Como melhorar a sua memória?
Como melhorar a sua memória?
A memória é uma das funções mais importantes do cérebro1 humano. Quando ela começa a falhar, surgem diminuições dos rendimentos no trabalho, nos estudos e na vida social. Uma memória forte depende da saúde2 e vitalidade do cérebro1. No entanto, na maioria das vezes essa dificuldade não é causada por doenças cerebrais específicas.
O processo de memorização inicia-se com a percepção de um estímulo que deve ser fixado e depois evocado. Depois de fixar é preciso trazer as lembranças de volta, no processo chamado evocação. Para evocar, o cérebro1 precisa do rastro da memória, alguma coisa significativa ligada a gravar as coisas e conseguir evocar na hora certa.
O cérebro1 humano, mesmo na pessoa idosa, tem uma capacidade surpreendente de se adaptar e mudar. Esta capacidade, conhecida como neuroplasticidade, implica em que ele pode formar novas conexões neurais e alterar as já existentes. Essas mudanças podem remodelar a aprendizagem e a memória, em qualquer idade.
Leia o artigo: "Quando a perda de memória não é normal?"
Algumas práticas que podem ajudar a memória
1. A memória, como a força muscular, requer que seja exercitada para ser fortalecida. Quanto mais o cérebro1 for usado, maior será sua capacidade de processar lembranças. Mas nem todas as atividades são iguais. Os melhores exercícios para o cérebro1 devem quebrar a sua rotina e levar ao desenvolvimento de novas vias neurais. Uma coisa útil é fazer algo novo como, por exemplo, aprender a tocar guitarra, fazer cerâmica, fazer malabarismos, jogar xadrez, falar francês ou dançar tango, por exemplo. O indivíduo deve começar com um nível fácil de atividade e progredir para um nível mais complexo.
2. O exercício mental é importante para a saúde2 do cérebro1, mas também o exercício físico. Este aumenta a oxigenação do cérebro1, aumenta os efeitos de substâncias químicas úteis à saúde2 cerebral, reduz os hormônios do estresse e desempenha um papel importante na neuroplasticidade. Os exercícios aeróbicos são particularmente bons para o cérebro1. O ideal é exercitar-se pela manhã, para limpar o "nevoeiro" do sono.
3. Dormir bem e em quantidade suficiente é importante. Cerca de 95% das pessoas adultas precisa de entre 7,5 a 9 horas de sono todas as noites, a fim de evitar a privação de sono. Com menos tempo, a memória, a criatividade, as habilidades de resolução de problemas e de pensamento crítico ficam comprometidas. O sono é fundamental para a memória porque a consolidação dela ocorre durante os estágios mais profundos do sono. O indivíduo deve procurar ir para a cama na mesma hora todas as noites e levantar-se ao mesmo tempo todas as manhãs. A cafeína, por seu lado, afeta as pessoas de forma diferente. Algumas são altamente sensíveis a ela, e ela pode interferir com o sono durante a noite. Se isso acontecer, o indivíduo deve reduzir ou suprimir completamente sua ingestão, pelo menos a partir das 18 horas de cada dia.
Saiba mais sobre "Caminhada" e "Insônia - como dormir melhor".
4. Os relacionamentos sociais saudáveis também estimulam o cérebro1 a preservar uma boa memória. Ter amizades significativas é vital não só para a saúde2 emocional, mas também para a saúde2 física do cérebro1 e um menor declínio da memória.
5. O estresse é um dos piores inimigos do cérebro1 e da memória. Vários estudos ligam a perda de memória ao estresse. Ao longo do tempo, o estresse crônico3 destrói as células4 do hipocampo5, envolvidas na formação de novas memórias e na recuperação de velhas recordações. Muitos estudos mostram que a meditação ajuda a melhorar muitas condições psíquicas que afetam a memória, incluindo depressão, ansiedade, dor crônica, diabetes6 e pressão arterial7 elevada.
Veja mais sobre "Estresse", "Ansiedade", "Diabetes6" e "Hipertensão8".
6. O riso é um ótimo remédio para o cérebro1 e para a memória, bem como para o corpo todo. O riso envolve várias regiões de todo o cérebro1, e parece ajudar as pessoas a associarem mais livremente e a recordarem melhor.
7. O cérebro1, tanto quanto o corpo, precisa de uma alimentação saudável. Uma boa dieta, além de benefícios para a saúde2 geral, pode melhorar a memória. Uma dieta saudável não restringe apenas o que comer, mas também o que não comer.
8. O indivíduo deve cuidar de sua saúde2 geral. Não são apenas a demência9 ou a doença de Alzheimer10 que causam perda de memória, mas muitas outras doenças, estados mentais e medicamentos também podem interferir na memória, como doenças cardiovasculares11, diabetes mellitus12, desequilíbrio hormonal, depressão e outras dificuldades emocionais.
Leia sobre "Demência9", "Mal de Alzheimer13" e "Depressão".
9. É importante prestar atenção. Uma pessoa não pode se lembrar de algo que nunca apreendeu e não pode apreender algo se não prestar atenção. Demora cerca de oito segundos de focalização para que a informação recebida seja processada na memória. A pessoa deve procurar associar, numa percepção, tantos sentidos quanto possível, relacionando informações com cores, texturas, odores e gostos. O ato físico de escrever informações pode ajudar a fixar. Ler em voz alta o que se escreveu pode ajudar a lembrar. Outra colaboração é comentar o novo com algo que você já se lembra, relacionando ao novo material. Rechear informações que você já aprendeu com as que está obtendo como novidades. Use métodos mnemônicos14 para facilitar a memorização.
10. É muito importante trabalhar e estudar em ambientes silenciosos, iluminados e bem organizados. Assim, o estímulo que interessa se destaca e a memorização é facilitada.
11. Fazer uma coisa de cada vez. Procure identificar as prioridades do momento e se desligar momentaneamente do resto.
12. Procure evitar álcool, cigarros e drogas. Todos são inimigos da memória e a longo prazo podem levar a atrofias15 e/ou isquemias16 cerebrais e a quadros graves de esquecimentos.
13. A memória é emocionalmente seletiva. As memórias ligadas a emoções positivas são mais facilmente fixadas que as ligadas a emoções negativas.
Algumas outras técnicas de aprimoramento da memória podem ser:
- Repetir, repetir, repetir, de preferência de maneira diferente, a cada vez.
- Tomar notas.
- Organizar mentalmente os dados.
- Visualizar direta ou mentalmente aquilo a ser recordado.
- Colocar num lugar proeminente da casa um objeto associado com o que deve ser recordado.
- Agrupar as coisas a serem recordadas em categorias.
Veja também sobre "Amnésias17", "Entendendo o estresse" e "Como lidar com o estresse".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.