Síndrome da congestão pélvica
O que é síndrome1 da congestão pélvica2?
A síndrome1 da congestão pélvica2, também conhecida como refluxo da veia ovariana, se caracteriza por dor pélvica2 crônica e dor no abdome3 inferior. Esta síndrome1 afeta aproximadamente 13 a 40% das mulheres.
Quais são as causas da síndrome1 da congestão pélvica2?
A síndrome1 da congestão pélvica2 é causada pela dilatação das veias4 ovariana e/ou pélvicas5, como ocorre em varizes6 das pernas. Provavelmente, o sangue7 parado nas veias4 dilatadas afeta as terminações nervosas circundantes, causando dor no útero8, ovários9 e vulva10.
A causa da dilatação dessas veias4, contudo, é pouco conhecida. Aventa-se a hipótese de que situações que aumentem a pressão intra-abdominal, como a gravidez11, por exemplo, façam com que as válvulas nas veias4 parem de funcionar, permitindo que o sangue7 reflua. A congestão pélvica2 também pode estar associada a ovários9 policísticos.
Outros fatores que poderiam causar obstrução das veias4 ovariana e pélvica2 são menos comuns.
Saiba mais sobre "Varizes6", "Escleroterapia12" e "Ovários9 policísticos".
Qual é o mecanismo fisiológico13 da síndrome1 da congestão pélvica2?
A síndrome1 de congestão pélvica2 é provocada pelo fluxo de sangue7 retrógrado nas veias4 gonadais (ovarianas), que se apresentam incompetentes e se dilatam formando verdadeiras varizes6 na região do abdome3 e pelve14. Essas veias4 carreiam o sangue7 dos ovários9 em direção ao coração15, mas como essa tarefa é realizada contra a gravidade as veias4 têm um mecanismo valvular que impede que o sangue7 fique retido dentro da veia. Contudo, com o passar do tempo e nas mulheres que passam por situações que aumentam a pressão intra-abdominal, esse sistema valvular torna-se ineficiente e o sangue7 começa a ficar retido dentro das veias4, formando varizes6 pélvicas5.
Quais são as principais características clínicas da síndrome1 da congestão pélvica2?
A síndrome1 da congestão pélvica2 acomete pelo menos 1/3 das mulheres com idade reprodutiva, entre 20 a 50 anos, que tiveram pelo menos 2 ou 3 filhos, sendo incomum naquelas que nunca estiveram grávidas. Nem todas as mulheres com refluxo nas veias4 pélvicas5 apresentam sintomas16 e muitas somente os tem após uma gravidez11.
Esta síndrome1, além de contar com uma dor crônica, geralmente causada pela dilatação das veias4 pélvicas5 (como se fossem varizes6), também pode causar varizes6 visíveis ao redor da vulva10, vagina17, parte interna da coxa18, nas nádegas19 e nas pernas. As varizes6 na pelve14 circundam o ovário20 e podem comprimir a bexiga21 e o reto22. As dores na pelve14 podem se estender para a parte inferior das costas23 e tornam-se mais acentuadas durante períodos menstruais, se a pessoa fica em pé por muito tempo, no final do dia, após relação sexual e durante a gravidez11.
As pacientes podem experimentar uma sensação de peso na bexiga21, sangramento menstrual anormal, menstruação24 dolorosa (dismenorreia25) e corrimento vaginal. Outros sintomas16 incluem falta de energia, depressão, desconforto retal e dor lombar crônica.
Embora a dor seja o sintoma26 predominante, pode ocorrer inchaço27 da vagina17 ou vulva10, sensação de peso nas pernas, piora da incontinência urinária28 ou fecal e dos sintomas16 associados à síndrome1 do intestino irritável. A dor se apresenta de um lado do corpo, mas eventualmente pode afetar ambos os lados.
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Como o médico diagnostica a síndrome1 da congestão pélvica2?
A primeira aproximação do diagnóstico29 deve partir de uma boa história clínica e de um minucioso exame físico, que pode detectar as varizes6 visíveis ao redor da vulva10 e parte interna da coxa18, se houver. Se uma mulher está experimentando dor pélvica2 crônica, e outras anormalidades foram excluídas, o médico deve considerar a síndrome1 de congestão pélvica2 como uma possível causa. Ele pode usar ultrassonografia30 pélvica2 transvaginal para excluir outros diagnósticos e ultrassonografia30 com Doppler para obter informações sobre o fluxo de sangue7 venoso na pelve14 da paciente.
O diagnóstico29 pode passar sem ser feito durante um exame pélvico31 de rotina, pois as veias4 afetadas se tornam menos alargadas quando a paciente está deitada. Assim, o ultrassom deve ser realizado com a paciente de pé porque desse modo pode, com mais facilidade, revelar veias4 pélvicas5 dilatadas. A angiorressonância (ressonância magnética32 com injeção33 de contraste) pode mostrar toda a rede venosa da pelve14 e é o melhor método não invasivo para o diagnóstico29 de síndrome1 da congestão pélvica2, determinando a real extensão da condição.
Outro método preciso para o diagnóstico29 da síndrome1 é a venografia pélvica2. Para fazer isso, um radiologista intervencionista34 insere um cateter na veia femoral35 e o orienta para as veias4 pélvicas5 dilatadas, injetando meio de contraste para torná-las mais claramente visualizáveis aos raios-X. Uma ultrassonografia30 transvaginal pode ajudar a estabelecer o diagnóstico29, que pode ser complementado pela ressonância magnética32 e/ou tomografia computadorizada36.
Como o médico trata a síndrome1 da congestão pélvica2?
O tratamento visa reduzir e aliviar os sintomas16, porque, infelizmente, não há cura radical e definitiva para a doença. O médico pode prescrever analgésicos37 para reduzir a dor associada à síndrome1. Medicamentos hormonais também podem reduzir a congestão.
Se essas abordagens não melhorarem a síndrome1, ela pode ser tratada usando a embolização38 venosa, que é uma técnica minimamente invasiva. Um radiologista intervencionista34 fará primeiro uma venografia pélvica2 ou angiorressonância e injetará produtos químicos especiais para obstruir as veias4 varicosas (esclerosantes venosos). Atualmente, a embolização38 é o tratamento mais bem-sucedido. O procedimento pode ser realizado com anestesia39 local e as pacientes podem retornar às atividades rotineiras rapidamente.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da SOBRICE – Sociedade Brasileira de Radiologia Intevencionista e Cirurgia Endovascular, da British Society of Interventional Radiology e do INC - Instituto Nova Campinas de Medicina e Cirurgia.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.