Malformações arteriovenosas
O que são malformações1 arteriovenosas?
Malformações1 arteriovenosas são conexões anormais entre artérias2 e veias3, contornando (bypassing) o sistema capilar4, com um emaranhado de vasos conectando anormalmente artérias2 e veias3. Isso perturba o fluxo sanguíneo normal e o fornecimento de oxigênio aos tecidos.
Quais são as causas das malformações1 arteriovenosas?
A causa das malformações1 arteriovenosas não está clara. A maioria das pessoas nasce com elas (congênitas5), mas ocasionalmente elas podem se formar mais tarde na vida (adquiridas). Elas raramente são transmitidas entre membros de uma mesma família. Os padrões de transmissão genética, se houver, são desconhecidos, mas geralmente não se considera que sejam hereditárias.
Qual é o mecanismo fisiológico6 das malformações1 arteriovenosas?
Em um breve esquema da anatomia e fisiologia7 da circulação8, pode-se dizer que as artérias2 se ramificam desde um tronco arterial9 de grande calibre (artéria10 aorta11), passando por ramos arteriais cada vez menores, até vasos capilares12 de dimensões tão ínfimas que são indetectáveis a olho13 desarmado.
No sentido inverso, esses capilares12 se confluem em vasos venosos cada vez de maior calibre, até formar um tronco venoso de grosso calibre que aflui ao ventrículo direito. Daí, o sangue14 se dirige aos pulmões15 e depois de passar pelo capilares12 pulmonares, retornam ao ventrículo direito, de onde passam à artéria10 aorta11, repetindo o ciclo.
Nos capilares12 pulmonares, o sangue14 toma o oxigênio do ar respirado e libera o CO2 trazido pelo sangue14 venoso. Nos capilares12 periféricos dá-se a troca inversa: liberam o oxigênio carreado pelo sangue14 arterial para nutrir os tecidos e recolhem deles o CO2 que será liberado nos pulmões15.
Uma malformação16 arteriovenosa interfere com este processo, formando uma conexão direta das artérias2 e veias3, sem passar pelos capilares12, podendo levar a sérios problemas médicos devidos à falta de oxigênio. As malformações1 arteriovenosas são mais frequentes no cérebro17 e na medula espinhal18, mas podem se desenvolver em qualquer parte do corpo. As malformações1 arteriovenosas não têm o efeito amortecedor dos capilares12 quanto ao fluxo sanguíneo, o que significa que podem aumentar progressivamente ao longo do tempo. Elas também fazem com que a área circundante seja privada da remoção de CO2 e da entrega de nutrientes às células19.
Quais são as principais características clínicas das malformações1 arteriovenosas?
Se uma malformação16 arteriovenosa interrompe o processo circulatório normal, os tecidos adjacentes podem não receber o oxigênio suficiente e as artérias2 e veias3 afetadas podem se enfraquecer e romper. Uma malformação16 arteriovenosa pode se desenvolver em qualquer parte do corpo, mas ocorre mais comumente no cérebro17 ou na coluna. Se isso acontecer no cérebro17, os sintomas20 neurológicos dependerão da localização da lesão21.
Embora muitas malformações1 arteriovenosas sejam assintomáticas (81-88%), algumas delas podem causar sintomas20, os quais variam de acordo com a localização da malformação16. Eles podem incluir dificuldades na coordenação dos movimentos, vertigem22, dificuldades de fala, dificuldades de realizar as atividades cotidianas, apraxia (impossibilidade de executar movimentos coordenados, por exemplo, andar ou escrever, mesmo que não haja afecção23 da motricidade e da sensibilidade), dormência24, confusão mental, dor e alucinações25.
As malformações1 arteriovenosas cerebrais, muito frequentes, podem se apresentar de várias maneiras diferentes: sangramentos, início agudo26 de dor de cabeça27 severa, déficits neurológicos, convulsões, alterações ou perda de visão28.
Como muitas vezes são assintomáticas, as malformações1 arteriovenosas podem ser descobertas como parte de uma autópsia29 ou são um "achado incidental" durante o tratamento de um distúrbio não relacionado.
Saiba mais sobre "Dormência24 ou formigamento", "Alucinações25" e "Convulsões".
Como o médico diagnostica as malformações1 arteriovenosas?
As malformações1 arteriovenosas podem ser diagnosticadas principalmente por exames de imagem tais como pela angiografia30 por tomografia computadorizada31, pela ressonância magnética32 ou por angiografia30 por ressonância magnética32.
Como o médico trata as malformações1 arteriovenosas?
O tratamento para as malformações1 arteriovenosas cerebrais, as mais comuns, pode ser sintomático33 ou conservador e os pacientes devem ser monitorados por um neurologista34 que possa avaliar quaisquer sinais35 ou sintomas20 que surjam. O tratamento específico pode envolver embolização36 endovascular, neurocirurgia ou radiocirurgia. A embolização36 corta o fornecimento de sangue14 às malformações1 arteriovenosas e pode ser usada em adição à neurocirurgia ou radiocirurgia. Raramente é um procedimento bem-sucedido quando empregado isoladamente, exceto em malformações1 menores.
Leia também sobre "Angiografia30", "Aneurismas" e "Acidente Vascular Cerebral37".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.