Disbiose intestinal
O que é disbiose intestinal1?
A disbiose intestinal1 é um desequilíbrio da flora bacteriana intestinal, devido a uma diminuição do número de bactérias boas do intestino e aumento das bactérias patogênicas.
Quais são as causas de disbiose intestinal1?
A disbiose intestinal1 é consequência de uma mudança na população dos microrganismos que habitam os intestinos2, de modo que os micróbios inúteis e patogênicos superam os mais benéficos e proliferam livremente. Alguns fatores que parecem contribuir para tal alteração são o uso prolongado ou em altas doses de antibióticos, dieta alimentar não saudável, abuso de álcool, doenças ou tratamentos médicos, como quimioterapia3 para câncer4, por exemplo.
A disbiose intestinal1 também pode ser o resultado de uma mudança na localização dos vários tipos de microrganismos ao longo dos intestinos2 ou de uma mudança no modo como eles estão operando.
Leia mais sobre "Microbioma5 intestinal humano", "Usos e abusos dos antibióticos", "Probióticos6 e Prebióticos" e "Alimentos laxativos7 e constipantes".
Qual é o substrato fisiológico8 da disbiose intestinal1?
Durante a gestação, o feto9 vive num ambiente estéril, mas a partir do nascimento e continuando ao longo de toda a vida, o ser humano vive em contato com certas bactérias e outros microrganismos. Com algumas delas, que se hospedam no intestino, convive em harmonia. A coleção dinâmica dessas bactérias é chamada microbioma5 intestinal ou flora intestinal. Mais do que uma convivência harmoniosa, essas centenas de trilhões de bactérias são cruciais para a saúde10. Elas desempenham um papel fundamental em funções corporais importantes, desde manter o sistema digestivo11 funcionando até ajudar o sistema imunológico12 a se defender contra agressores. Mas, às vezes, essa flora pode ser alterada, criando uma situação que os cientistas chamam de “disbiose intestinal”.
Os mecanismos subjacentes à disbiose intestinal1 são um tanto obscuros, uma vez que é muito grande o número de fatores que medeiam os eventos desestabilizadores. O que se sabe é que a flora intestinal está em constante mudança, sob a influência de fatores como dieta, medicamentos ingeridos, estado da mucosa intestinal13, sistema imunológico12 e a dinâmica própria. Essas mudanças naturais podem se deteriorar a um estado de disbiose14 quando as condições desfavoráveis diminuem rapidamente a diversidade microbiana e promovem a expansão de bactérias desfavoráveis. Grande número de doenças está associado à disbiose intestinal1, incluindo doenças inflamatórias intestinais e distúrbios metabólicos, como obesidade15 e diabetes16 tipo 2.
Quais são as características clínicas da disbiose intestinal1?
O estudo da disbiose intestinal1 na Medicina é recente e tem ainda muito a evoluir. Por isso, ainda não estão disponíveis informações claras sobre todos os efeitos que ela tem nos distúrbios de saúde10 nem como melhorar a disbiose intestinal1. Infelizmente, a alteração da flora intestinal tende a ter um efeito de bola de neve: à medida que diminuem os micróbios úteis, eles tornam-se cada vez menos capazes de impedir os micróbios patógenos de se multiplicar. Atualmente pensa-se que as bactérias intestinais possam ter influência em certas doenças neurológias. O que se sabe com certeza é que a disbiose intestinal1 reduz a capacidade de absorção de nutrientes e pode levar à carência de vitaminas, além de ser capaz de causar algumas doenças.
Os sintomas17 da disbiose intestinal1 são muito variados e às vezes se acompanham dos sintomas17 das doenças associadas, tornando-os mais complexos. Entre eles, contam-se inchaço18; mal-estar estomacal; mau hálito; fadiga19; aumento do peso corporal; indigestão; náusea20; constipação21; diarreia22; disfunção metabólica e inflamação23. Como sintomas17 que podem ser comuns a outras doenças, pode-se contar ainda insônia; ansiedade; depressão; erupção24 cutânea25; dificuldade em urinar; sangramento retal ou vaginal e doença autoimune26.
Como o médico diagnostica a disbiose intestinal1?
O diagnóstico27 de disbiose intestinal1 nem sempre é fácil, mas deve partir dos sinais28 e sintomas17 relatados pelo paciente, do histórico médico, exame físico e exames de laboratório. A disbiose14 pode ser precedida de síndrome29 do intestino irritável, uso prolongado de antibióticos, doença autoimune26 ou história de gastroenterite30.
Para confirmar o diagnóstico27, podem ser recomendados os seguintes exames e testes:
- Testes de ácido orgânico, que é feito coletando-se uma amostra de urina31 e examinando32-a no laboratório para detectar certos ácidos que as bactérias emitem no intestino. Se forem encontrados níveis anormais desses ácidos, isso significa que algumas bactérias estão crescendo fora de controle.
- Análise abrangente de fezes, que pode fornecer a análise mais aprofundada das bactérias “boas” e patogênicas que vivem no intestino.
- Teste de respiração de hidrogênio, que detectará a presença de gases produzidos por bactérias no intestino, mediante o gás respirado em um balão especial.
- Biópsia33 de tecido34 bacteriano do intestino para ver que tipo de bactéria35 está presente.
Como o médico trata a disbiose14?
Teoricamente, a disbiose intestinal1 pode ser tratada por meio de melhores hábitos alimentares e estilo de vida mais saudável. Alguns profissionais recomendam o uso de caldo de osso, mas não há pesquisa clínica para apoiar essa recomendação. Algumas opções de tratamento que receberam algum apoio de pesquisa orientam o uso de probióticos6 (microrganismos que agem no corpo facilitando a digestão36 e a absorção de nutrientes), prebióticos (ingredientes nutricionais que estimulam o crescimento de bactérias benéficas) e transplante da microbiota37 intestinal.
Contudo, o tratamento da disbiose intestinal1 é mais do que apenas tomar remédios ou suplementos alimentares. Tem algo a ver com escolhas alimentares adequadas, evitar o açúcar38 e alguns outros alimentos, limitar a ingestão de álcool ou erradicá-la por completo.
Veja também sobre "Síndrome29 do cólon39 irritável", "Diverticulite40" e "Diverticulose41".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco e da News Medical - Life Sciences.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.