Disidrose: conceito, causas, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e evolução
O que é disidrose?
Disidrose (do grego: des=não; hidro=suor excessivo) é uma doença aguda ou crônica que se caracteriza pelo aparecimento de pequenas vesículas1 principalmente nas palmas das mãos2 e plantas dos pés. A doença recebeu esse nome porque no passado se acreditava que ela era devida à retenção de suor, ideia que hoje em dia acha-se inteiramente descartada. O termo foi empregado pela primeira vez em 1873, por Tilbury-Fox, que acreditava nessa teoria sudoral.
Quais são as causas da disidrose?
A causa verdadeira da disidrose é desconhecida. Existem certas reações a medicamentos e algumas reações imunológicas a fungos que imitam a disidrose. A doença, contudo, tem uma especificidade individual. Não é a natureza da substância de contato que determina se a lesão3 a ser formada será ou não disidrose e sim o padrão de reação de cada pessoa. Uma mesma substância pode provocar disidrose em uma pessoa e reação diferente em outra pessoa. A disidrose costuma estar associada ao estresse, à sudorese4 aumentada nas mãos2 e nos pés, à raiva5 e à personalidade obsessivo-compulsiva. Estes são importantes fatores de risco para a doença.
Qual é a fisiopatologia6 da disidrose?
As vesículas1 surgem sob a camada córnea7 espessa das palmas das mãos2 e plantas dos pés e migram para a superfície, permanecendo intactas e dificilmente se rompendo, apesar da distensão devida à retenção de conteúdo líquido sob pressão em seu interior. Essa migração dura cerca de três semanas e depois as vesículas1 desaparecem. A descompressão8 das vesículas1 por meio de perfuração ou incisão9 proporciona o desaparecimento do "prurido10 doloroso". Por outro lado, o excesso de sudação11 pode produzir uma reação inflamatória local.
Quais são os principais sinais12 e sintomas13 da disidrose?
A disidrose é mais frequente nas décadas médias da vida e atinge igualmente aos dois sexos. Expressa-se por pequenas vesículas1 claras e opacas (menos de 1 mm) sobre uma base avermelhada, que surgem de maneira bilateral e simétrica principalmente nas palmas das mãos2 e, com muito menor frequência, na planta dos pés e que podem confluir formando bolhas. Muitas vezes essas lesões14 infeccionam, se tornam dolorosas e as unhas15 podem sofrer distrofias16. Em geral as lesões14 aparecem de modo abrupto e são precedidas por sensações de calor e coceira. A seguir, elas podem ocasionar descamação17, secura e crostas.
Como o médico diagnostica a disidrose?
Para diagnosticar a disidrose é necessário um inventário médico bem detalhado e exame direto das lesões14. Exames complementares podem ser necessários para identificar as causas. Como a disidrose muitas vezes é uma reação a uma infecção18 fúngica19, pode-se fazer pesquisa direta e cultura de fungos a partir de material das lesões14, porque mesmo nas reações à distância há a presença de fungos nas lesões14.
Como o médico trata a disidrose?
O único tratamento indicado para a disidrose é a psicoterapia ou o aconselhamento para manejar o estresse. Geralmente as crises têm resolução espontânea em uma a três semanas, mas têm caráter recidivante20, e o intervalo entre elas pode ser de semanas ou meses. Muitas vezes proteções locais podem ser necessárias nas crises, além da medicação tópica adequada para os sintomas13 (permanganato, pomadas cicatrizantes, corticoides, etc.). Raros casos mais graves exigem tratamento por via oral. Existem tratamentos caseiros à base de abacate, mas não há comprovação científica da validade dos mesmos. Se for possível determinar uma causa, deve-se tratá-la ou eliminá-la. Ultimamente têm surgidos novos tratamentos e por isso o dermatologista deve sempre ser consultado.
Como prevenir a disidrose?
As crises podem ser restringidas evitando-se a umidade nas áreas afetadas, usando luvas e evitando contato com substâncias irritantes.
Como evolui a disidrose?
As lesões14 da disidrose são autorresolutivas, em algumas semanas, mas tendem a retornar tempos depois.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.