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Atenção Plena ou Mindfulness: o que é isso?

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Em quase metade do tempo a consciência de uma pessoa não está focada naquilo que ela está fazendo no momento, mas se desvia para aquilo que já se passou ou para aquilo que ainda deve acontecer. Enquanto ela almoça, está pensando na reunião de negócios que terá mais tarde ou, enquanto lê um livro, está repassando a conversa que teve antes com um colega de trabalho. Muitas vezes “não está presente” no momento e realiza suas ações de maneira automática, nem se dando conta direito delas.

São momentos em que a pessoa está ligada com seu “piloto automático”, agindo mecanicamente. Como consequência, não guarda boa memória das situações nem consegue usufruir direito dos prazeres que elas podem proporcionar. É comum que uma pessoa, ao chegar ao final de uma página de leitura, não saiba dizer o que leu porque durante todo o tempo “não estava ali”. Essa dispersão provoca diversos sintomas1 e problemas relacionados ao bem-estar, como ansiedade e estresse, além de prejudicar a felicidade que decorre das conquistas dos momentos presentes.

O que é mindfulness?

A palavra mind, em inglês, significa mente, e fulness, também em inglês, denota algo como cheio, pleno. Dessa maneira, embora não se tenha um termo único em português para equivaler a mindfulness, ele pode ser compreendido como “atenção plena”.

O processo que leva ao mindfulness corresponde a um conjunto de técnicas práticas de treinamento para conseguir uma melhor focalização da consciência no momento presente. Embora dificilmente uma pessoa conseguirá estar 100% atenta às tarefas que esteja executando ou ao que alguém esteja falando, o seu padrão atual de concentração da atenção pode ser muito melhorado.

Ou seja, é possível deixar de lado as distrações, pensamentos externos e sentimentos anteriores ou em perspectiva, para sentir, ouvir e vivenciar plenamente a situação presente. Pensamentos sobre o futuro e o passado virão, é claro, mas a pessoa deve poder gerenciá-los de modo que não sejam intrusivos nas atividades que ela esteja executando no momento.

Leia também sobre "Yoga", "Meditação", "Massagem terapêutica2 e massagem relaxante" e "Resiliência".

Como praticar mindfulness?

Tudo começa com um treinamento que depois tende a se tornar um hábito permanente. Os exercícios de mindfulness são basicamente exercícios de concentração e focalização que qualquer pessoa pode aprender com facilidade. Inclusive, eles já são utilizados por diversas empresas e na psicologia como técnicas terapêuticas, e consistem em meditação, eliminar todo fator externo ou interno de distrações e aprender técnicas de respiração. Com essa prática, a pessoa se torna mais ciente de suas emoções, pensamentos e sensações físicas do momento presente, sem qualquer tipo de julgamento.

Existem muitas maneiras simples de praticar a atenção plena, mas o objetivo de todas elas é atingir um estado em que a mente se concentre no momento presente. Alguns exemplos dessas maneiras incluem:

  • Prestar atenção no que está fazendo aqui e agora.
  • Tentar intencionalmente trazer a atenção para o momento atual.
  • Fechar os olhos3 e se concentrar na respiração.
  • Concentrar sua atenção lenta e deliberadamente em cada parte do corpo, em ordem, dos pés à cabeça4 ou da cabeça4 aos pés.
  • Praticar meditação deitado ou assentado ou mesmo andando devagar.

E, ainda, a pessoa deve exercitar sua capacidade de ouvir, reparar em sua forma de comer, melhor perceber sua maneira de andar, manter seu pensamento no presente ao executar seus hábitos rotineiros, como usar o banheiro para fazer suas necessidades fisiológicas5, tomar banho, escovar os dentes, etc., percebendo plenamente o ambiente em que está e fazendo breves pausas em suas atividades diárias.

Quais são os benefícios do mindfulness?

O objetivo do mindfulness é sair do estado de falta de consciência e viver uma vida com consciência do momento presente, dos seus sentimentos, pensamentos e sensações. O mindfulness também é utilizado como uma forma de aprender a reconhecer os limites do próprio corpo e a respeitar as suas sensações.

Os principais benefícios do mindfulness para a saúde6 são o desenvolvimento da inteligência emocional e da empatia, o aprofundamento do autoconhecimento, o aumento da capacidade de concentração, a melhoria do controle do estresse e da ansiedade, a redução da insônia, melhoria dos relacionamentos pessoais, redução dos efeitos do envelhecimento do cérebro7, aumento da capacidade de memória, diminuição do impacto de pensamentos negativos e incentivo à criatividade. Todos esses ganhos podem ser aplicados na vida pessoal geral e profissional. Por isso, a técnica do mindfulness encontra-se tão disseminada entre profissionais e estudantes.

Alguns estudos têm mostrado que a prática do mindfulness traz também modificações benéficas em muitos aspectos físicos, psicológicos e sociais, aumentando a capacidade do sistema imunológico8, reforçando as emoções positivas e reduzindo as negativas, combatendo a depressão, aumentando a capacidade de atenção, melhorando os relacionamentos, etc. Ela ajuda também no combate à obesidade9, ao desenvolver um comer mais consciente.

Veja ainda: "Qual é seu nível de estabilidade emocional", "Autoestima - como melhorá-la" e "Por que evitar o sentimento de pena".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e do Johns Hopkins Medicine.

ABCMED, 2021. Atenção Plena ou Mindfulness: o que é isso?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1389700/atencao-plena-ou-mindfulness-o-que-e-isso.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
2 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
3 Olhos:
4 Cabeça:
5 Fisiológicas: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
6 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
7 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
8 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
9 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
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