Síndrome da bexiga dolorosa
O que é a síndrome1 da bexiga2 dolorosa?
A síndrome1 da bexiga2 dolorosa, síndrome1 da dor na bexiga2 ou síndrome1 da dor pélvica3 crônica é um conjunto de doenças mal compreendidas que causam dor pélvica3 de longa duração e problemas para urinar.
Quais são as características clínicas da síndrome1 da bexiga2 dolorosa?
A síndrome1 da bexiga2 dolorosa tende a afetar pessoas na faixa dos 30 e 40 anos e é muito mais comum em mulheres do que em homens. A condição causa uma sensação desagradável (dor, pressão, desconforto) relacionada bexiga2, principalmente quando ela está cheia. Várias condições mórbidas diferentes podem causar a dor. As três mais comuns são:
1. Cistite4 intersticial5
A cistite4 intersticial5 é uma condição crônica em que a bexiga2 fica inflamada e irritada. A inflamação9 endurece a parede da bexiga2 e dificulta sua expansão total ao ser preenchida com urina10. Pode ser causada por um defeito no revestimento da bexiga2, trauma na bexiga2, lesão11 na medula espinhal12 ou outro motivo, mas nem sempre se consegue definir a causa exata.
Um dos principais sintomas13 da cistite4 intersticial5 é a dor, que é mais forte quando a bexiga2 enche e diminui quando ela esvazia. A dor também pode ser sentida de forma mais geral na parte inferior das costas14, abdômen ou virilha. Pessoas com essa condição também podem urinar com mais frequência ou sentir uma necessidade urgente de urinar, embora possam urinar apenas um pouco de cada vez.
Frequentemente, o diagnóstico15 de cistite4 intersticial5 é feito descartando outras condições que causam sintomas13 semelhantes, como, por exemplo, infecções16 do trato urinário7, infecções16 vaginais, cálculos renais e câncer8. Em geral, podem ser feitos os seguintes exames laboratoriais:
- análise de amostras de urina10;
- cistoscopia17, em que o médico inserirá um tubo longo e fino na uretra18, equipado com uma câmera de televisão em sua extremidade para visualizar o interior da bexiga2 (cistoscópio);
- um ultrassom e/ou uma tomografia computadorizada19 da pelve20, para descartar outras condições mórbidas.
Vários tratamentos podem ajudar a aliviar os sintomas13 de dor na bexiga2 e urgência21 para urinar: alguns medicamentos orais, a instilação da bexiga2 com medicamentos, distensão da bexiga2 sob anestesia22, estimulação nervosa, toxina23 botulínica e acupuntura. Se nenhum desses tratamentos funcionar e a dor na bexiga2 não passar, o médico pode recomendar a cirurgia como último recurso.
2. Infecção6 do trato urinário7
Uma infecção6 do trato urinário7 que afeta a parte inferior do trato urinário7 denomina-se cistite4 ou infecção6 da bexiga2. A condição é mais comum entre mulheres do que entre homens. A primeira descrição documentada que se conhece desse fato data de 1550 a.C.
Os sintomas13 mais comuns das infecções16 do trato urinário7 inferior são dor ao urinar, micção24 frequente e sentir vontade de urinar apesar de a bexiga2 estar vazia (tenesmo25 vesical26). Em raros casos, pode verificar-se sangue27 na urina10.
A causa mais comum de infecção6 são bactérias (principalmente a Escherichia coli), embora alguns casos raros possam ser causados por fungos. Os fatores de risco incluem sexo feminino, relações sexuais, diabetes28, obesidade29 e antecedentes familiares da doença.
Em pessoas com sintomas13 vagos, o diagnóstico15 pode ser difícil, dado que pode haver presença de bactérias sem sinais30 de infecção6. Em casos mais complicados ou quando o tratamento não está sendo eficaz, pode ser necessária uma cultura de urina10.
Em geral, as infecções16 do trato urinário7 são tratadas com antibióticos de curta duração. Em casos mais complicados, podem ser necessários antibióticos de longa duração ou administrados por via intravenosa. Em pessoas com infecções16 frequentes, podem ser administrados antibióticos de curta duração assim que os sintomas13 se manifestam, ou administrados antibióticos de longa duração como medida de prevenção.
3. Câncer8 de bexiga2
O câncer8 de bexiga2 é uma das neoplasias31 mais comuns do trato urinário7 e o nono tipo mais incidente32, em nível mundial. Ainda não se conhece exatamente todas as alterações que levam ao desenvolvimento de câncer8 na bexiga2, entretanto, já foi identificada uma série de substâncias que se associam a uma maior incidência33 deste tipo de tumor34, especialmente as relacionadas aos cigarros e a algumas substâncias químicas, como os corantes para cabelos, por exemplo.
Ele atinge as células35 que revestem o órgão internamente e é classificado de acordo com a célula36 que sofreu alteração:
- o carcinoma37 de células35 de transição representa a maioria dos casos e começa nas células35 do tecido38 mais interno da bexiga2;
- o carcinoma37 de células35 escamosas afeta as células35 delgadas e planas que podem surgir na bexiga2 depois de infecção6 ou irritação prolongada;
- o adenocarcinoma39 se inicia nas células35 glandulares da bexiga2 e pode se formar na bexiga2 depois de um longo tempo de irritação ou inflamação9.
Quando o câncer8 se limita ao tecido38 de revestimento da bexiga2, é chamado de superficial. O que começa nas células35 de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga2, invadir a parede muscular e disseminar-se até os órgãos próximos ou gânglios linfáticos40, transformando-se num câncer8 invasivo.
Os sinais30 e sintomas13 de alerta podem ser: hematúria41 (presença de sangue27 na urina10), dor durante o ato de urinar e necessidade de urinar mais frequentemente que o normal, algumas vezes sem conseguir fazê-lo. Na maioria dos casos, a hematúria41 é o primeiro sinal42 de alerta do câncer8 de bexiga2. Às vezes, não existe uma quantidade de sangue27 suficiente para alterar a cor da urina10 e ela tem uma cor normal, mas também pode ter uma cor alaranjada ou menos frequentemente vermelha escura.
A suspeita diagnóstica é feita através da história clínica e do exame físico do médico. A presença de sangue27 na urina10 pode decorrer de outras causas. O médico poderá solicitar uma tomografia computadorizada19, ultrassonografia43, ressonância magnética44 ou urografia45 excretora para avaliar as estruturas da árvore urinária. Pode ser feita também uma análise das células35 do urotélio46 (epitélio47 do ureter48), eventualmente presentes na urina10, assim como de algumas substâncias nela dissolvidas e que possam estar relacionadas aos tumores. A cistoscopia17 (endoscopia49 da bexiga2) permite ao médico visualizar o interior da bexiga2 e as alterações ali existentes.
O tratamento do câncer8 de bexiga2 implica na remoção endoscópica do tumor34 e administração endovesical de algum tipo de imuno ou quimioterápico e, em alguns casos, na remoção cirúrgica da bexiga2 como um todo.
Leia sobre "Doença inflamatória pélvica50", "Síndrome1 da congestão pélvica3", "Bexiga2 hiperativa" e "Bexiga2 neurogênica".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do INCA – Instituto Nacional de Câncer, da U.S. National Library of Medicine e do CBU – Centro Brasileiro de Urologia.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.