Usos terapêuticos da alcachofra
O que é a alcachofra?
A alcachofra (Cynara scolymus) é uma planta da família das compostas que chega a atingir até um metro de altura, de caules estriados, folhas penatífidas (que têm recortes pouco profundos) e grandes capítulos florais. É uma planta dita perene, que dura anos e que volta a brotar anualmente. Suas folhas têm cor verde-claro cobertas de uma penugem branca que lhes dá uma aparência pálida. Dá uma inflorescência comestível, produto muito apreciado quando ainda na fase inicial e razão de seu cultivo comercial. No cotidiano urbano, ela pode ser encontrada em feiras, como uma inflorescência muito jovem, ainda sem pétalas. Ao se transformar em flor aberta endurecem as brácteas (folhas vistosas e atrativas muitas vezes confundidas com pétalas) e não podem mais ser aproveitadas para consumo.
A alcachofra é nativa do sul da Europa e norte da África e chegou em terras brasileiras há cerca de cem anos, trazida pelos imigrantes europeus. O nome “alcachofra” provém do árabe al-kharshûf (que significa “planta espinhosa”). O nome Cynara vem do grego: segundo uma lenda antiga, Cynara seria uma jovem que rejeitou Zeus e que, por ele, foi transformada nessa planta.
A época de plantio vai de fevereiro a maio na região Sul do Brasil. A indicação é que as sementes devem ser semeadas em bandejas em local protegido. Quando um pouco crescidas, com cerca de nove centímetros de altura, as mudas devem ser transplantadas para o local definitivo, deixando-se um metro de espaço entre cada alinhamento e 80 centímetros entre as plantas. O ciclo de crescimento até o início da colheita é de 120 a 150 dias e cada planta produz cerca de quatro flores.
Por que ingerir alcachofra?
A alcachofra tem como valor nutritivo a vitamina1 C e sais minerais (ácido fólico, magnésio e potássio), além de atividades antioxidantes e hipolipidêmicas (baixo nível de gorduras), hepatoprotetora (protege o fígado2), colerética (estimula o fígado2 na produção da bile3), colagoga (estimula a contração da vesícula4 e facilita a transferência de bile3 para o duodeno5) etc.
A alcachofra pode ser consumida in natura, em forma de salada crua ou cozida, chá ou em cápsulas industrializadas. Ela pode também ser usada em receitas como risotos, molhos para macarrão, recheios veganos para pasteis, bolinhos e até mesmo na versão recheada da alcachofra. O mais comum é consumir cozinhando a planta em água e sal, quando as brácteas ainda estejam tenras.
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Usos terapêuticos da alcachofra
A cinarina e a cinaropicrina são as principais substâncias ativas da alcachofra. Devido às suas propriedades antioxidantes e de radicais livres, os extratos da alcachofra têm sido usados na medicina popular como hepatoprotetores, no tratamento de doenças cardiovasculares8 e na inibição da biossíntese do colesterol9. A alcachofra é usada também para facilitar a digestão10 e aliviar o desconforto abdominal, gases e náuseas11 resultantes de deficiência na produção e eliminação da bile3. A ativação da produção e da eliminação da bile3 talvez seja a principal ação da alcachofra.
Como medicação, a alcachofra pode ser usada sob a forma de chá ou cápsulas. Para utilizá-la como chá deve-se tomar 3 xícaras do seu chá por dia, de 15 a 20 minutos antes das refeições, pelo tempo que for necessário. O chá é feito adicionando 15 gramas de folhas secas da planta em 500 mL de água fervente e deixando a mistura descansar por 10 minutos. O chá de alcachofra é um excelente remédio caseiro para quem quer emagrecer rápido e alcançar o peso ideal em pouco tempo, pois é um potente diurético12, desintoxicante e depurativo que limpa o organismo, eliminando as toxinas13, gorduras e líquidos em excesso.
Outra alternativa de usar a alcachofra é em cápsulas. As cápsulas de alcachofra facilitam a digestão10, reduzindo os gases e o enjoo causados pela produção inadequada da bile3 e podem ajudar a emagrecer, além de atuar como laxante14 suave que facilita a eliminação das fezes. O indicado é usar 2 comprimidos de alcachofra 200 mg, 3 a 4 vezes ao dia, ou a critério médico. As cápsulas da alcachofra devem ser consumidas antes ou depois das principais refeições do dia, juntamente com um pouco de água.
Não foram verificados efeitos colaterais15 importantes nas doses recomendadas. Em alguns casos observou-se diarreia16, hiperacidez gástrica e perda de peso. A alcachofra não deve ser usada durante a gravidez17 e a lactação18 porque pode diminuir a lactação18 e adicionar gosto amargo ao leite materno.
Assuntos de interesse “Obesidade19”, “Entendendo o colesterol9 do organismo” e “Estatinas: prós e contras”.
Referências:
Referências: As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da FIOCRUZ – Brasil, American Journal of Health-System Pharmacy e do Bulletin of Faculty of Pharmacy, Cairo University.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.