Queilite: o que é? Quais as causas? O que podemos fazer?
O que são queilites?
As quelites (ou queilites) são processos inflamatórios dos lábios provocados por diversos fatores. Estão excluídos da designação de queilite aqueles processos que são concomitantes e devidos a condições sistêmicas como, por exemplo, líquen plano, lúpus1 eritematoso2, pênfigos e sífilis3. As quelites podem se apresentar como descamação4, erosão ou inchaço5 nos lábios. Os vários tipos de queilites são a actínica6, a glandular, a de contato, a angular, entre outras. A quelite angular é a condição mais comum entre as diversas formas de quelite, localizada na comissura7 bucal (canto da boca8). Normalmente, é aquela pequena fissura9 no ângulo de encontro dos lábios superior e inferior que dificulta abrir a boca8 e que se a abrirmos um pouco mais sangra e arde.

Quais são as causas da queilite?
A quelite actínica6 é causada pela exposição contínua ao sol e pode evoluir para o câncer10. Ocorre com maior frequência em homens brancos, acima de 40 anos. A glandular pode ter causas genéticas, emocionais e acompanhar doença periodontal11, dentre outras. A queilite de contato é devida a substâncias que entram em contato com os lábios, como batom, pastas dentais, maquiagens, alimentos, além de instrumentos musicais de sopro ou objetos levados à boca8 de modo compulsivo.
A quelite angular, popularmente conhecida como "boqueira", pode ser causada por bactérias, fungos, alterações nutricionais, constituição genética alérgica e outros fatores. O acúmulo de saliva no canto da boca8 parece ser o principal fator desencadeante desse tipo de quelite, facilitando a contaminação da ferida, geralmente pelo fungo12 Candida albicans. Situações que favoreçam o acúmulo de saliva no ângulo da boca8, traumas ou infecções13 da pele14 ao redor da boca8 são os principais fatores de risco para a queilite angular. As pessoas que por qualquer motivo começam a apresentar flacidez na musculatura da face15 ou perdas dentárias, também podem apresentar essa forma de quelite. Entre os fatores de risco, pode-se citar: envelhecimento, ausência de dentes, uso de dentaduras mal adaptadas, uso de aparelhos odontológicos, candidíase16 oral, má higiene oral, alergia17 a produtos dentários, problemas de pele14 que afetem os lábios, uso de medicamentos que ressecam a boca8 e os lábios, compulsão por lamber os lábios, consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar18 e uso de corticoides. Estes fatores podem agir isolada ou combinadamente.
Quais são os principais sinais19 e sintomas20 da quelite?
Todas as formas de quelite implicam em lesões21 nos lábios, porém, cada uma delas tem particularidades próprias. A quelite actínica6, por exemplo, acomete quase exclusivamente o lábio22 inferior, que se torna mais fortemente avermelhado e perde a delimitação com a pele14. Com o passar do tempo, a região descama e se torna ressecada e áspera. A quelite angular, além de dor e ardência local, causa inchaço5, vermelhidão, descamação4 e rachaduras locais que se estendem para a pele14. A queilite de contato geralmente acontece em toda a extensão labial e forma pequenas bolhas cheias de líquido. Já a quelite esfoliativa ocasiona descamação4 persistente e aumento da espessura dos lábios. O surgimento de feridas nos lábios pode indicar que a lesão23 seja ou se transformou em uma maligna. Em geral, além dos sintomas20, a quelite traz comprometimento estético para a região.
Como o médico diagnostica a quelite?
A suspeita diagnóstica pose ser feita pela inspeção24 local já que o aspecto das lesões21 é bastante típico. A história médica do paciente pode ajudar a estabelecer o diagnóstico25. Assim, por exemplo, se uma mulher relata que o início dos sintomas20 deu-se depois de ter usado um novo batom, a origem do processo inflamatório fica evidente. Em alguns casos, é preciso buscar a fonte da inflamação26 por meio de uma análise laboratorial ou de uma biópsia27. A avaliação do estado geral de saúde28 do paciente é muito importante, porque muitas vezes a queilite acontece quando algo não vai bem no organismo. Fica difícil abrir a boca8 porque nesse movimento ela vai “rasgando” o ferimento e provocando dor e coagulação29 de sangue30 no local.
Como o médico trata a quelite?
O tratamento da quelite depende de sua causa. Em comum, todas as apresentações da doença merecem atenção médica, uma vez que, dada a variedade dos processos inflamatórios, o tratamento precisa ser individualizado e voltado não só para atenuar os sintomas20, mas sobretudo eliminar o que os origina. Na queilite actínica6, a lesão23 pode ser removida com a aplicação local de cremes específicos. A terapia fotodinâmica permite remover as células31 malignas e prevenir o aparecimento de novas lesões21. No tratamento da queilite de contato pode ser necessário o uso de corticoides de ação local e a suspensão do uso da substância química envolvida. Contudo, esse tipo de medicação não deve ser usado se houver infecção32. Em algumas situações, é preciso contar com a ajuda de medidas terapêuticas contra a ansiedade, como a psicoterapia, por exemplo. Diante de qualquer sintoma33 labial deve haver uma pronta avaliação médica para descartar lesões21 malignas e porque algumas formas de quelite podem evoluir para câncer10.
Como prevenir a quelite?
As medidas preventivas incluem a aplicação de protetores solares labiais, a supressão do hábito de colocar objetos na boca8 e de morder ou lamber os lábios, cuidar da limpeza e desinfecção34 das próteses dentárias. Na quelite angular, há necessidade de eliminar os fatores desencadeantes da manifestação, o que pode exigir o combate ao agente infeccioso com antimicrobianos tópicos, a adequação da prótese35 dentária, o tratamento da deficiência nutritiva com suplementos e a correção do problema mecânico.
Como evolui a quelite?
A quelite actínica6 pode evoluir para câncer10, se não houver correto tratamento e acompanhamento.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.