de raciocínio.

Os sinais20 e sintomas3 da deficiência de vitamina1 D não são específicos e nem sempre são bem definidos. Entre eles conta-se diminuição do cálcio e do fósforo no sangue12, dores e fraquezas musculares, osteoporose16 nos idosos, com enfraquecimento dos ossos, raquitismo21 nas crianças, osteomalácia22, crescimento tardio em crianças, falta de equilíbrio, dificuldades de memorizar e raciocinar, enfraquecimento do sistema imunológico17 e alterações do nível de açúcar23 no sangue12.

Leia sobre "Osteoporose16", "Fraturas ósseas", "Depressão", "Câncer18 colorretal" e "Perda de memória".

Como o médico diagnostica a deficiência da vitamina1 D?

Um exame simples de sangue12 solicitado pelo médico que suspeitar que haja deficiência de vitamina1 D pode detectar os níveis plasmáticos dela. Deve-se considerar que há falta de vitamina1 D no organismo quando o exame de sangue12 detectar níveis de vitamina1 D abaixo de 30 ng/ml.

Fontes de vitamina1 D

Os alimentos que contêm maiores percentagens de vitamina1 D são leite, manteiga, fígado24 de galinha, óleo de fígado24 de bacalhau, sardinha, peixes gordos (salmão, atum, etc.), frutos do mar, mariscos e ovos cozidos. Cerca de 80% a 90% do que recebemos de vitamina1 D no organismo provém dos raios ultravioletas do sol.

Como o médico trata a deficiência da vitamina1 D?

O principal tratamento para a deficiência de vitamina1 D é uma exposição maior à luz solar. Quando não há essa possibilidade, o tratamento pode ser feito com suplementação25 de vitamina1 D oral, em gotas ou drágeas26. A pessoa deve procurar garantir pelo menos 15 minutos por dia de exposição à luz solar. As pessoas de pele5 negra precisam expor-se por um tempo maior que as de pele5 clara (cerca de uma hora) porque a melanina13 inibe em maior grau a penetração de raios ultravioleta.

Um médico ajudará na suplementação25 correta de acordo com as especificidades de cada organismo. Para manter bons níveis de vitamina1 D no sangue12 é preciso de 5 microgramas por dia de vitamina1 D, além dos alimentos que são fontes desta vitamina1. A carência da vitamina1 D pode ser reposta com 200 mg para crianças e 600 mg para adultos, sempre com recomendação médica.

Veja também sobre "Osteopenia", "Raquitismo21" e "Osteomalácia22".

 

ABCMED, 2017. Deficiência da vitamina D. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1305948/deficiencia-da-vitamina-d.htm>. Acesso em: 4 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
5 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
6 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
7 Intestinos: Seção do canal alimentar que vai do ESTÔMAGO até o CANAL ANAL. Inclui o INTESTINO GROSSO e o INTESTINO DELGADO.
8 Toxinas: Substâncias tóxicas, especialmente uma proteína, produzidas durante o metabolismo e o crescimento de certos microrganismos, animais e plantas, capazes de provocar a formação de anticorpos ou antitoxinas.
9 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
10 Doença de Alzheimer: É uma doença progressiva, de causa e tratamentos ainda desconhecidos que acomete preferencialmente as pessoas idosas. É uma forma de demência. No início há pequenos esquecimentos, vistos pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e por vezes agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta e acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. Tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as atividades elementares como alimentação, higiene, vestuário, etc..
11 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
12 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
13 Melanina: Cada uma das diversas proteínas de cor marrom ou preta, encontrada como pigmento em vegetais e animais.
14 Alzheimer: Doença degenerativa crônica que produz uma deterioração insidiosa e progressiva das funções intelectuais superiores. É uma das causas mais freqüentes de demência. Geralmente começa a partir dos 50 anos de idade e tem incidência similar entre homens e mulheres.
15 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
16 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
17 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
18 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
19 Cólon:
20 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
21 Raquitismo: Doença decorrente da mineralização inadequada do osso em crescimento, ou seja, da placa epifisária. Está entre as doenças mais comuns da infância em países em desenvolvimento. A causa predominante é a deficiência de vitamina D, seja por exposição insuficiente à luz solar ou baixa ingestão através da dieta; mas a deficiência de cálcio na dieta também pode gerar um quadro de raquitismo. A osteomalácia é o termo usado para descrever uma condição semelhante que ocorre em adultos, geralmente devido à falta de vitamina D.
22 Osteomalácia: Enfraquecimento e desmineralização dos ossos nos adultos devido a uma deficiência em vitamina D (na criança esta situação denomina-se raquitismo). O crescimento do osso normal requer um aporte adequado de cálcio e fósforo através da alimentação, mas o organismo não consegue absorver estes minerais sem que haja uma quantidade suficiente de vitamina D. O organismo obtém esta vitamina de certos alimentos e da ação da luz solar sobre a pele; a sua carência resulta em amolecimento e enfraquecimento dos ossos, que se tornam vulneráveis a fraturas.
23 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
24 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
25 Suplementação: Que serve de suplemento para suprir o que falta, que completa ou amplia.
26 Drágeas: Comprimidos ou pílulas contendo preparado farmacêutico.
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