Angiogênese: entenda o conceito, seus efeitos, os diferentes tipos e mais!
O que é angiogênese1?
A angiogênese1 é o processo biológico pelo qual novos vasos sanguíneos2 são formados a partir de vasos já existentes. Esse processo ocorre tanto em condições normais, como durante o crescimento e desenvolvimento de tecidos, quanto em situações patológicas, como na cicatrização de feridas e no crescimento de tumores.
Ela é essencial para a regeneração dos tecidos e para suprir a demanda de oxigênio e nutrientes em áreas em desenvolvimento ou em processo de reparo. Além disso, o crescimento anormal de tecidos, como nos tumores, também requer a formação de novos vasos sanguíneos2 para se sustentar. Esse processo é cuidadosamente regulado por uma série de sinais3 químicos no corpo, incluindo fatores de crescimento e citocinas4.
Saiba mais sobre "Oncogênese - processo de formação do câncer5" e "Malformações6 arteriovenosas".
Efeitos da angiogênese1
A angiogênese1 é um processo fundamental em diversos eventos fisiológicos e patológicos. Ela desempenha um papel central em fenômenos como a ovulação7, a formação do corpo lúteo, o desenvolvimento embrionário, o ciclo menstrual e a cicatrização de feridas. Além disso, está associada a doenças como artropatias crônicas, psoríase8, retinopatia diabética9 proliferativa, crescimento tumoral e metástases10, entre outras.
A angiogênese1 melhora a perfusão sanguínea periférica, o que, por sua vez, aumenta a eficiência dos órgãos e tecidos. No contexto do treinamento físico, por exemplo, a angiogênese1 promove a formação de novos vasos sanguíneos2 nos músculos11, facilitando a difusão de oxigênio e aprimorando a performance durante o exercício.
Por outro lado, a angiogênese1 também tem implicações importantes em várias patologias. No câncer5, por exemplo, o tumor12 depende desse processo para obter nutrientes e oxigênio, crescer, invadir tecidos adjacentes e se disseminar por meio de metástases10. O tumor12 emite sinais3 químicos que estimulam o crescimento de novos vasos sanguíneos2 para garantir seu suprimento sanguíneo.
Em contraste, nas doenças cardíacas e inflamatórias, a angiogênese1 é utilizada para promover a revascularização das áreas afetadas, sendo frequentemente estimulada como parte do tratamento.
Tipos de Angiogênese1
A angiogênese1, ou formação de novos vasos sanguíneos2, pode ocorrer por dois mecanismos principais: (1) angiogênese1 por brotamento e (2) angiogênese1 por divisão, também conhecida como intussusceptiva.
- Angiogênese1 por brotamento (sprouting): a angiogênese1 por brotamento é o processo pelo qual novos vasos sanguíneos2 se formam a partir de vasos existentes. Este mecanismo é crucial tanto para o crescimento normal dos tecidos quanto para a cicatrização de feridas e o desenvolvimento de tumores. Ele é ativado por sinais3 químicos, como o Fator de Crescimento Endotelial Vascular13 (VEGF), que são liberados por células14 que necessitam de oxigênio e nutrientes. Durante esse processo, as células14 endoteliais dos vasos sanguíneos2 existentes degradam a matriz extracelular ao redor do vaso, permitindo que as células14 se movam e se multipliquem. Essas células14 migram em direção à fonte do estímulo angiogênico e começam a formar uma nova estrutura vascular13, chamada de "broto" (sprout). Esses brotos se organizam em túbulos que eventualmente se conectam com outros brotos, formando uma nova rede de capilares15. Com o tempo, essas estruturas se estabilizam e são revestidas por células14 perivasculares, criando novos vasos sanguíneos2 funcionais.
- Angiogênese1 por divisão (intussusceptiva): a angiogênese1 por divisão é um processo no qual um vaso sanguíneo existente se divide internamente para formar dois novos vasos. Inicialmente, as células14 endoteliais que revestem o interior do vaso se expandem, criando um novo espaço dentro do vaso. Uma coluna de matriz extracelular penetra nessa expansão, formando um septo que gradualmente se alonga e divide o vaso em duas novas "luzes" (lumens). A coluna de tecido16 resultante é preenchida com células14 mesenquimais17 e matriz extracelular. As células14 endoteliais e mesenquimais17 remodelam essa estrutura, resultando em dois vasos separados, cada um com sua própria parede endotelial. Esse processo é particularmente importante durante o desenvolvimento embrionário e em certas condições patológicas, como a resposta inflamatória crônica. A angiogênese1 por divisão é mais rápida que a por brotamento, pois permite a expansão rápida da rede vascular13 sem a necessidade de uma proliferação celular extensa.
