Bronquiolite obliterante
O que é bronquiolite?
A bronquiolite é uma inflamação1 ou infecção2 nos bronquíolos3, que são cada uma das pequenas ramificações terminais dos brônquios4. Cada pulmão5 tem cerca de 30.000 dessas estruturas tubulares de cerca de 1 mm de diâmetro, as quais constituem as menores vias aéreas encontradas nos pulmões6. A partir deles surgem outras ramificações, os ductos alveolares, os quais terminam nos alvéolos pulmonares7, onde se processam as trocas de oxigênio pelo gás carbônico (trocas gasosas).
O que é bronquiolite obliterante?
A bronquiolite obliterante, também conhecida como bronquiolite constritiva, é uma doença pulmonar rara, em que as células8 do pulmão5 não conseguem se recuperar após uma inflamação1 ou infecção2 e promovem uma fibrose9, a qual ocasiona uma estenose10 do lúmen11 e oclusões dos bronquíolos3. Geralmente esse distúrbio leva a um declínio progressivo e irreversível da função pulmonar, como mostrado pela espirometria12 e outros exames que indicam obstrução ao fluxo aéreo.
Quais são as causas da bronquiolite obliterante?
As causas mais comuns da bronquiolite obliterante são:
- infecções13 (principalmente vírus14 ou Mycoplasma);
- inalação de fumaça nociva;
- transplante de pulmão5;
- doença do enxerto15 versus hospedeiro (situação em que as células8 imunológicas do órgão transplantado atacam as células8 sadias do receptor);
- artrite reumatoide16;
- doença inflamatória intestinal;
- efeito colateral17 de medicamentos.
Em geral, a infecção2 é causada pelo vírus14 sincicial respiratório, que ataca principalmente crianças.
Leia sobre "Falta de ar", "Oxigenoterapia", "Ventilação18 mecânica" e "Sofrimento fetal ou hipóxia19 neonatal".
Qual é o substrato fisiopatológico da bronquiolite obliterante?
A bronquiolite constritiva ocorre quando há obstrução parcial ou total dos lúmens dos bronquíolos3 devido à inflamação1 crônica, cicatrização fibrótica da submucosa ou hipertrofia20 do músculo liso21. Parece que a bronquiolite obliterante se deve a uma proliferação excessiva do tecido de granulação22 em resposta à lesão23 do epitélio24 bronquiolar.
Embora não esteja claro por que certos pacientes respondem à lesão23 dessa maneira, isso pode estar relacionado à magnitude do estímulo provocativo, bem como a anormalidades na resposta do hospedeiro. Normalmente ocorre uma fibrose9 peribronquiolar concêntrica e estreitamento luminal dos bronquíolos3.
Quais são as características clínicas da bronquiolite obliterante?
A bronquiolite obliterante afeta principalmente crianças, mas pode acometer também outras faixas etárias. Na maior parte das vezes, os sintomas25 iniciais são semelhantes a diversos outros problemas pulmonares.
Os sintomas25 mais chamativos são:
- dispneia26 progressivamente mais grave;
- tosse seca (não produtiva);
- obstrução do fluxo aéreo.
Outros sinais27 e sintomas25 são:
- chiado no peito28 ao respirar;
- períodos de febre29 menor de 38º C;
- cansaço;
- dificuldade para se alimentar, no caso dos lactentes30.
Como o médico diagnostica a bronquiolite obliterante?
As radiografias do tórax31 podem ser normais no início da doença ou mostrar sinais27 de hiperinsuflação32 generalizada ou segmentar. A tomografia computadorizada33 e a cintilografia34 pulmonar podem sugerir o diagnóstico35 e ajudar a diferenciar a bronquiolite obliterante de outras doenças pulmonares mais comuns. No entanto, só a biópsia36 pulmonar pode selar em definitivo o diagnóstico35 de bronquiolite.
A radiografia de pulmão5, embora esteja normal na maioria dos casos, pode mostrar alguma desigualdade lobular. A obtenção de imagens inspiratórias e expiratórias é essencial para se estabelecer o diagnóstico35. Num estudo da função pulmonar, a magnitude do aprisionamento aéreo (resíduo de ar pulmonar após expiração37 forçada) denota a gravidade da obstrução do fluxo aéreo.
Os principais diagnósticos diferenciais devem ser feitos com a asma38, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a pneumonite39 de hipersensibilidade.
Como o médico trata a bronquiolite obliterante?
O mais importante é investigar e tratar a condição responsável pela bronquiolite. O tratamento sintomático40 é baseado em anti-inflamatórios e broncodilatadores41 e em terapias imunomoduladoras. Os tratamentos administrados visam melhorar a capacidade respiratória do paciente (quase sempre uma criança) e diminuir as chances de surgimento de novas cicatrizes42. As lesões43 já estabelecidas são irreversíveis.
Em alguns casos pode ser recomendada a oxigenoterapia e a fisioterapia44 respiratória. Se os pacientes apresentarem infecções13 no curso da doença, o médico pode recomendar o uso de antibióticos.
Como evolui a bronquiolite obliterante?
A maneira como evolui a bronquiolite obliterante depende da patologia45 subjacente. Alguns pacientes obtêm uma melhora completa; no entanto, aqueles com doença constritiva costumam ter um curso progressivo. A função pulmonar se deteriora com o tempo e, em casos muito graves, os pacientes podem precisar de oxigênio suplementar ou ventilação18 mecânica.
Casos ainda piores podem exigir um transplante de pulmão5. Paradoxalmente, o próprio transplante pode ocasionar bronquiolite. O tratamento da síndrome46 da bronquiolite obliterante após transplante pulmonar requer o aumento da imunossupressão47, uma vez que se acredita que ela própria seja uma forma de rejeição crônica.
Quais são as complicações possíveis com a bronquiolite obliterante?
Pacientes com bronquiolite obliterante têm um risco maior que o normal de desenvolver infecções13 pulmonares e essas infecções13 são mais propensas a se tornarem graves, resultando em sintomas25 respiratórios substancialmente piores do que nas pessoas que não têm essa condição.
Veja mais sobre "Cianose48", "Insuficiência respiratória49", "Doença pulmonar obstrutiva crônica" e "Asfixia50".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site do NIH – National Institutes of Health.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.