Síndromes mielodisplásicas
O que são síndromes mielodisplásicas?
Síndromes mielodisplásicas referem-se a um grupo heterogêneo de neoplasias1 das células2 precursoras das células sanguíneas3, caracterizadas por um aumento na quantidade das células2 imaturas. Elas têm um risco de 20 a 30% de se transformarem em uma enfermidade maligna, a leucemia4 mieloide aguda. As mielodisplasias podem ser alterações celulares primárias ou serem secundárias a uma condição médica que agrida a medula espinhal5.
Quais são as causas das síndromes mielodisplásicas?
As mielodisplasias primárias, que são a maior parte dos casos, são aquelas que surgem sem que se conheça os motivos. As secundárias são consequência de uma outra condição como, por exemplo, uma quimioterapia6 ou uma irradiação. Os trabalhadores expostos ao tabaco, pesticidas, hidrocarboneto, benzenos, chumbo ou mercúrio estão em maior risco de desenvolver a doença do que a população em geral.
Qual é o mecanismo fisiológico7 das síndromes mielodisplásicas?
A medula óssea8 é a responsável pela fabricação dos componentes do sangue9: glóbulos vermelhos (responsáveis pelo transporte de oxigênio) e brancos (responsáveis pelas defesas imunológicas do organismo) do sangue9, bem como das plaquetas10 (responsáveis, em parte, pela coagulação11 do sangue9).
As células-tronco12 é que dão origem a estes componentes. Normalmente, essas células2 nascem e amadurecem na medula óssea8 e são lançadas na corrente sanguínea somente quando já estão maduras e aptas para desempenhar suas funções. Quando há problemas na produção e/ou amadurecimento delas, surge a mielodisplasia. A medula13, então, fica superpovoada de células2 jovens (chamadas blastos), incapazes de exercerem corretamente suas funções, comprometendo a produção de células2 saudáveis.
Quais são as principais características clínicas das síndromes mielodisplásicas?
As mielodisplasias são mais comuns em pessoas acima dos 60 anos, mas também podem ser encontradas em crianças, embora muito raramente. Mesmo considerando-se todas as faixas etárias elas incidem apenas em 4 de cada 100.000 pessoas em cada ano, predominando no sexo masculino sobre o feminino.
Os sintomas14 mais comuns de uma síndrome15 mielodisplásica incluem cansaço fácil, dores no peito16, maior susceptibilidade17 a infecções18, tendência a sangramentos, vertigens19, náuseas20, perda de apetite e do prazer sexual. Em alguns casos, a doença pode evoluir para uma leucemia4 mieloide aguda, situação em que a medula13 para completamente de produzir células2 saudáveis.
Como o médico diagnostica as síndromes mielodisplásicas?
Se os dados médicos coduzirem à supeita de síndrome15 mielodisplásica, o médico deverá pedir um exame de sangue9 que se caracterizará por leucopenia21, anemia22, trombocitopenia23 (baixa contagem de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas10, respectivamente) e células2 com núcleos anormalmente grandes e de formas também anômalas, além de outras possíveis anormalidades.
O mielograma24, um exame microscópico25 de uma amostra da medula óssea8, geralmente é hipercelular, mas pode também ser hipocelular. A displasia26 pode afetar as três linhagens celulares na medula óssea8, a série branca, a série vermelha e a série plaquetária.
Saiba mais sobre "Leucopenia21", "Plaquetas10 baixas" e "Anemias".
Como o médico trata as síndromes mielodisplásicas?
O tratamento tanto envolve cuidados paliativos27, como tratamentos curativos. Os primeiros envolvem produtos sanguíneos e fatores de crescimento hematopoieticos que preparam para os tratamentos curativos, mais invasivos e agressivos, como o transplante de medula13.
Como evoluem as síndromes mielodisplásicas?
A sobrevida28 média das pessoas acometidas por uma síndrome15 mielodisplásica é de aproximadamente 3 anos. Afora o risco representado pela leucemia4 mieloide aguda, a maioria das mortes ocorre devido a sangramentos e infecções18.
No entanto, existe uma classificação da Organização Mundial de saúde29 (OMS) para os sete diferentes tipos existentes de síndromes mielodisplásicas. Dentro desses tipos, alguns apresentam melhor prognóstico30 como, por exemplo, a Citopenia Refratária com Displasia26 Unilinhagem (CRDU). Os pacientes acometidos por este tipo de síndrome15 mielodisplásica raramente progridem para a leucemia4 mieloide aguda e podem viver por muito tempo.
Quais são as complicações possíveis das síndromes mielodisplásicas?
A principal e mais temida complicação das síndromes mielodisplásicas é a sua transformação em leucemia4 mieloide aguda.
Leia mais sobre "Mielodisplasias", "Transplante de medula óssea8", "Hemograma" e "Leucemias".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.