Síndrome neuroléptica maligna
O que é síndrome1 neuroléptica maligna?
A síndrome1 neuroléptica maligna (SNM) é uma reação rara e grave, com risco de vida, que pode ocorrer a medicamentos neurolépticos2 ou antipsicóticos que tratam a esquizofrenia3, o transtorno bipolar e outras condições de saúde4 mental. Afeta o sistema nervoso5 e causa sintomas6 potencialmente graves. No entanto, apesar de grave, a condição é tratável.
Ela foi descrita pela primeira vez em 1956 e atualmente afeta cerca de 15/100.000 pessoas por ano (0,015%).
Quais são as causas da síndrome1 neuroléptica maligna?
Qualquer medicamento dentro da família dos neurolépticos2 pode causar a doença, embora os antipsicóticos típicos, também ditos de primeira geração (clorpromazina, haloperidol, tioridazina), pareçam ter um risco maior do que os atípicos, também ditos de segunda geração (clozapina, olanzapina, risperidona, quetiapina, ziprasidona).
O início costuma ocorrer dentro de algumas semanas após o início da medicação, mas pode acontecer a qualquer momento. A redução rápida do uso de levodopa ou de outros agonistas da dopamina7 também pode desencadear a doença. Os fatores de risco incluem desidratação8, agitação e catatonia. Tem sido alegado também um fator de risco9 genético.
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Qual é o substrato fisiopatológico da síndrome1 neuroléptica maligna?
O mecanismo subjacente envolve a diminuição dos níveis de atividade da dopamina7, seja devido ao bloqueio dos receptores da dopamina7 ou por uma função geneticamente reduzida dos receptores de dopamina7. Além disso, o bloqueio de diversos receptores de serotonina por antipsicóticos atípicos e a ativação de outros receptores reduz a liberação de GABA10 e induz indiretamente a liberação de glutamato, agravando a síndrome1.
Faz-se também a hipótese de que a hiperatividade simpático11-adrenal, resultado da remoção da inibição tônica do sistema nervoso5 simpático11, leve à SNM. A liberação aumentada de cálcio com o uso de antipsicóticos pode resultar em aumento da contratilidade muscular, rigidez muscular e hipertermia.
Quais são as características clínicas da síndrome1 neuroléptica maligna?
Os primeiros sintomas6 são cãibras, tremores musculares, febre12, instabilidade do sistema nervoso autônomo13 (como pressão arterial14 instável) e mudanças repentinas no estado mental (agitação, delírio15 ou coma16). Uma vez que os sintomas6 aparecem, eles podem progredir rapidamente e atingir o pico de intensidade em apenas poucos dias. Às vezes são mal interpretados pelos médicos como sintomas6 de doença mental, o que pode resultar em atrasos no tratamento.
A SNM é menos provável de acontecer se uma pessoa já esteve tomando neurolépticos2 por um tempo prolongado, especialmente se a dose não foi alterada. Geralmente a temperatura corporal fica acima de 38 °C, a consciência está confusa ou alterada, há um suor profuso, os músculos17 estão rígidos e ocorre um desequilíbrio autonômico generalizado.
Os homens parecem ser afetados com mais frequência do que as mulheres. O diagnóstico18 e tratamento rápidos são necessários para melhorar os desfechos. Muitas pessoas podem eventualmente reiniciar o uso de antipsicótico com uma dose mais baixa.
Como o médico diagnostica a síndrome1 neuroléptica maligna?
O diagnóstico18 é baseado nos sintomas6. O diferencial com outras doenças neurológicas pode ser muito difícil. Devido à sua raridade, muitas vezes a SNM é negligenciada ou não reconhecida e o tratamento imediato é postergado.
Como o médico trata a síndrome1 neuroléptica maligna?
A SNM constitui uma emergência19 médica e pode levar rapidamente à morte, se não for tratada. O primeiro passo é interromper a medicação antipsicótica e tratar a hipertermia de forma agressiva, com bolsas de gelo nas axilas e nas virilhas. Os cuidados de suporte em uma unidade de terapia intensiva20 com suporte circulatório e ventilatório são essenciais.
O melhor tratamento farmacológico ainda não está claro. O dantrolene tem sido usado para reduzir a rigidez muscular. A amantadina é outra opção de tratamento devido aos seus efeitos dopaminérgicos e anticolinérgicos. A apomorfina pode ser usada, mas seu uso é apoiado por poucas evidências. Os benzodiazepínicos podem ser utilizados para controlar a agitação.
É necessária uma hidratação intravenosa agressiva para favorecer uma diurese21 abundante que carreie as substâncias.
Como evolui a síndrome1 neuroléptica maligna?
Quando reconhecida, a SNM inicial pode ser gerenciada com sucesso; no entanto, até 10% dos casos podem ser fatais.
Quais são as complicações possíveis da síndrome1 neuroléptica maligna?
As complicações podem incluir rabdomiólise22, potássio alto no sangue23, insuficiência renal24 ou convulsões.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do National Institutes of Health e da NORD – National Organization for Rare Disorders.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.