Como se dá a coagulação sanguínea?
O que é coagulação1 sanguínea?
Coagulação1 é o processo de transformação do sangue2 líquido num coágulo3 sólido, o que, em casos de hemorragias4, auxilia na interrupção do sangramento, fechando os vasos sanguíneos5 e, portanto, impedindo que o sangue2 extravase. Em casos de formação de coágulos intravasculares6 podem ocorrer tromboses7 arteriais ou venosas.
Como se dá a coagulação1 sanguínea?
A coagulação1 sanguínea se dá por uma sequência de eventos químicos e plaquetários (plaquetas8 são fragmentos9 celulares oriundos de células10 chamadas megacariócitos, as quais são originadas na medula óssea11) que resultam na formação de um coágulo3 de fibrina12 que faz a hemostasia13 (cessação do sangramento) e ajudam a parar o sangramento e a reparar o tecido14 danificado.
Os componentes da coagulação1 incluem as plaquetas8, os vasos sanguíneos5 e as proteínas15 da coagulação1 do sangue2, entre outras coisas. A coagulação1 se dá pela ativação dos chamados fatores de coagulação1, numerados por algarismos romanos, de I a XII, a qual se faz por duas vias: A qual se faz por duas vias: uma intrínseca, que ocorre no interior dos vasos sanguíneos5 quando o sangue2 entra em contato com regiões da parede do vaso com alguma lesão16, e outra extrínseca, quando o sangue2 extravasa dos vasos para os tecidos conjuntivos, no que se usa chamar "cascata da coagulação1". Ambas as vias acabam por se juntarem na formação do coágulo3 de fibrina12. O ponto comum entre as duas vias é a conversão da protrombina17 em trombina18. A trombina18 tem várias funções, mas a principal delas é a conversão do fibrinogênio19 em fibrina12. O cálcio e a vitamina20 K são ditos cofatores da coagulação1 e agem facilitando o processo de coagulação1 sanguínea. No sentido inverso, algumas substâncias ditas anticoagulantes21, agem dificultando o processo da coagulação1 do sangue2 e são utilizadas com essa finalidade em algumas situações clínicas.
Quais são as diferenças entre coagulação1 sanguínea e hemostasia13?
A coagulação1 é o processo pelo qual o sangue2 líquido se transforma em sólido; hemostasia13 é o conjunto de mecanismos pelos quais se procura manter o sangue2 no interior dos vasos, sem extravasar. A coagulação1 sanguínea é um dos fatores de hemostasia13, talvez o principal deles. Logo iniciado o extravasamento de sangue2 de um vaso lesado, as plaquetas8 migram para o local em maior quantidade, aderem ao endotélio22 dos vasos e se agregam, formando um tampão local. Em seguida, componentes do plasma23, chamados fatores de coagulação1, agem para formar fios de fibrina12, que fortalecem esse tampão. Ao mesmo tempo, ocorre uma vasoconstrição24, o que diminui a circulação25 local. Quando o vaso lesado é de grande calibre esse processo não se dá, em virtude da grande quantidade de sangue2 jorrado e da maior pressão dele.
Como o médico trata os transtornos da coagulação1 sanguínea?
Conforme o problema com que esteja às voltas, o médico pode desejar facilitar ou dificultar o processo de coagulação1 do sangue2. Algumas enfermidades resultam de dificuldades no processo de coagulação1, como a hemofilia26, por exemplo, outras, ao contrário, de uma ativação anormal desse processo, como ocorre na chamada coagulação1 intravascular27 disseminada. Muitas vezes o médico deseja prevenir a formação de trombos28 nas artérias29 e nas veias30 e a eventual transformação deles em êmbolos que possam vir a interromper a circulação25 como, por exemplo, em casos de varizes31, imobilidade prolongada das pernas ou em pacientes portadores de cardiopatias. Nos casos nos quais deseje dificultar o processo de coagulação1, em geral, o médico usa os medicamentos chamados anticoagulantes21. Nos casos contrários, usa derivados sanguíneos que contenham fatores de coagulação1, conforme a natureza do problema.
Como o médico diagnostica os transtornos da coagulação1 sanguínea?
Os exames clássicos para avaliar a coagulação1 são os chamados tempo de sangramento e tempo de coagulação1, exames laboratoriais que medem o tempo necessário para fazer cessar a hemorragia32 de um pequeno ferimento (de aproximadamente dois milímetros de profundidade). O exame do tempo de sangramento avalia a hemostasia13 primária e o tempo de coagulação1 avalia a via intrínseca da coagulação1.
Um aumento do tempo de sangramento evidencia a dificuldade na formação de um tampão hemostático, como ocorre, por exemplo, na baixa das plaquetas8 (plaquetopenia33), uso de aspirina, mieloma34 múltiplo, uremia35, insuficiência hepática36 e outras. Um tempo de coagulação1 alterado atesta a presença de defeitos dos fatores da coagulação1. Valores aumentados estão presentes, por exemplo, na hemofilia26 e na presença de anticoagulante37 circulante. O valor normal do tempo de sangramento é de até cinco minutos e o do tempo de coagulação1 entre quatro e dez minutos.
Como se realiza o exame do tempo de sangramento e do tempo de coagulação1?
O tempo de sangramento pode ser medido por diversos métodos. O mais comum deles consiste em medir a duração do sangramento após uma incisão38 de pele39. O tempo de sangramento depende da elasticidade40 da parede dos vasos sanguíneos5 e da quantidade e capacidade funcional das plaquetas8. Em geral esse teste é usado para rastreamento pré-operatório, embora seja também efetuado em pacientes com histórias pessoais ou familiares de desordem de sangramento. O exame tem como objetivo avaliar a função hemostática global e detectar desordens congênitas41 ou adquiridas de função plaquetária. O paciente não precisa estar em jejum. Uma pequena quantidade de sangue2 normalmente é colhida por meio de uma perfuração praticada com um estilete em alguma região bem vascularizada do corpo, como a polpa de um dedo, por exemplo. Outros exames como o tempo de trombina18 e o tempo de tromboplastina42 ativada também podem ser realizados.
Quais são as complicações possíveis a partir de transtornos na coagulação1 sanguínea?
Desordens na coagulação1 podem levar a um aumento do risco de hemorragias4 ou, ao contrário, de formação de trombos28 e de embolismos. Essas hemorragias4 devidas a transtornos da coagulação1 sanguínea ocorrem no interior das vísceras, na pele39, nas mucosas43 do nariz44, boca45 ou gengivas, ou então por via vaginal.
Chama-se diátese hemorrágica46 à tendência para sangramento sem causa aparente ou a uma hemorragia32 mais intensa ou prolongada do que seria normal, após um traumatismo47. Pode dever-se a uma anormalidade da parede vascular48, a uma alteração das plaquetas8 ou do sistema de coagulação1.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.