Disfunções do assoalho pélvico
O que é o assoalho pélvico1?
O assoalho pélvico1, também chamado de piso pélvico2, é um grupo de músculos3 voluntários e involuntários e ligamentos4 conectados a estruturas ósseas, que se fundem e que têm como função sustentar os órgãos abdominais e pélvicos5. Sua integridade é muito importante para a função sexual, a manutenção da continência urinária e fecal e a sustentação da pressão intra-abdominal.
O que são disfunções do assoalho pélvico1?
As disfunções do assoalho pélvico1 incluem um grupo de doenças que afetam os músculos3 e os tecidos que formam o assoalho da pelve6, normalmente debilitando-o. Esse enfraquecimento muitas vezes repercute de modo a ocasionar distúrbios na contenção de vísceras e em algumas funções dependentes dessa estrutura do corpo, como a evacuação, a micção7 e o sexo.
Esse problema é mais observado nas mulheres, mas é importante também para os homens, principalmente os desportistas.
Leia também sobre "Incontinência urinária8", "Perda involuntária9 de urina10 em mulheres" e "Bexiga11 hiperativa".
Quais são as causas das disfunções do assoalho pélvico1?
A falta de exercícios específicos para os músculos3 dessa região e a falta de consciência da existência dessa parte do corpo são fatores que debilitam a função do assoalho pélvico1. Exercícios de alto impacto que incluam saltos também podem enfraquecer o assoalho pélvico1.
Algumas gestantes e também as mulheres que estão na menopausa12 podem ter a função do assoalho pélvico1 prejudicada pelo peso aumentado do útero13 e pela queda de hormônios, respectivamente. Da mesma forma, as lesões14 musculares ou ligamentares ocasionadas pelo parto também podem causar danos ao assoalho pélvico1.
Outros fatores que podem prejudicar a integridade da pelve6 são:
- Obesidade15
- Tabagismo
- Tosse crônica
- Constipação16 crônica
- Levantamento de objetos pesados
- Lesões14 na medula espinhal17
- Traumatismos
- Cirurgias na região
- Prisão de ventre crônica
- Tendência familiar
- Idade
- Múltiplos partos vaginais
Quais são as características clínicas das disfunções do assoalho pélvico1?
As disfunções do assoalho pélvico1 podem causar anormalidades na retenção e no esvaziamento intestinais, bem como dor pélvica18, problemas esses habitualmente muito desconfortáveis e que afetam de maneira significativa a qualidade de vida das pessoas.
Alguns exemplos de disfunções do assoalho pélvico1 incluem:
- a incontinência urinária8;
- a incontinência fecal19;
- a hiperatividade do esfíncter anal20;
- a disfunção sexual;
- a dor pélvica18 crônica;
- e o prolapso21 uterino.
A incontinência urinária8 é a perda involuntária9 da urina10, geralmente associada à sensação de urgência22 urinária, mesmo quando há pouca quantidade de urina10 na bexiga11.
A incontinência fecal19 é a perda involuntária9 de fezes que pode acontecer em situações de esforço, de urgência22 evacuatória ou sem que a pessoa sinta.
A hiperatividade do esfíncter anal20, também chamada de anismo, ocorre durante a evacuação, em que o músculo que deveria estar relaxado está contraído, dificultando a eliminação das fezes. Essa contração anormal leva a um grande esforço para evacuar, sem que haja esvaziamento intestinal completo.
A disfunção sexual é toda condição que torna a pessoa incapaz de participar com satisfação do ato sexual.
A dor pélvica18 crônica é a uma sensação dolorosa persistente, no andar inferior do abdômen.
E o prolapso21 uterino é a condição em que o útero13, devido ao enfraquecimento dos músculos3, ligamentos4 e membranas que o sustentam, desce da cavidade pélvica18 para o canal vaginal.
Como o médico diagnostica as disfunções do assoalho pélvico1?
Não existe um exame específico para diagnosticar as disfunções do aparelho pélvico2. O diagnóstico23 deve ser feito a partir de uma análise minuciosa do histórico e quadro clínico apresentados pelo paciente (geralmente uma mulher), acompanhado de um exame físico. No entanto, uma série de exames pode ser feita com o objetivo de avaliar diversas disfunções existentes.
Uma ultrassonografia24 endorretal avalia o reto25 e a parte terminal do intestino. Uma manometria anal avalia a função do esfíncter anal20. O exame de latência26 do nervo pudendo avalia a função dos músculos3 dependentes dessa inervação. A eletromiografia27 é um outro método para avaliar a função dos músculos3 do assoalho pélvico1. A cine defecograma é um vídeo de raios-X contrastados que avalia os movimentos intestinais durante o ato de evacuaçã. E estudos do trânsito colônico ajudam a avaliar os movimentos do cólon28.
Como tratar as disfunções do assoalho pélvico1?
Quando a disfunção do assoalho é detectada pelo médico, é necessário iniciar o tratamento o mais cedo possível para evitar o agravamento dessa condição clínica. O tratamento deve ser conduzido inicialmente por um fisioterapeuta especializado e tem resultados favoráveis em 75% dos casos.
Através da fisioterapia29 ou da técnica de LPF (Low Pressure Fitness) é possível fortalecer os músculos3 da pelve6, melhorando a disfunção do assoalho pélvico1. Existem exercícios que focam a região e têm a finalidade de aumentar o tônus e a força muscular na região.
Se for necessária a intervenção médica, podem ser prescritos relaxantes musculares e aconselhada a cirurgia, quando o médico determina que a disfunção do assoalho pélvico1 resulta de uma retocele ou de um prolapso21 retal.
Veja sobre "Ressecção endoscópica da próstata30", "Impotência31 sexual ou disfunção erétil", "Frigidez feminina" e "Retocele".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Hospital Israelita Albert Einstein e da SBGG – Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.