Vírus Epstein-Barr
O que é o vírus1 Epstein-Barr?
O vírus1 Epstein-Barr, também conhecido como herpesvírus humano 4, é um membro da família do vírus1 do herpes. É um dos vírus1 mais comuns nos seres humanos, encontrado em todas as partes do mundo, e a maioria das pessoas é infectada por ele em algum momento de suas vidas. As pessoas infectadas com o vírus1 Epstein-Barr geralmente ganham imunidade2 adquirida, mas o vírus1 permanece latente no organismo e pode ser reativado em certas condições.
O vírus1 Epstein-Barr pode ser contraído através do contato com secreções corporais, especialmente da orofaringe3, seja por contato direto, por transmissão sexual, em bebês4 alimentados com o leite de mães infectadas e, raramente, por transfusão5 de sangue6.
O vírus1 pode permanecer na saliva por meses ou anos após o primeiro contato e mesmo pessoas que não ficaram doentes podem ser portadoras. Nas pessoas que adoecem, o tempo entre o primeiro contato com o vírus1 e o aparecimento de sintomas7 é de 1 a 2 meses.
Leia também sobre "Herpes simples", "Herpes zóster" e "Herpes genital".
Quais são as doenças que o vírus1 Epstein-Barr pode ocasionar?
Esse vírus1 na maioria dos casos não causa maiores problemas em pessoas com imunidade2 normal, mas pode estar relacionado a complicações graves e ao desenvolvimento de câncer8 no sangue6 em pessoas com imunidade2 muito baixa.
O vírus1 Epstein-Barr, membro da família Herpesviridae, infecta células9 epiteliais da orofaringe3, nasofaringe10, glândulas salivares11 e ainda linfócitos B. Ele se espalha mais comumente através de fluidos corporais, principalmente saliva e, por isso, a doença que ele causa, a mononucleose infecciosa12 (mono), é conhecida como “doença do beijo”. Algumas das demais doenças associadas a ele são, às vezes, chamadas de mono-like (semelhantes à mononucleose13).
O vírus1 Epstein-Barr também está associado a determinadas formas de câncer8, como o linfoma14 de Hodgkin, linfoma14 de Burkitt, carcinoma15 de nasofaringe10 e condições associadas com o vírus1 da imunodeficiência16 humana (HIV17).
Depois do tabagismo, as infecções18 virais parecem constituir a mais importante causa prevenível de câncer8 em seres humanos. Entre 15% a 20% desses cânceres citados estão associados a infecções18 pelo vírus1 Epstein-Barr.
Há evidências de que a infecção19 por esse vírus1 também está associada a um maior risco de certas doenças autoimunes20 como, por exemplo, o lúpus21 eritematoso22 sistêmico23 e a esclerose múltipla24. As crianças infectadas com o vírus1 não costumam apresentar sintomas7 ou eles são indistinguíveis de outras doenças da infância, apresentando infecções18 breves e amenas.
Artigo publicado em revista científica apresenta uma possível relação da Covid longa com o vírus1 Epstein-Barr. Os pesquisadores encontraram o vírus1 ativo em 10% de pacientes com Covid longa. A conclusão é de que o vírus1 Epstein-Barr pode ser reativado durante o processo inflamatório da Covid-19, tornando os sintomas7 da doença mais persistentes. Como a doença e seus efeitos são muito recentes, muitos estudos ainda estão em andamento para trazer respostas definitivas a essa relação.
Como detectar a presença do vírus1 Epstein-Barr no organismo?
Cerca de 90% da população mundial é infectada por esse vírus1 em algum momento da vida, a grande maioria de forma assintomática. O vírus1 se aloja primeiramente nas glândulas25 produtoras de saliva, passando depois para os linfócitos B e linfonodos26 da faringe27, a partir de onde se espalha para todo o sistema linfoide28 (linfonodos26, fígado29, baço30...) e também pode afetar as células9 no colo do útero31 da mulher. Na fase aguda da infecção19, ou em sua reativação, o vírus1 também pode ser encontrado no sangue6.
Muitas pessoas conseguem eliminar o vírus1 sem ter sintomas7 de doença, mas mesmo quem não apresenta sintomas7 pode transmitir o vírus1 durante fase de infecção19 ativa.
Logo após o primeiro contato, o sistema imune32 reage para combater o vírus1. Essa resposta imune é a causa dos sintomas7 da infecção19 e é também o que torna possível o seu diagnóstico33. Em indivíduos imunocomprometidos, a alta replicação do vírus1 Epstein-Barr é o principal fator predisponente para o desenvolvimento de uma ampla gama de transtornos linfoproliferativos de células9 B, como o linfoma14 de Burkitt, carcinoma15 nasofaríngeo, linfoma14 de Hodgkin e linfoma14 não-Hodgkin.
Os exames da Proteína C Reativa (PCR34) são uma ferramenta útil para o diagnóstico33 precoce de infecção19 pelo vírus1 Epstein-Barr devido à sua alta sensibilidade e especificidade. A medição quantitativa do DNA do vírus1 Epstein-Barr diferencia os portadores saudáveis, com baixos níveis de carga viral, dos portadores com elevada taxa de replicação viral, responsável pelas doenças relacionadas a ele.
Podem também ser feitos testes sorológicos que identificam anticorpos35 específicos e que conseguem identificar pessoas com infecção19 recente, passada ou reativada. Esses testes detectam IgM (imunoglobulina36 M) e IgG (imunoglobulina36 G), anticorpos35 antivírus Epstein Barr. Testes moleculares identificam material genético do vírus1, mais usados em casos específicos como suspeita de transmissão da gestante ao feto37 ou pessoas com imunidade2 muito baixa. Esses testes podem ser feitos no sangue6 ou na saliva.
Quais são os sintomas7 decorrentes da infecção19 pelo vírus1 Epstein-Barr?
Os sintomas7 da infecção19 pelo vírus1 Epstein-Barr podem incluir, entre outros:
- fadiga38;
- febre39;
- garganta40 inflamada;
- gânglios linfáticos41 inchados no pescoço42;
- baço30 aumentado;
- fígado29 inchado;
- irritação na pele43.
Muitas pessoas são infectadas com o vírus1 na infância. As infecções18 pelo vírus1 Epstein-Barr em crianças geralmente não causam sintomas7 ou os sintomas7 não são distinguíveis de outras doenças leves e breves dessa fase da vida.
As pessoas que apresentam sintomas7 da infecção19 por esse vírus1, geralmente adolescentes ou adultos, melhoram em duas a quatro semanas. No entanto, algumas pessoas podem se sentir cansadas por várias semanas ou até meses.
Em alguns casos, o vírus1 latente no corpo pode ser reativado, mas isso nem sempre causa sintomas7. As pessoas com sistema imunológico44 enfraquecido são mais propensas a desenvolver sintomas7 se o vírus1 Epstein-Barr for reativado.
Veja mais sobre "Doenças transmitidas pelo beijo", "Antígenos45 e anticorpos35" e "Lúpus21 eritematoso22".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do CDC – Centers for Disease Control and Prevention e da Revista Médica de Minas Gerais.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.