Oxigenoterapia
O que é oxigenoterapia?
Normalmente o ar que se respira contém uma porcentagem de 21% de oxigênio. Dessa parcela, os pulmões1 retiram o oxigênio que passa ao sangue2. Para algumas pessoas que sofrem com doenças pulmonares, essa porcentagem pode não ser suficiente para que o organismo retire o oxigênio que necessita e a taxa sanguínea do gás sofre uma queda. A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio adicional por várias técnicas diferentes, elevando a até 90% a porcentagem deste gás no ar respirado, visando elevar a taxa sanguínea.
Quais são os tipos de oxigenoterapia?
Existem três tipos de administração de oxigênio: (1) concentrador, (2) sistema líquido ou (3) pressurizado em cilindro de metal. Os concentradores são dispositivos elétricos que utilizam o oxigênio presente no ar e concentram-no, removendo os outros gases. O oxigênio líquido é conseguido por um grande resfriamento do gás, que o transforma em líquido. Na forma líquida, ele ocupa menor volume e pode ser armazenado em recipientes especiais. Nos cilindros de metal, sob alta pressão, o oxigênio é comprimido, podendo ser guardado tanto em cilindros grandes quanto em pequenos.
A escolha do método a ser aplicado leva em conta o tempo que o paciente precisará utilizá-lo, o local onde o paciente mora, os custos e outras facilidades ou restrições.
Quais são as principais características clínicas da oxigenoterapia?
A oxigenoterapia é um tratamento antigo, muito usado para tratar sobretudo doenças dos pulmões1 e do coração3. Ela facilita a respiração, melhora o metabolismo4 do corpo, aumenta a força do coração3 e dos músculos5 das pernas e dos braços. Estudos realizados em pacientes com enfisema6 pulmonar ou bronquite crônica7, com baixos níveis de oxigênio no sangue2 arterial, mostraram que o uso de oxigênio domiciliar, pelo menos por 15 horas por dia, prolonga o tempo de vida destes pacientes. A oxigenoterapia pode ser feita em casa, com o auxílio do concentrador de oxigênio. Em geral, ele deve ser utilizado sem interrupção nas 24 horas do dia, mas, em alguns casos, os pacientes só o utilizam para dormir ou realizar atividades físicas. Tudo deve depender da orientação médica. Dependendo, também, da razão pela qual o oxigênio é utilizado, ele pode ser usado em definitivo (doenças crônicas) ou temporariamente (durante uma infecção8, por exemplo).
Veja mais em "Enfisema6 pulmonar", "Bronquite ou asma9", "Doença pulmonar obstrutiva crônica" e "Fibrose10 pulmonar ou Doença Intersticial11 Pulmonar".
Como o médico reconhece a necessidade de oxigenoterapia?
O médico avaliará se o paciente precisa de oxigenoterapia por meio de um exame chamado gasometria arterial. Este teste envolve a coleta de uma amostra de sangue2 de uma artéria12 (geralmente no pulso). O médico pode também mensurar o nível de oxigênio com um dispositivo chamado oxímetro de pulso, que pode ser acoplado ao dedo ou lóbulo da orelha13. Com este dispositivo, os níveis de oxigênio podem ser aferidos por longos períodos como, por exemplo, durante o sono ou o exercício físico. A oxigenoterapia deve ser utilizada por pacientes que tenham baixos níveis de oxigênio no sangue2 arterial. Estes pacientes muitas vezes também possuem dificuldades para realizar sozinhos as atividades rotineiras, além de disfunções pulmonares, trocas gasosas muito alteradas, depressão, isolamento social, inúmeras internações, idade avançada e outras doenças crônicas associadas. Adultos e crianças com doenças pulmonares como a DPOC ou doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose10 pulmonar e displasia broncopulmonar14 podem precisar desta terapia.
Quais são as complicações possíveis da oxigenoterapia?
Administrado em excesso e por muito tempo, o oxigênio pode ser tóxico, afetando sobretudo os pulmões1 e o sistema nervoso central15. Dentre as manifestações neurológicas, as mais comuns são tremores, contrações e convulsões. Com relação às manifestações respiratórias, podem ser observadas tosse seca, traqueobronquite16, dor torácica, dentre outras. Além disso, também pode haver náuseas17, vômitos18, parestesia19 de extremidades e astenia20.
Leia também "Ventilação21 mecânica", "Em que consiste a gasometria arterial?", "Falta de ar - como acontece? O que fazer?" e "Asma9".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.