Ambos os tipos de angiogênese1 são essenciais para o crescimento e a adaptação dos tecidos em diferentes contextos fisiológicos e patológicos, contribuindo para a manutenção da saúde18 e o desenvolvimento de diversas condições clínicas.
Leia sobre "Gestação semana a semana", "Crescimento Infantil19" e "Processo de cicatrização".
Qual é o substrato fisiopatológico da angiogênese1?
A angiogênese1 depende diretamente da proliferação das células14 endoteliais, que revestem o interior dos vasos. Esse processo é regulado por um equilíbrio delicado entre fatores que estimulam e inibem a angiogênese1. Se houver um aumento na atividade dos fatores estimuladores ou uma diminuição na atividade dos fatores inibidores, a angiogênese1 pode ser desencadeada.
Pesquisas indicam que esse equilíbrio é controlado por determinados genes, incluindo aqueles que suprimem o crescimento de tumores. Um exemplo importante é a trombospondina, um fator inibidor da angiogênese1 produzido por fibroblastos20 humanos sob o controle do gene supressor21 tumoral p53. Mutações no p53 estão associadas ao desenvolvimento de certos tipos de tumores sólidos.
Os fatores que estimulam a angiogênese1 podem ser agrupados em dois principais subgrupos: fatores de crescimento e citocinas4. Entre os fatores de crescimento mais estudados estão:
- Fator de Crescimento Fibroblástico Básico (bFGF)
- Fator de Crescimento Derivado das Plaquetas22 (PDGF)
- Fator de Crescimento Endotelial Vascular13 (VEGF)
- Fatores de Crescimento Semelhantes à Insulina23 (IGF)
- Fatores Estimuladores de Colônias de Granulócitos24 e Macrófagos25 (GM-CSF)
No grupo das citocinas4, destacam-se:
- Interleucina 6 (IL-6)
- Interleucina 8 (IL-8)
Essas moléculas têm suas sequências genéticas já identificadas e podem ser clonadas, o que abre possibilidades para estudos avançados e potenciais terapias relacionadas à angiogênese1.
Alguns usos da angiogênese1 na Medicina
A aplicação da angiogênese1 na medicina pode ser dividida em duas áreas principais: terapias antiangiogênicas e terapias pró-angiogênicas.
As terapias antiangiogênicas são amplamente utilizadas no combate ao câncer5, pois visam inibir a formação de novos vasos sanguíneos2 que alimentam tumores, limitando assim seu crescimento e disseminação. Por outro lado, as terapias pró-angiogênicas estão sendo exploradas como alternativas para o tratamento de doenças cardiovasculares26, onde a promoção da formação de novos vasos sanguíneos2 pode ajudar a revascularizar áreas isquêmicas, melhorando o fluxo sanguíneo e a saúde18 do tecido16 afetado.
A angiogênese1 natural também ocorre como resultado da prática de exercícios aeróbicos e anaeróbicos, onde o aumento da demanda por oxigênio nos músculos11 estimula a formação de novos vasos sanguíneos2, melhorando o desempenho e a recuperação muscular. Além disso, medicações antiangiogênicas têm sido eficazmente utilizadas no tratamento da degeneração macular27, uma condição que pode levar à perda de visão28.
A angiogênese1 é fundamental na integração de tecidos implantados, como em transplantes ou enxertos. O sucesso desses procedimentos depende da vascularização adequada do tecido16 implantado, garantindo o fornecimento de oxigênio e nutrientes, e prevenindo a necrose29 nas áreas centrais do implante30.
Portanto, a angiogênese1 desempenha um papel essencial na medicina regenerativa e em diversas terapias clínicas.
Veja também sobre "Telangiectasia31 ou aranhas vasculares32", "Varizes33", "Coagulação34 sanguínea" e "Escleroterapia35".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.