Retinopatia diabética: o que é, quais os fatores de risco, como se instala; como são o diagnóstico, a evolução e o tratamento?
O que é retinopatia diabética1?
A retinopatia diabética1 é uma complicação microvascular que pode ocorrer no diabetes mellitus2, afetando a retina3, e que pode levar à perda total da visão4, sendo a principal causa de cegueira entre adultos acima de 20 anos. A retinopatia diabética1 ocasiona rompimento dos vasos sanguíneos5 da retina3, causando hemorragia6 e infiltração de gordura7 em seu interior. O diabetes tipo 18 causa complicações oculares mais frequentes e mais graves, mas o diabetes tipo 29, muito mais incidente10, é responsável por um número maior de casos de pacientes com baixa visão4 em razão da retinopatia diabética1.
Quais são os fatores de risco para a retinopatia diabética1?
O tempo de duração do diabetes mellitus2 é o fator de risco11 mais importante para a retinopatia diabética1. Após 20 anos de evolução do diabetes12, esta complicação está presente em praticamente todos os pacientes com diabetes tipo 18 e em 50 a 80% dos pacientes com diabetes tipo 29. Um segundo fator de risco11 é o grau de hiperglicemia13. Níveis normais ou perto no normal de açúcar14 no sangue15 previnem ou retardam o início da retinopatia diabética1. Outros fatores de risco são a hipertensão arterial16 e a nefropatia17. Também a gestação, bem como a puberdade e a realização de cirurgia de catarata18 são condições que podem promover avanço das lesões19 da retinopatia diabética1. O uso de aspirina, por seu turno, não aumenta o risco de hemorragias20. O efeito do fumo é controverso, mas deve-se evitar a obesidade21, o consumo de álcool, a dislipidemia e o sedentarismo22.
Como se instala a retinopatia diabética1?
Nos pacientes com diabetes tipo 18, a retinopatia geralmente se instala após três a cinco anos de evolução da doença e raramente surge antes da puberdade. Em contrapartida, em pacientes com diabetes tipo 29, a retinopatia pode já estar presente em algum grau no momento em que for diagnosticado o diabetes12.
Como o médico diagnostica a retinopatia diabética1?
Um exame oftalmológico completo deve ser realizado no máximo cinco anos após o diagnóstico23 do diabetes12 e depois uma reavaliação deve ser feita a cada ano. Os pacientes com diabetes tipo 29 devem fazer uma avaliação oftalmológica no momento do diagnóstico23. Mulheres diabéticas que desejem engravidar devem realizar, antes, uma avaliação oftalmológica completa e serem orientadas sobre o risco de desenvolvimento da retinopatia. As grávidas devem ser devidamente acompanhadas e monitoradas até um ano após o parto. Os exames do fundo de olho24 e da retina3 são essenciais para o diagnóstico23 da retinopatia diabética1. Normalmente, usa-se fazer:
- Exame direto de fundo de olho24: as pupilas devem ser dilatadas com um colírio25 para que o oftalmologista26 possa examinar visualmente o fundo do olho27, com lentes de aumento acopladas a um aparelho chamado oftalmoscópio.
- Tanometria: uso de um aparelho para medir a pressão intraocular28.
- Angiografia29 fluoresceínica: um corante especial é injetado no braço e minutos depois são tiradas fotografias da passagem dele pelos vasos da retina3, permitindo ao oftalmologista26 fazer uma análise desses vasos.
Como evolui a retinopatia diabética1?
O controle clínico do diabetes12 diminui muito o aparecimento da retinopatia diabética1, mas todo paciente diabético deve ser acompanhado periodicamente pelo oftalmologista26.
A retinopatia diabética1 em qualquer grau está associada ao aumento de risco de mortalidade30 cardiovascular.
A presença da retinopatia diabética1 está fortemente associada à nefropatia17 diabética, sendo, portanto, recomendável a avaliação da presença de doença renal31 diabética em indivíduos com retinopatia.
Como o médico trata a retinopatia diabética1?
Se iniciado precocemente, o tratamento da retinopatia diabética1 apresenta bons resultados. Através da fotocoagulação a laser, as áreas comprometidas da retina3 podem ser cauterizadas, beneficiando a maioria dos pacientes. A vitrectomia é uma microcirurgia que visa remover os vasos anormais e corrigir o descolamento de retina3. Atualmente, novas drogas, em cápsulas ou injetáveis dentro do globo ocular32, estão sendo usadas com essas mesmas finalidades.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.