Neuralgia occipital
O que é neuralgia1 occipital?
Os nervos occipitais emergem da coluna vertebral2 na parte de trás do pescoço3 e se ramificam ao longo da parte de trás da cabeça4 e de todo o couro cabeludo. A neuralgia1 (ou nevralgia) occipital é uma dor de cabeça4 muito intensa, abrangendo a área de inervação desses nervos, na maioria dos casos descrita como sensação de choques elétricos.
Quais são as causas da neuralgia1 occipital?
A neuralgia1 occipital pode ocorrer espontaneamente ou pode ser o resultado de compressão dos nervos occipitais ou de rigidez muscular no pescoço3. Também pode ser causada por uma lesão5 na cabeça4 ou no pescoço3. A neuralgia1 occipital pode ser primária ou secundária. Uma condição secundária está associada a uma doença subjacente, como trauma dos nervos occipitais, osteoartrite6 da coluna cervical7 superior, compressão das raízes nervosas8 C2 e/ou C3 por alterações degenerativas9 da coluna cervical7, tumores que afetam as raízes nervosas8 C2 ou C3, etc.
A neuralgia1 occipital também pode ser ocasionada por má postura e é fortemente presente em todos os movimentos que fazem com que a pessoa tenha de esticar os músculos do pescoço10 (laptops, celulares ou quaisquer outros tipos de telas posicionadas de forma errada). Além disso, um movimento tão leve quanto escovar o cabelo11 pode desencadear dor.
Dentre os fatores de risco para esta condição pode-se citar lesões12 no pescoço3, cirurgias, anomalias estruturais congênitas13 ou adquiridas e sobrecarga repetitiva do pescoço3.
Leia sobre "Enxaqueca14", "Mitos e verdades sobre dor de cabeça4" e "Fadiga15 ocular – ela está relacionada ao uso de telas?"
Qual é o substrato fisiopatológico da neuralgia1 occipital?
Quase toda sensação na parte de trás e no topo da cabeça4 é transmitida ao cérebro16 pelos dois nervos occipitais, um em cada lado da cabeça4. Eles emergem entre as vértebras, na parte superior do pescoço3, percorrem os músculos17 da parte de trás da cabeça4 e chegam ao couro cabeludo e, às vezes, até à testa. A irritação de um dos nervos occipitais em qualquer ponto ao longo de seu percurso pode causar dor.
Como os celulares são hoje uma quase extensão do corpo humano18, usados em grande escala pelas pessoas, eles são apontados como causa de neuralgia1 occipital, porque em geral induzem a uma má postura cervical. Os casos dessa condição se multiplicaram em escala exponencial depois da popularização desses tipos de telefones.
Quais são as características clínicas da neuralgia1 occipital?
As lesões12 que afetam os nervos occipitais resultam em uma dor de cabeça4 intensa e contínua que muitas vezes dá uma sensação de choque19 elétrico, de ser perfurante, latejante ou em queimação, na parte traseira ou em uma das laterais da cabeça4. Às vezes ela dá a sensação de choque19 intermitente20 ou dor em pontada. A dor é frequentemente descrita como semelhante à enxaqueca14 e alguns pacientes também podem apresentar sintomas21 comuns à enxaqueca14 e cefaleias22 em salvas.
A região acometida vai do couro cabeludo ao pescoço3, incluindo a parte da cabeça4 atrás das orelhas23, e os pacientes também sentem dor atrás do olho24 do lado afetado da cabeça4. Em casos mais graves, a dor pode se espalhar por todo o couro cabeludo e chegar até à testa.
Em alguns pacientes, o couro cabeludo torna-se extremamente sensível, até mesmo ao toque mais leve, tornando quase impossível lavar o cabelo11 ou deitar-se em um travesseiro. A região onde os nervos entram no couro cabeludo pode ser particularmente sensível. Em outros pacientes pode haver dormência25 na área afetada.
Como o médico diagnostica a neuralgia1 occipital?
A nevralgia occipital pode ser difícil de distinguir de outras cefaleias22 com uma localização semelhante. Não há nenhum exame que concretamente revele um diagnóstico26 positivo ou negativo de neuralgia1 occipital. Normalmente, um exame físico e neurológico será feito para procurar anormalidades. Se eles forem inconclusivos, o médico pode solicitar exames de imagens como tomografia computadorizada27 e/ou ressonância magnética28, para descartar quaisquer outras possíveis causas da dor. Algumas vezes, o bloqueio dos nervos occipitais pode ser usado para confirmar o diagnóstico26 clínico.
Como o médico trata a neuralgia1 occipital?
O próprio paciente pode começar fazendo alguma coisa para aliviar sua dor. Ele pode aplicar calor no pescoço3, descansar em um quarto silencioso, massagear os músculos17 tensos e doloridos do pescoço3 e tomar anti-inflamatórios de venda livre. Se isso não ajudar, o médico pode prescrever medicamentos que incluam relaxantes musculares e anticonvulsivantes (como carbamazepina ou gabapentina, por exemplo) e antidepressivos.
Em casos de dores mais resistentes, pode ser feito um bloqueio anestésico do nervo ou injeções de algum esteroide, mas pode levar de duas a três injeções ao longo de várias semanas para controlar a dor. É comum que o problema retorne em algum momento e precise de outra série de injeções.
A cirurgia para descompressão29 raramente é utilizada, mas pode ser uma opção se a dor não melhorar com outros tratamentos ou voltar. Ela também pode ser usada para estimulação nervosa ou para ganglioectomia (remoção de gânglios30) nervosa.
Existem outras opções de tratamento, como queimar o nervo com uma sonda de ondas de rádio31 ou eliminar o nervo com uma pequena dose de toxina32. No entanto, nem sempre são a melhor escolha, pois qualquer um desses tratamentos pode amortecer o nervo de forma permanente, resultando em dormência25 no couro cabeludo.
Veja também sobre "Criança com dor de cabeça4", "Dor de cabeça4 - quando se preocupar com ela" e "Cefaleia33 tensional".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Occipital Neuralgia Foundation e do Johns Hopkins Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.